Visão geral das infecções sexualmente transmissíveis

PorSheldon R. Morris, MD, MPH, University of California San Diego
Revisado/Corrigido: jan 2023
Visão Educação para o paciente

A infecção sexualmente transmissível refere-se à infecção por um patógeno que é transmitido por sangue, sêmen, líquidos vaginais ou outros líquidos corporais durante sexo oral, anal ou genital com um parceiro infectado. Doença sexualmente transmissível refere-se a um estado reconhecível de doença que se desenvolveu a partir de uma infecção sexualmente transmissível (1). As infecções sexualmente transmissíveis podem ser causadas por múltiplos microrganismos, que variam amplamente quanto ao tamanho, ciclo de vida, suscetibilidade aos tratamentos disponíveis e doenças e sintomas que causam.

Infecções sexualmente transmissíveis bacterianas incluem

Infecções sexualmente transmissíveis virais incluem

Infecções parasitárias que podem ser sexualmente transmissíveis são

Muitas outras infecções, a princípio não consideradas infecções sexualmente transmissíveis, incluindo salmonelose, shigelose, campilobacteriose, amebíase, candidíase, giardíase, hepatites (A, B e C), infecção pelo vírus da zica, varíola dos macacos (Mpox) e infecção por citomegalovírus, podem ser transmitidas sexualmente.

Como a atividade sexual é feito pelo contato íntimo da pele e das mucosas dos órgãos genitais, da boca e do reto, muitos microrganismos se disseminam de maneira eficiente entre as pessoas. Algumas infecções sexualmente transmissíveis causam inflamação (p. ex., na gonorreia ou infecção por clamídia) ou ulceração (p. ex., no herpes simples, sífilis ou cancroide), que predispõem à transmissão de outras infecções (p. ex., HIV).

As taxas de prevalência de infecções sexualmente transmissíveis permanecem altas na maior parte do mundo, apesar dos avanços diagnósticos e terapêutico. Nos Estados Unidos, estima-se que mais de 25 milhões de novos casos de infecções sexualmente transmissíveis ocorrem a cada ano; cerca da metade ocorre em pessoas com 15 a 24 anos de idade (ver também Centers for Disease Control and Prevention [CDC]: Sexually Transmitted Disease Surveillance 2020).

Os fatores que impedem o controle de infecções sexualmente transmissíveis incluem

  • Atividade sexual desprotegida com múltiplos parceiros

  • Dificuldade de médicos e pacientes conversarem sobre assuntos sexuais

  • Financiamento inadequado para a implementação de testes diagnósticos e tratamentos existentes e para o desenvolvimento de novos testes e tratamentos

  • Suscetibilidade à reinfecção pelo mesmo microrganismo, se ambos os parceiros não forem tratados simultaneamente

  • Tratamento incompleto que pode levar ao desenvolvimento de microrganismos resistentes a fármacos

  • Viagens internacionais que facilitem a rápida disseminação global de infecções sexualmente transmissíveis

Referências

  1. 1. Workowski KA, Bachmann LH, Chan PA, et al: Sexually Transmitted Infections Treatment Guidelines, 2021. MMWR Recomm Rep 70(4):1-187, 2021. doi:10.15585/mmwr.rr7004a1

Sinais e sintomas das infecções sexualmente transmissíveis

Os sinais e sintomas das infecções sexualmente transmissíveis variam dependendo da infecção. Muitas infecções sexualmente transmissíveis causam lesões genitais (ver tabela Diferenciação das lesões genitais sexualmente transmitidas comuns).

Tabela

Diagnóstico das infecções sexualmente transmissíveis

  • História e exame físico

  • Coloração de Gram e testes de cultura ou de amplificação de ácidos nucleicos (NAATs)

  • Exames de sangue

Levanta-se a história clínica, incluindo a história sexual, para avaliar se há fatores de risco para DST. Realiza-se exame físico se os sintomas estiverem associados a potenciais DST.

Os testes diagnósticos podem incluir exames de sangue ou coleta de amostras de lesões ou potenciais locais de infecções para coloração e cultura de Gram ou NAATs.

Infecções sexualmente transmissíveis são diagnosticadas e tratadas de várias maneiras; algumas vezes, os testes diagnósticos são limitados ou o seguimento do paciente não é garantido. Portanto, a identificação do organismo causador pode não ocorrer. Nessas situações, o diagnóstico baseia-se em achados clínicos.

Tratamento das infecções sexualmente transmissíveis

  • Geralmente antimicrobianos

  • Tratamento das complicações, se presentes

  • Se possível, tratamento simultâneo dos parceiros sexuais

A maioria das infecções sexualmente transmissíveis pode ser tratada com eficácia com antimicrobianos. Mas a resistência farmacológica é um problema crescente.

Pode-se utilizar apenas o diagnóstico clínico para determinar o tratamento nas seguintes situações:

  • Testes diagnósticos são limitados ou não estão disponíveis.

  • A infecção é grave e o tratamento não pode ser postergado enquanto se aguarda o resultado de exames diagnósticos.

  • A suspeita clínica de uma infecção específica é alta com base na história ou no exame físico, particularmente se o acompanhamento do paciente for duvidoso.

Pacientes que estão sendo tratados contra uma infecção sexualmente transmissível bacteriana devem se abster de relações sexuais até a infecção ser eliminada neles e em seus parceiros sexuais. Os parceiros sexuais devem ser avaliados e tratados simultaneamente.

Infecções sexualmente transmissíveis, especialmente a infecção por herpes e pelo HIV geralmente persistem por toda a vida. Fármacos antivirais podem controlar, mas ainda não curam a maioria dessas infecções; deve-se aconselhar os pacientes sobre práticas sexuais mais seguras para prevenir a transmissão.

Prevenção das infecções sexualmente transmissíveis

O controle de infecção sexualmente transmissível depende de

  • Educação dos profissionais de saúde e da população

  • Evitar que pacientes tenham comportamentos de alto risco

  • Acesso adequado a instalações e profissionais treinados para o diagnóstico e tratamento

  • Programas de saúde pública para localizar e tratar contatos sexuais recentes dos pacientes

  • Seguimento daqueles que receberam tratamento para assegurar que estejam curados

Preservativos e preservativos vaginais ou barragens dentais, se usados corretamente, diminuem significativamente o risco de algumas DSTs. No caso de algumas infecções e pacientes, é apropriado usar profilaxia pré-exposição com imunizações ou medicação.

Em geral não há vacinas disponíveis para a maioria das infecções sexualmente transmissíveis, exceto para hepatite A e hepatite B e infecção pelo papilomavírus humano.

Informações adicionais

O recurso em inglês a seguir pode ser útil. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo deste recurso.

  1. CDC: Sexually Transmitted Disease Surveillance 2020: documento de referência com estatísticas e tendências de infecções sexualmente transmissíveis nos Estados Unidos ao longo de 2020 para formuladores de políticas, pesquisadores e outros preocupados com as implicações à saúde pública dessas doenças

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