Visão geral de distúrbios respiratórios perinatais

PorArcangela Lattari Balest, MD, University of Pittsburgh, School of Medicine
Reviewed ByAlicia R. Pekarsky, MD, State University of New York Upstate Medical University, Upstate Golisano Children's Hospital
Revisado/Corrigido: modificado set. 2025
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Visão Educação para o paciente

Extensas mudanças fisiológicas no neonato acompanham o processo de nascimento (ver também Função pulmonar neonatal), algumas vezes revelando distúrbios que não causavam nenhum problema durante a vida intrauterina. Por essa razão, um profissional com habilidades em reanimação neonatal deve estar presente em cada parto. Idade gestacional, parâmetros de crescimento, e testes pré-natais ajudam a prever o risco de patologia neonatal.

Os distúrbios respiratórios são as causas mais comuns de internação em unidades de terapia intensiva neonatal ou unidades de cuidados especiais neonatais e afetam cerca de 7% de todos os neonatos (1).

Problemas respiratórios em neonatos incluem os seguintes:

Os sinais e sintomas do desconforto respiratório variam e incluem:

  • Gemência

  • Batimento das asas do nariz

  • Retrações intercostais, subcostais e supraesternais

  • Respiração fraca, respiração irregular ou uma combinação

  • Taquipneia e crises apneicas

Outros sinais que podem acompanhar desconforto respiratório incluem cianose, palidez, moteamento ou preenchimento capilar retardado e hipotensão.

Nos neonatos, os sinais e sintomas podem ser evidentes logo após o parto ou desenvolverem-se minutos ou horas depois.

Referência geral

  1. 1. Gould AJ, Ding JJ, Recabo O, et al. Risk factors for respiratory distress syndrome among high-risk early-term and full-term deliveries. J Matern Fetal Neonatal Med. 2022;35(26):10401-10405. doi:10.1080/14767058.2022.2128657

Etiologia do desconforto respiratório perinatal

Desconforto respiratório em neonatos e lactentes tem múltiplas causas potenciais (ver tabela Causas do desconforto respiratório em neonatos e lactentes).

Tabela
Tabela

Fisiologia dos distúrbios respiratórios perinatais

Existem várias diferenças significativas na fisiologia do sistema respiratório dos neonatos e lactente quando comparado ao de crianças maiores e adultos. Essas diferenças incluem:

  • Parede torácica mais complacente e retrátil

  • Diminuição da complacência pulmonar em lactentes com deficiência de surfactante por causa da prematuridade ou mutações genéticas

  • Mais dependência da movimentação diafragmática sobre os músculos intercostais

  • Possibilidade de retrações das vias respiratórias extratorácicas

Além disso, o calibre diminuto das vias respiratórias intensifica a resistência dessas vias e a ausência de ventilação colateral aumenta a tendência de formação de atelectasias. A atelectasia também ocorre em lactentes com deficiência de surfactante da prematuridade e em lactentes a termo e pré-termo com deficiências congênitas da proteína B ou C do surfactante. Outros princípios de respiração são semelhantes em adultos e crianças.

Avaliação dos distúrbios respiratórios perinatais

A avaliação do desconforto respiratório neonatal começa com anamnese e exame físico completos.

A anamnese do neonato concentra-se na história materna e pré-natal, particularmente a idade gestacional, infecção materna ou sangramento, a presença de coloração por mecônio no líquido amniótico, oligo-hidrâmnio ou poli-hidrâmnio, história familiar de doenças genéticas e história de irmãos ou outros familiares com desconforto respiratório significativo ou morte no período neonatal.

O exame físico foca-se no coração e nos pulmões. Parede torácica assimétrica ou retração abdominal sugerem hérnia diafragmática. Crepitações difusas, diminuição da entrada de ar ou gemidos sugerem expansão alveolar deficiente, como observado na deficiência de surfactante. Sons respiratórios assimétricos sugerem pneumotórax ou pneumonia. Um impulso apical esquerdo deslocado pode indicar pneumotórax hipertensivo ou, se o recém-nascido tiver outros achados como sopro cardíaco, pulsos centrais ou periféricos anormais ou uma combinação, pode sugerir cardiopatia congênita. A avaliação da pressão arterial e pulsos femorais pode identificar derivações (p. ex., pulsos saltitantes em malformações arteriovenosas ou persistência do canal arterial) ou disfunção cardíaca esquerda, com ou sem anomalias congênitas. Má perfusão capilar reflete comprometimento circulatório.

Em neonatos e lactentes, é importante avaliar a oxigenação e a resposta à oxigenoterapia por oximetria de pulso ou análise de gases sanguíneos. Recomenda-se, também, a avaliação da radiografia de tórax.

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