A esquizofrenia caracteriza-se por psicose (perda do contato com a realidade); os sintomas incluem alucinações (falsas percepções), delírios (crenças falsas), fala e comportamento motor desorganizados, sintomas negativos (afeto embotado, restrição da expressão emocional), déficits cognitivos (prejuízo do raciocínio e da capacidade de resolver problemas) e disfunção ocupacional e social. A causa é desconhecida, porém, há fortes evidências de algum componente genético e ambiental. Os sintomas geralmente começam na adolescência ou no início da idade adulta. Um ou mais episódios de sintomas devem durar, no ≥ 6 meses antes que o diagnóstico seja feito. O tratamento é feito com medicamentos antipsicóticos, terapia cognitiva e reabilitação psicossocial. A detecção e o diagnóstico precoces melhoram o funcionamento em longo prazo.
Psicose refere-se a sintomas como delírios, alucinações, pensamento e fala desorganizados, e comportamento motor bizarro e inapropriado (incluindo catatonia) que indicam perda de contato com a realidade.
Em todo o mundo, a prevalência ao longo da vida da esquizofrenia é de aproximadamente 0,7% (1, 2). A prevalência é comparável entre homens e mulheres e relativamente constante entre culturas. Vida urbana, pobreza, trauma na infância, negligência e infecções pré-natais são fatores de risco, e existe uma predisposição genética. A doença começa no final da adolescência e dura a vida toda, geralmente com função psicossocial prejudicada durante todo o tempo.
Em mulheres, a idade média de início situa-se entre meados e o final da faixa dos 20 anos, com um pico adicional de diagnóstico na faixa dos 30 anos (3, 4). Em homens, embora a idade média de início seja entre o início e meados da faixa dos 20 anos, até 40% apresentam seu primeiro episódio antes dos 20 anos. É raro o início na infância; o início cedo na adolescência ou o início tardio na vida (quando às vezes é chamada parafrenia) pode também ocorrer.
Referências
1. McGrath J, Saha S, Chant D, Welham J. Schizophrenia: a concise overview of incidence, prevalence, and mortality. Epidemiol Rev. 2008;30:67-76. doi:10.1093/epirev/mxn001
2. Keepers GA, Fochtmann LJ, Anzia JM, et al. The American Psychiatric Association Practice Guideline for the Treatment of Patients With Schizophrenia. Am J Psychiatry. 2020;177(9):868-872. doi:10.1176/appi.ajp.2020.177901
3. van der Werf M, Hanssen M, Köhler S, et al. Systematic review and collaborative recalculation of 133,693 incident cases of schizophrenia. Psychol Med. 2014;44(1):9-16. doi:10.1017/S0033291712002796
4. Ballageer T, Malla A, Manchanda R, Takhar J, Haricharan R. Is adolescent-onset first-episode psychosis different from adult onset?. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2005;44(8):782-789. doi:10.1097/01.chi.0000164591.55942.ea
Etiologia da esquizofrenia
Embora sua causa e mecanismo específicos sejam desconhecidos, a esquizofrenia tem uma base biológica, como evidenciado por
Alterações na estrutura do cérebro (p. ex., ventrículos cerebrais aumentados, afinamento do córtex, menor tamanho do hipocampo anterior e de outras regiões do cérebro)
Alterações neuroquímicas, especialmente alteração da atividade dos marcadores da transmissão de dopamina e glutamato
Herdabilidade significativa (60 a 80%), com múltiplos fatores de risco genéticos e ambientais (1, 2)
Alguns especialistas sugerem que a esquizofrenia está associada a vulnerabilidades do neurodesenvolvimento e que o início, a remissão e a recorrência dos sintomas resultam das interações entre essas vulnerabilidades duradouras e os estressores ambientais.
Vulnerabilidade do neurodesenvolvimento
Embora a esquizofrenia raramente se manifeste na primeira infância, os fatores da infância influenciam o início da doença na idade adulta. Esses fatores incluem
Predisposição genética
Complicações intrauterinas, do parto ou pós-natais
Infecções virais do sistema nervoso central
Trauma e negligência na infância
Embora muitas pessoas com esquizofrenia não tenham história familiar do transtorno, fatores genéticos estão fortemente implicados. Pessoas com um parente de primeiro grau com esquizofrenia têm 5 a 11 vezes mais probabilidade de desenvolver o transtorno em comparação com a população em geral (3). Gêmeos monozigóticos com esquizofrenia apresentam concordância (o risco de o outro gêmeo ter a doença) de 41 a 79% (4). Estudos de associação genômica ampla demonstram associações em múltiplos genes excitatórios e inibitórios expressos principalmente em neurônios (2).
