A infecção sexualmente transmissível refere-se à infecção por um patógeno que é transmitido por sangue, sêmen, líquidos vaginais ou outros líquidos corporais durante sexo oral, anal ou genital com um parceiro infectado. Doença sexualmente transmissível refere-se a um estado reconhecível de doença que se desenvolveu a partir de uma infecção sexualmente transmissível (1 Referência A infecção sexualmente transmissível refere-se à infecção por um patógeno que é transmitido por sangue, sêmen, líquidos vaginais ou outros líquidos corporais durante sexo oral, anal ou genital... leia mais ). As infecções sexualmente transmissíveis podem ser causadas por múltiplos microrganismos, que variam amplamente quanto ao tamanho, ciclo de vida, suscetibilidade aos tratamentos disponíveis e doenças e sintomas que causam.
Infecções sexualmente transmissíveis bacterianas incluem
Infecções sexualmente transmissíveis virais incluem
Infecções parasitárias que podem ser sexualmente transmissíveis são
Muitas outras infecções, a princípio não consideradas infecções sexualmente transmissíveis, incluindo salmonelose Visão geral das infecções por Salmonella O gênero Salmonella é dividido em 2 espécies, S. enterica e S. bongori, contendo > 2.500 sorotipos conhecidos. Alguns desses sorotipos tem nome. Nesses casos, o uso comum... leia mais , shigelose Shigelose Shigelose é uma infecção aguda do intestino causada ppelas bactérias Gram-negativas Shigella spp. Os sintomas incluem febre, náuseas, vômitos, tenesmo e diarreia, com fezes geralmente... leia mais , campilobacteriose Infecções por Campylobacter e infecções relacionadas As infecções por Campylobacter geralmente causam diarreia autolimitada e ocasionalmente bacteremia, com consequente endocardite, osteomielite ou artrite séptica. O diagnóstico é por cultura... leia mais , amebíase Amebíase Amebíase é uma infecção causada por Entamoeba histolytica. É adquirida por transmissão fecal-oral. A infecção costuma ser assintomática, mas sintomas que variam de diarreia leve e disenteria... leia mais , candidíase, giardíase Giardíase Giardíase é a infecção causada pelo protozoário flagelado Giardia duodenalis (G. lamblia, G. intestinalis). A infecção pode ser assintomática ou provocar sintomas que variam... leia mais , hepatites Visão geral da hepatite viral aguda É a inflamação hepática difusa causada por vírus específicos hepatotrópicos que apresentam diversos modos de transmissão e epidemiologia. Um pródromo viral não específico é seguido de anorexia... leia mais (A, B e C), infecção pelo vírus da zica Infecções pelo vírus da zica (ZIKV) O vírus da zica é um flavivírus transmitido por mosquitos, que é estrutural e antigenicamente semelhante aos vírus que causam dengue, febre amarela e virus do Nilo Ocidental. A infecção pelo... leia mais , varíola dos macacos (Mpox) Mpox (Monkeypox) A Mpox (varíola dos macacos) é causada por um ortopoxvírus, um vírus estruturalmente relacionado com o vírus da varíola. Os pacientes apresentam erupção vesicular ou pustulosa que pode... leia mais e infecção por citomegalovírus Infecção por citomegalovírus (CMV) Citomegalovírus (CMV, human herpesvirus type 5) pode causar infecções que têm uma ampla extensão de gravidade. Uma síndrome de mononucleose infecciosa que não apresenta faringite grave é comum... leia mais , podem ser transmitidas sexualmente.
Como a atividade sexual é feito pelo contato íntimo da pele e das mucosas dos órgãos genitais, da boca e do reto, muitos microrganismos se disseminam de maneira eficiente entre as pessoas. Algumas infecções sexualmente transmissíveis causam inflamação (p. ex., na gonorreia ou infecção por clamídia) ou ulceração (p. ex., no herpes simples, sífilis ou cancroide), que predispõem à transmissão de outras infecções (p. ex., HIV).
As taxas de prevalência de infecções sexualmente transmissíveis permanecem altas na maior parte do mundo, apesar dos avanços diagnósticos e terapêutico. Nos Estados Unidos, estima-se que mais de 25 milhões de novos casos de infecções sexualmente transmissíveis ocorrem a cada ano; cerca da metade ocorre em pessoas com 15 a 24 anos de idade (ver também Centers for Disease Control and Prevention [CDC]: Sexually Transmitted Disease Surveillance 2020).