Múltiplos fatores familiares, pré-natais e perinatais foram associados ao aumento do risco de esquizofrenia; fatores protetivos também foram observados (5).
Fatores de risco fortes (razão de chances ≥ 2) incluem:
Qualquer psicopatologia materna ou paterna (psicose materna é o fator mais forte com razão de chances > 7)
Estresse materno
(Ruptura prematura das membranas)
Polidrâmnio
Malformações congênitas
Fatores de risco mais fracos, mas ainda significativos (razão de chances > 1, mas < 2) incluem:
Idade materna < 20 ou 30 a 34 anos
Idade paterna < 20 ou > 35 anos
Multiparidade materna (≥ 3 gestações)
Hipertensão materna
Infecções maternas, incluindo herpes simples 2
Pré-natal subótimo
Fome ou desnutrição durante a gestação
Nascimento no inverno ou início da primavera (no hemisfério norte)
Hipóxia perinatal e outras complicações obstétricas
Peso ao nascer < 3 kg, comprimento ao nascer < 49 cm, ou pequeno para a idade gestacional
Fatores protetivos (razão de chances < 1) incluem:
Idade materna de 20 a 24 ou 25 a 29 anos
Nuliparidade
Peso ao nascer ≥ 3,5 kg
Testes neurobiológicos e neuropsiquiátricos sugerem que o rastreamento ocular de perseguição suave aberrante, o comprometimento cognitivo e da atenção, e a deficiência na filtragem sensorial ocorrem mais comumente entre os pacientes com esquizofrenia do que na população geral (6). Esses achados também podem ocorrer nos parentes de 1º grau das pessoas esquizofrênicas e, de fato, em pacientes com outros transtornos psicóticos, e podem representar um componente de vulnerabilidade hereditário. A semelhança desses achados entre os transtornos psicóticos sugere que nossas categorias diagnósticas convencionais não refletem as distinções biológicas subjacentes entre as psicoses.
Estressores ambientais
Estressores ambientais podem desencadear o surgimento ou a recorrência dos sintomas psicóticos nas pessoas vulneráveis. Estressores podem ser primariamente relacionados a drogas (p. ex., uso de substâncias, especialmente cannabis) (7) ou sociais (p. ex., ficar desempregado ou empobrecer, sair de casa para entrar na faculdade, romper um relacionamento amoroso, entrar nas forças armadas). Há evidências emergentes de que eventos ambientais podem iniciar mudanças epigenéticas que podem influenciar a transcrição gênica e o início da doença (8).
Os fatores protetores que podem diminuir o efeito do estresse na formação ou exacerbação dos sintomas são o forte suporte psicossocial, boa capacidade de enfrentamento e os antipsicóticos.
Referências sobre etiologia
1. Schizophrenia Working Group of the Psychiatric Genomics Consortium. Biological insights from 108 schizophrenia-associated genetic loci. Nature. 511(7510):421-427, 2014. doi: 10.1038/nature13595
2. Trubetskoy V, Pardiñas AF, Qi T, et al. Mapping genomic loci implicates genes and synaptic biology in schizophrenia. Nature. 2022;604(7906):502-508. doi:10.1038/s41586-022-04434-5
3. Huang J, Perlis RH, Lee PH, et al. Cross-disorder genomewide analysis of schizophrenia, bipolar disorder, and depression. Am J Psychiatry. 2010;167(10):1254-1263. doi:10.1176/appi.ajp.2010.09091335
4. Stern S, Zhang L, Wang M, et al. Monozygotic twins discordant for schizophrenia differ in maturation and synaptic transmission. Mol Psychiatry. 2024;29(10):3208-3222. doi:10.1038/s41380-024-02561-1
5. Davies C, Segre G, Estradé A, et al. Prenatal and perinatal risk and protective factors for psychosis: a systematic review and meta-analysis. Lancet Psychiatry. 2020 May;7(5):399-410. doi: 10.1016/S2215-0366(20)30057-2
6. Keshavan MS, Tandon R, Boutros NN, Nasrallah HA. Schizophrenia, "just the facts": what we know in 2008 Part 3: neurobiology. Schizophr Res. 2008;106(2-3):89-107. doi:10.1016/j.schres.2008.07.020
7. D'Souza DC, DiForti M, Ganesh S, et al. Consensus paper of the WFSBP task force on cannabis, cannabinoids and psychosis. World J Biol Psychiatry. 2022;23(10):719-742. doi:10.1080/15622975.2022.2038797
8. Smigielski L, Jagannath V, Rössler W, et al. Epigenetic mechanisms in schizophrenia and other psychotic disorders: a systematic review of empirical human findings. Mol Psychiatry. 2020;25(8):1718-1748. doi:10.1038/s41380-019-0601-3
Sinais e sintomas da esquizofrenia
A esquizofrenia é uma doença crônica que pode progredir em diversas fases, embora a duração e os padrões dessas fases possam variar. Pacientes com esquizofrenia tendem a ter sintomas psicóticos por meses a anos antes de procurarem atendimento médico.
Os sintomas da esquizofrenia normalmente comprometem a capacidade de executar funções cognitivas e motoras complexas: assim, os sintomas muitas vezes interferem acentuadamente nos relacionamentos profissionais, sociais e na capacidade de cuidar de si mesmo. Desemprego, isolamento, impactos negativos nos relacionamentos interpessoais e diminuição da qualidade de vida são desfechos comuns.
Fases da esquizofrenia
Na fase pré-mórbida, os indivíduos podem não manifestar sintomas ou podem ter competência social prejudicada, desorganização cognitiva leve ou distorção perceptiva, diminuição da capacidade de sentir prazer (anedonia) e outras deficiências gerais de lidar com situações. Tais traços podem ser leves e reconhecíveis apenas retrospectivamente ou serem mais evidentes, com comprometimento dos funcionamentos social, acadêmico e vocacional.
Na fase prodrômica, podem surgir sintomas subclínicos; englobam afastamento ou isolamento, irritabilidade, desconfiança, pensamentos incomuns, distorções perceptivas e desorganização (1). O início do quadro franco de esquizofrenia (delírios e alucinações) pode ser súbito (em dias ou semanas) ou lento e insidioso (ao longo de anos). Mas, mesmo em uma fase prodrômica avançada, apenas uma fração daqueles com sintomas subclínicos (20 a 40%) tendem a evoluir para o quadro completo de esquizofrenia (2, 3).
Na fase precoce da psicose, os sintomas são ativos e muitas vezes são piores.
Na fase intermediária, os períodos sintomáticos podem ser episódicos (com exacerbações e remissões identificáveis) ou contínuos; os deficits funcionais tendem a piorar.
Na fase tardia do transtorno, o padrão do transtorno pode ser estabelecido, mas há variabilidade considerável; a incapacidade pode estabilizar ou mesmo diminuir.
Categorias dos sintomas na esquizofrenia
Em geral, os sintomas são classificados da seguinte forma:
Delírios
Alucinações
Pensamentos e fala desorganizados
Comportamento motor desorganizado (incluindo catatonia)
Sintomas negativos: diminuição ou perda das funções normais e de afeto
Deficiências cognitivas: deficits de memória, no processamento de informações e na resolução de problemas
Delírios são convicções errôneas que são mantidas apesar de evidências contraditórias claras. Há vários tipos de delírios:
Delírios persecutórios: pacientes acreditam que estão sendo atormentados, seguidos, enganados ou espionados.
Delírios de referência: pacientes acreditam que passagens de livros, jornais, letras de música ou outras evidências ambientais são direcionadas a eles.
Delírios de retirada ou inserção de pensamento: pacientes acreditam que outras pessoas conseguem ler sua mente e que seus pensamentos são transmitidos para outras pessoas ou que forças externas estão impondo pensamentos e impulsos a eles
Delírios na esquizofrenia tendem a ser bizarros—isto é, claramente implausíveis e não derivados de experiências comuns de vida (p. ex., acreditar que alguém removeu os órgãos internos sem deixar cicatriz).
Alucinações são percepções sensoriais que não são percebidas por ninguém mais. Elas podem ser auditivas, visuais, olfatórias, gustativas ou táteis, mas as alucinações auditivas são as mais comuns. Os pacientes podem ouvir vozes comentando sobre seus comportamentos, conversando com outra voz ou fazendo comentários críticos e abusivos. Os delírios e as alucinações podem ser extremamente vergonhosos para os pacientes.
Pensamento desorganizado envolve fala desmedida, sem objetivos, que muda de um tópico para outro. O discurso pode variar de levemente desorganizado até incoerente e incompreensível.