Os fatores que impedem o controle de infecções sexualmente transmissíveis incluem
Atividade sexual desprotegida com múltiplos parceiros
Dificuldade de médicos e pacientes conversarem sobre assuntos sexuais
Financiamento inadequado para a implementação de testes diagnósticos e tratamentos existentes e para o desenvolvimento de novos testes e tratamentos
Suscetibilidade à reinfecção pelo mesmo microrganismo, se ambos os parceiros não forem tratados simultaneamente
Tratamento incompleto que pode levar ao desenvolvimento de microrganismos resistentes a fármacos
Viagens internacionais que facilitem a rápida disseminação global de infecções sexualmente transmissíveis
Referência
1. Workowski KA, Bachmann LH, Chan PA, et al: Sexually Transmitted Infections Treatment Guidelines, 2021. MMWR Recomm Rep 70(4):1-187, 2021. doi:10.15585/mmwr.rr7004a1
Sinais e sintomas das infecções sexualmente transmissíveis
Os sinais e sintomas das infecções sexualmente transmissíveis variam dependendo da infecção. Muitas infecções sexualmente transmissíveis causam lesões genitais (ver tabela ).
Diagnóstico das infecções sexualmente transmissíveis
História e exame físico
Coloração de Gram e testes de cultura ou de amplificação de ácidos nucleicos (NAATs)
Exames de sangue
Levanta-se a história clínica, incluindo a história sexual, para avaliar se há fatores de risco para DST. Realiza-se exame físico se os sintomas estiverem associados a potenciais DST.
Os testes diagnósticos podem incluir exames de sangue ou coleta de amostras de lesões ou potenciais locais de infecções para coloração e cultura de Gram ou NAATs.
Infecções sexualmente transmissíveis são diagnosticadas e tratadas de várias maneiras; algumas vezes, os testes diagnósticos são limitados ou o seguimento do paciente não é garantido. Portanto, a identificação do organismo causador pode não ocorrer. Nessas situações, o diagnóstico baseia-se em achados clínicos.
Tratamento das infecções sexualmente transmissíveis
Geralmente antimicrobianos
Tratamento das complicações, se presentes
Se possível, tratamento simultâneo dos parceiros sexuais
A maioria das infecções sexualmente transmissíveis pode ser tratada com eficácia com antimicrobianos. Mas a resistência farmacológica é um problema crescente.
Pode-se utilizar apenas o diagnóstico clínico para determinar o tratamento nas seguintes situações:
Testes diagnósticos são limitados ou não estão disponíveis.
A infecção é grave e o tratamento não pode ser postergado enquanto se aguarda o resultado de exames diagnósticos.
A suspeita clínica de uma infecção específica é alta com base na história ou no exame físico, particularmente se o acompanhamento do paciente for duvidoso.
Pacientes que estão sendo tratados contra uma infecção sexualmente transmissível bacteriana devem se abster de relações sexuais até a infecção ser eliminada neles e em seus parceiros sexuais. Os parceiros sexuais devem ser avaliados e tratados simultaneamente.
Infecções sexualmente transmissíveis, especialmente a infecção por herpes e pelo HIV geralmente persistem por toda a vida. Fármacos antivirais podem controlar, mas ainda não curam a maioria dessas infecções; deve-se aconselhar os pacientes sobre práticas sexuais mais seguras para prevenir a transmissão.
Prevenção das infecções sexualmente transmissíveis
O controle de infecção sexualmente transmissível depende de
Educação dos profissionais de saúde e da população
Evitar que pacientes tenham comportamentos de alto risco
Acesso adequado a instalações e profissionais treinados para o diagnóstico e tratamento
Programas de saúde pública para localizar e tratar contatos sexuais recentes dos pacientes
Seguimento daqueles que receberam tratamento para assegurar que estejam curados
Preservativos e preservativos vaginais ou barragens dentais, se utilizados corretamente, diminuem significativamente o risco de algumas DSTs. No caso de algumas infecções e pacientes, é apropriado utilizar profilaxia pré-exposição com imunizações ou medicação.
Em geral não há vacinas disponíveis para a maioria das infecções sexualmente transmissíveis, exceto para hepatite A Vacina contra hepatite A (HepA) Há duas vacinas contra hepatite A; ambos fornecem proteção a longo prazo contra hepatite A. Para informações adicionais, ver Hepatitis A Advisory Committee on Immunization Practices Vaccine... leia mais e hepatite B Vacina contra hepatite B (HepB) A vacina contra hepatite B é 80 a 100% eficaz na prevenção de infecções ou hepatite B clínica em pessoas que completam a série vacinal. Para informações adicionais, ver Hepatitis B Advisory... leia mais e infecção pelo papilomavírus humano Vacina contra o papilomavírus humano (HPV) Infecção pelo papilomavírus humano (HPV) é a doença sexualmente transmissível mais comum. O HPV pode causar verrugas cutâneas, verrugas genitais ou certos tipos de câncer, dependendo do tipo... leia mais .
Informações adicionais
O recurso em inglês a seguir pode ser útil. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo deste recurso.
CDC: Sexually Transmitted Disease Surveillance 2020: documento de referência com estatísticas e tendências de infecções sexualmente transmissíveis nos Estados Unidos ao longo de 2020 para formuladores de políticas, pesquisadores e outros preocupados com as implicações à saúde pública dessas doenças