Comportamento desorganizado pode incluir atitudes infantis, agitação e aparência, higiene ou conduta inadequada A catatonia é um exemplo extremo do comportamento bizarro, que compreende manter postura rígida e esforços para resistir a serem movimentados ou engajamento em atividade motora sem propósito e sem que ela tenha sido estimulada.
Sintomas negativos (deficitários) incluem
Embotamento afetivo: o rosto do paciente se mostra imóvel, com pouco contato visual e falta de expressividade.
Alogia (pobreza da fala): paciente fala pouco e dá respostas lacônicas às perguntas, transmitindo a impressão de vazio interno.
Anedonia: há falta de interesse nas atividades e aumento de atividades sem propósito.
Associabilidade: há falta de interesse em relacionamentos.
Avolição: há falta de motivação e redução do desejo para atividades direcionadas a objetivos.
Os sintomas negativos frequentemente levam a perda de motivação e diminuição no sentido de propósito e de objetivos.
Deficits cognitivos incluem deficiência nos seguintes:
Atenção
Velocidade de processamento
Memória de trabalho e declarativa
Pensamento abstrato
Resolução de problemas
Compreensão das interações sociais
O pensamento do paciente pode ser inflexível e a capacidade de resolver problemas, entender os pontos de vista das outras pessoas e aprender com as experiências pode estar diminuída. A gravidade do comprometimento cognitivo é o determinante principal da incapacitação geral.
Subtipos da esquizofrenia
Alguns especialistas classificam a esquizofrenia em subtipos com deficits e sem deficits, com base na presença e na gravidade dos sintomas negativos, tais como afeto embotado, perda da motivação e redução do sentido de propósito (4).
Os pacientes do subtipo com deficit têm sintomas negativos proeminentes, os quais não são explicados por outros fatores (p. ex., depressão, ansiedade, ambiente sem estimulação, efeitos adversos de medicamentos).
Aqueles com subtipo sem deficit podem ter delírios, alucinações e distúrbios do pensamento, mas são indivíduos relativamente sem sintomas negativos.
Os subtipos anteriormente reconhecidos da esquizofrenia (paranoide, desorganizado, catatônico, residual, indiferenciado) não provaram ser válidos ou confiáveis e não são mais utilizados.
Risco de suicídio
Aproximadamente 4 a 10% dos pacientes com esquizofrenia morrem por suicídio (5), e aproximadamente 35% tentam cometê-lo; muitos mais têm ideação suicida significativa (6). O suicídio é uma das principais causas de morte prematura em pacientes com esquizofrenia e explica, em parte, por que esse transtorno reduz a expectativa de vida em cerca de 15 anos, em média (7).
O risco pode ser especialmente alto para homens jovens com esquizofrenia e transtorno por abuso de drogas. O risco também é maior em pacientes que apresentam sintomas depressivos ou sentimentos de desesperança, que estão desempregados ou que tiveram um episódio psicótico ou recebido alta do hospital.
Pacientes com início tardio e bom funcionamento pré-mórbido — pacientes com melhor prognóstico para recuperação — também são os que têm maior risco de suicídio. Como esses pacientes mantêm a capacidade de sentir luto e angústia, podem ser mais suscetíveis a agir em desespero diante do reconhecimento realista dos efeitos de seu transtorno.
Risco de violência
A esquizofrenia é um fator de risco surpreendentemente modesto para comportamento violento. Ameaças de violência e acessos de agressividade são mais comuns do que comportamentos realmente perigosos. De fato, os esquizofrênicos costumam ser menos violentas do que pessoas sem esquizofrenia.
Os pacientes com mais chances de se engajarem em violência significativa incluem aqueles com abuso de substâncias, delírios persecutórios ou alucinações de comando e também aqueles que não tomam os fármacos prescritos. Muito raramente, pacientes gravemente deprimidos, isolados e paranoides atacam ou matam alguém que percebem como fonte única de suas dificuldades (p. ex., uma autoridade, uma celebridade, seu cônjuge).
Referências sobre sintomas
1. Tsuang MT, Van Os J, Tandon R, et al: Attenuated psychosis syndrome in DSM-5. Schizophr Res.150(1):31–35, 2013. doi: 10.1016/j.schres.2013.05.004
2. Brucato G, Masucci MD, Arndt LY, et al. Baseline demographics, clinical features and predictors of conversion among 200 individuals in a longitudinal prospective psychosis-risk cohort. Psychol Med. 2017;47(11):1923-1935. doi:10.1017/S0033291717000319
3. Raballo A, Poletti M, Preti A, et al. Clinical high risk for psychosis in children and adolescents: A meta-analysis of transition prevalences. Schizophr Res. 2022;243:254-261. doi:10.1016/j.schres.2020.03.063
4. Carpenter WT Jr, Heinrichs DW, Wagman AM. Deficit and nondeficit forms of schizophrenia: the concept. Am J Psychiatry. 1988;145(5):578-583. doi:10.1176/ajp.145.5.578
5. Keepers GA, Fochtmann LJ, Anzia JM, et al. The American Psychiatric Association Practice Guideline for the Treatment of Patients With Schizophrenia. Am J Psychiatry. 2020 Sep 1;177(9):868-872. doi: 10.1176/appi.ajp.2020.177901
6. Lieberman JA, First MB. Psychotic Disorders. N Engl J Med. 2018 Jul 19;379(3):270-280. doi: 10.1056/NEJMra1801490
7. Hjorthøj C, Stürup AE, McGrath JJ, et al. Years of potential life lost and life expectancy in schizophrenia: a systematic review and meta-analysis. Lancet Psychiatry. 2017 Apr;4(4):295-301. doi: 10.1016/S2215-0366(17)30078-0. Epub 2017 Feb 22. Erratum in: Lancet Psychiatry. 2017 Sep;4(9):e19. doi: 10.1016/S2215-0366(17)30326-7
Diagnóstico da esquizofrenia
Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition, Text Revision (DSM-5-TR) criteria (1)
Avaliação clínica geral para excluir outras etiologias
Quanto mais precocemente a doença for diagnosticada e tratada, melhor o resultado (2).
Não existem exames laboratoriais ou de imagem definitivos para o diagnóstico da esquizofrenia. O diagnóstico se baseia na avaliação abrangente de história clínica, sinais e sintomas. Informações oriundas de fontes auxiliares, tais como família, amigos, professores e colegas de trabalho, são muitas vezes importantes.
De acordo com o DSM-5-TR, o diagnóstico da esquizofrenia requer todos os seguintes:
Sintomas característicos:≥ 2 sintomas característicos (delírios, alucinações, fala desorganizada, comportamento desorganizado, sintomas negativos) por pelo menos um período de 1 mês (os sintomas devem incluir pelo menos 1 dos seguintes: delírios, alucinações ou fala desorganizada)
Disfunção social/ocupacional: declínio no autocuidado, funcionamento social ou ocupacional, ou autocuidado marcadamente abaixo do nível anterior ao início (ou incapacidade de atingir um nível esperado de funcionamento).
Duração: Sinais contínuos da doença por pelo menos 6 meses.
Diagnóstico diferencial
Psicose decorrente de outros distúrbios médicos ou por abuso de substâncias deve ser descartada por história e exames, os quais incluem exames laboratoriais e estudos de neuroimagem (Avaliação médica do paciente com sintomas mentais). Embora alguns pacientes com esquizofrenia tenham anormalidades da estrutura cerebral nos exames de imagem, elas não são suficientemente específicas para ter valor diagnóstico.
Outros transtornos mentais com sintomas semelhantes incluem vários relacionados à esquizofrenia, variando em extensão, tempo e sintomas associados:
Além disso, transtornos do humor (i.e., depressão maior, transtorno bipolar) e transtornos do espectro autista podem estar associados à psicose em algumas pessoas.
Testes neuropsicológicos, imagens do cérebro, eletroencefalograma (EEG) e outros testes de função cerebral (p. ex., acompanhamento ocular) não ajudam a distinguir entre os principais transtornos psicóticos. No entanto, pesquisas preliminares (3) sugerem que os resultados desses testes podem ser utilizados para agrupar os pacientes em 3 biotipos distintos de psicose que não correspondem às categorias vigentes de diagnóstico clínico.
Certos transtornos de personalidade (especialmente esquizotípico) ocasionam sintomas similares aos da esquizofrenia, ainda que eles sejam geralmente mais leves e não envolvam psicose.
Referências sobre diagnóstico
1. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5th edition, Text Revision (DSM-5-TR). American Psychiatric Association Publishing, Washington, DC, 2022, pp pp 114-122.
2. Larsen TK, Melle I, Auestad B, Haahr U, Joa I, Johannessen JO, Opjordsmoen S, Rund BR, Rossberg JI, Simonsen E, Vaglum P, Friis S, McGlashan T. Early detection of psychosis: positive effects on 5-year outcome. Psychol Med. 2011 Jul;41(7):1461-9. doi: 10.1017/S0033291710002023
3. Clementz BA, Sweeney JA, Hamm JP, et al: Identification of distinct psychosis biotypes using brain-based biomarkers. Am J Psychiatry.173(4):373-384, 2016. doi: 10.1176/appi.ajp.2015.14091200
Tratamento da esquizofrenia
Reabilitação, incluindo retificação cognitiva, treinamento na comunidade e serviços de suporte
Psicoterapia, orientada para o treinamento de resiliência
Cuidado especializado coordenado
O período entre o início dos sintomas psicóticos e o primeiro tratamento se correlaciona à rapidez da resposta do tratamento inicial e à qualidade da resposta ao tratamento. Quando tratados precocemente, os pacientes respondem de maneira mais rápida e completa. Sem o uso contínuo de antipsicóticos após um episódio inicial, 65 a 80% dos pacientes têm um episódio subsequente dentro de 12 meses. O uso continuado dos antipsicóticos pode reduzir a recidiva em 1 ano para cerca de 30% ou menos com os fármacos de ação prolongada (1, 2). O tratamento é mantido por pelo menos 1 a 2 anos após o primeiro episódio. Se os pacientes estiveram enfermos por mais tempo, é administrado por muitos anos.
A detecção precoce e o tratamento multifacetado transformaram o tratamento de pacientes com transtornos psicóticos como esquizofrenia. Cuidados especializados coordenados - que incluem cuidados baseados em equipe, treinamento de resiliência, terapia pessoal e familiar, abordando a disfunção cognitiva e apoio ao emprego - são uma contribuição importante para a recuperação psicossocial (3).
Os objetivos gerais para o tratamento da esquizofrenia são
Reduzir a gravidade dos sintomas psicóticos
Preservar a função psicossocial
Prevenir recorrências dos episódios sintomáticos e da deterioração associada do funcionamento
Reduzir o uso de drogas ilícitas
Antipsicóticos, reabilitação com serviços de apoio comunitários e psicoterapia constituem os componentes principais do tratamento (3). Como a esquizofrenia é uma doença de longa duração e recorrente, ensinar aos pacientes habilidades de automanejo da doença é uma meta geral significativa. Fornecer informações sobre o transtorno (psicoeducação) para os pais dos pacientes mais jovens pode diminuir a recidiva (4, 5). (Ver também the American Psychiatric Association’s Practice Guideline for the Treatment of Patients With Schizophrenia, 3rd Edition.)
Dividem-se os antipsicóticos em antipsicóticos de primeira geração e antipsicóticos de 2ª geração com base em sua atividade e afinidade com os receptores de neurotransmissores específicos. Os antipsicóticos de segunda geração podem oferecer algumas vantagens, tanto pela eficácia discretamente superior (embora evidências recentes questionem essa vantagem como uma classe), quanto pelo menor risco de transtorno do movimento involuntário e efeitos adversos relacionados. Contudo, o risco de síndrome metabólica (excesso de gordura abdominal, resistência à insulina, dislipidemia e hipertensão) é maior com antipsicóticos de segunda geração do que com antipsicóticos de primeira geração (ou convencionais). Vários antipsicóticos de ambas as classes podem causar a síndrome do QT longo e essencialmente aumentam o risco de arritmias fatais; esses fármacos incluem tioridazina, haloperidol, olanzapina, risperidona e ziprasidona.
A Associação Americana de Psiquiatria recomenda clozapina especificamente para esquizofrenia resistente ao tratamento, ou para pacientes com risco aumentado de suicídio e agressão. Formas injetáveis de ação prolongada são uma opção para alguns pacientes. Todo uso de medicamento antipsicótico deve ser monitorado quanto à eficácia e efeitos colaterais. Efeitos colaterais, incluindo distonia, parkinsonismo, acatisia e discinesia tardia significativa podem ser tratados com alteração do regime antipsicótico ou em alguns casos com medicamento (6).
Reabilitação e serviços de apoio comunitário
Treinamento de habilidade psicossocial e programas de reabilitação vocacional ajudam muitos pacientes a trabalhar, fazer compras e cuidar de si mesmos; administrar um lar; relacionar-se bem com outras pessoas; e trabalhar com profissionais de saúde mental.
Emprego com suporte, no qual os pacientes são colocados em situação de trabalho competitivo e recebem instrutor profissional local para promover a adaptação ao trabalho, pode ser particularmente valioso. Com o tempo, o instrutor profissional atua somente como apoio para a solução de problemas ou comunicação com os empregadores.
Os serviços de suporte permitem que muitos pacientes com esquizofrenia morem na comunidade. Embora muitos possam viver de maneira independente, alguns precisam de apartamentos supervisionados, nos quais esteja um membro da equipe para assegurar a adesão ao tratamento. Os programas proporcionam um nível de supervisão gradual em diferentes situações residenciais, variando de um suporte de 24 hora a visitas domésticas periódicas. Esses programas ajudam a promover a autonomia do paciente, ao mesmo tempo em que proporcionam cuidados suficientes para minimizar a probabilidade de recidiva e reduzir a necessidade de internação. Os programas comunitários assertivos prestam serviços no lar do paciente ou em outra moradia, baseando-se em proporções altas de membros da equipe por paciente; as equipes de tratamento prestam diretamente todos ou quase todos os serviços de tratamento exigidos.
Durante recidivas graves, internação ou cuidados de crise em alternativa ao hospital podem ser necessários, assim como pode se tornar necessária internação involuntária se o paciente representar risco de si mesmo ou para outras pessoas. Apesar da melhor reabilitação e dos melhores serviços de apoio comunitário, uma pequena porcentagem de pacientes, sobretudo os pacientes com deficiências cognitivas graves e os resistentes à terapia com fármacos, requer cuidados institucionais ou outros cuidados de suporte prolongados (6).
A terapia cognitiva de remediação ajuda alguns pacientes. Essa terapia é projetada para melhorar a função neurocognitiva (p. ex., atenção, memória de trabalho, funcionamento executivo, cognição social) e ajuda os pacientes a aprenderem ou reaprenderem a fazer tarefas. A terapia também permite que os pacientes funcionem melhor.
O uso de substâncias químicas constitui um problema significativo para muitos esquizofrênicos. Há evidências de que o uso de cannabis ou alucinógenos é muito perturbador para os pacientes com esquizofrenia, e deve ser fortemente desencorajado e tratado de modo agressivo se presente. O abuso de substâncias comórbido é um preditor significante de desfecho ruim, podendo provocar não adesão ao medicamento, recaídas repetidas, hospitalizações frequentes, declínio no funcionamento e perda do suporte social, incluindo morar na rua (7).
Psicoterapia
O objetivo da psicoterapia na esquizofrenia é desenvolver uma relação colaborativa entre os pacientes, os familiares e o médico, de forma que os pacientes consigam aprender a controlar a doença, tomar os medicamentos conforme prescrito e lidar com o estresse de forma mais eficaz.
Ainda que a psicoterapia individual em combinação com a terapia medicamentosa constitua abordagem comum, poucas diretrizes empíricas estão disponíveis. A psicoterapia que começa direcionada às necessidades básicas de serviços sociais do paciente, que proporciona suporte e educação a respeito da natureza da enfermidade, que promove atividades adaptativas e que se baseia na empatia e na compreensão dinâmica sadia da esquizofrenia é provavelmente mais efetiva. Muitos pacientes precisam de apoio psicológico empático para se adaptarem ao que constitui frequentemente uma enfermidade vitalícia, podendo limitar, de forma substancial, seu funcionamento.
Entre as abordagens de psicoterapia individual, houve avanços significativos na terapia cognitivo-comportamental para a esquizofrenia. Essa terapia, realizada em contexto individual ou em grupo, pode ter como foco a redução de pensamentos delirantes, alucinações e sintomas negativos.
Para pacientes que vivem com suas famílias, intervenções familiares psicoeducacionais podem reduzir a frequência de recaída. Grupos de suporte e defesa, como o National Alliance on Mental Illness, são muitas vezes úteis aos familiares.
Curso da doença
No primeiro ano após o diagnóstico, o prognóstico se relaciona estreitamente com a adesão aos medicamentos psicoativos prescritos e evitação do uso de drogas ilícitas.
Durante os primeiros 5 anos após a instalação dos sintomas, o funcionamento pode deteriorar e as habilidades sociais e de trabalho podem declinar, com negligenciamento progressivo do autocuidado. Os sintomas negativos podem aumentar em gravidade e o funcionamento cognitivo pode declinar. Posteriormente, o nível de incapacitação tende a atingir um platô. A gravidade da doença pode diminuir mais tarde na vida, sobretudo entre as mulheres (8). Transtornos de movimentos espontâneos podem se desenvolver em pacientes que tenham graves sintomas negativos e disfunção cognitiva, mesmo quando antipsicóticos não são utilizados.
Referências sobre tratamento
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2. Zipursky RB, Menezes NM, Streiner DL. Risk of symptom recurrence with medication discontinuation in first-episode psychosis: a systematic review. Schizophr Res. 2014 Feb;152(2-3):408-14. doi: 10.1016/j.schres.2013.08.001
3. Keepers GA, Fochtmann LJ, Anzia JM, et al. The American Psychiatric Association Practice Guideline for the Treatment of Patients With Schizophrenia. Am J Psychiatry. 2020 Sep 1;177(9):868-872. doi: 10.1176/appi.ajp.2020.177901
4. Correll CU, Rubio JM, Inczedy-Farkas G, et al. Efficacy of 42 pharmacologic cotreatment strategies added to antipsychotic monotherapy in schizophrenia: Systematic overview and quality appraisal of the meta-analytic evidence. JAMA Psychiatry 74(7):675-684, 2017. doi: 10.1001/jamapsychiatry.2017.0624
5. Wang SM, Han C, Lee SJ. Investigational dopamine antagonists for the treatment of schizophrenia. Expert Opin Investig Drugs 26(6):687-698, 2017. doi: 10.1080/13543784.2017.1323870
6. Uggerby P, Nielsen RE, Correll CU, et al. Characteristics and predictors of long-term institutionalization in patients with schizophrenia. Schizophr Res. 2011 Sep;131(1-3):120-6. doi: 10.1016/j.schres.2011.03.001
7. Patel R, Chan KMY, Palmer EOC, et al. Associations of comorbid substance use disorders with clinical outcomes in schizophrenia using electronic health record data. Schizophr Res. 2023 Oct;260:191-197. doi: 10.1016/j.schres.2023.08.023
8. Grossman LS, Harrow M, Rosen C, Faull R, Strauss GP. Sex differences in schizophrenia and other psychotic disorders: a 20-year longitudinal study of psychosis and recovery. Compr Psychiatry. 2008;49(6):523-529. doi:10.1016/j.comppsych.2008.03.004
Prognóstico da esquizofrenia
Alguns pacientes com esquizofrenia (15 a 25%) atingem recuperação, com retorno funcional completo ou quase completo. Cerca de um terço tem alguma melhora, mas experimenta recaídas e/ou incapacidade residual. Até 40% têm um desfecho de longo prazo desfavorável. Um padrão de recaída e remissão é comum. Até 10% morrem por suicídio, e a redução média da expectativa de vida é de aproximadamente 15 anos (1–4). Para uma revisão abrangente dos preditores de desfecho na esquizofrenia, ver Van Dee et al (5).
Fatores associados a um bom prognóstico incluem os seguintes (5):
Bom funcionamento pré-mórbido (p. ex., bom estudante, história de trabalho intenso)
Início de enfermidade tardio e/ou repentino
História familiar de transtornos de humor, em vez de esquizofrenia
Prejuízo cognitivo mínimo
Poucos sintomas negativos
Menor duração da psicose não tratada
Fatores associados a prognóstico desfavorável incluem:
Idade de início precoce
Funcionamento pré-mórbido deficiente
História familiar de esquizofrenia
Muitos sintomas negativos
Duração mais longa da psicose não tratada
Estudos provenientes da iniciativa RAISE (Recovery After an Initial Schizophrenia Episode) mostraram que quanto antes o tratamento for iniciado e quanto mais forte, melhor o resultado (6).
Relatou-se que homens têm resultados piores do que mulheres (7), embora isso não seja consistente em todos os estudos; as mulheres respondem melhor ao tratamento com antipsicóticos (8, 9).
Transtornos psiquiátricos concomitantes podem estar associados a um prognóstico desfavorável. A esquizofrenia pode coexistir com outros transtornos mentais. Quando associada a sintomas obsessivo-compulsivos significativos, tem prognóstico particularmente ruim; com sintomas de transtorno de personalidade borderline, possui prognóstico melhor. Cerca de 30% das pessoas com esquizofrenia experimentarão um ou mais episódios de depressão maior em algum momento de suas vidas (10).
Referências sobre prognóstico
1. Molstrom IM, Nordgaard J, Urfer-Parnas A, Handest R, Berge J, Henriksen MG. The prognosis of schizophrenia: A systematic review and meta-analysis with meta-regression of 20-year follow-up studies. Schizophr Res. 2022 Dec;250:152-163. doi: 10.1016/j.schres.2022.11.010
2. Jääskeläinen E, Juola P, Hirvonen N, McGrath JJ, Saha S, Isohanni M, Veijola J, Miettunen J. A systematic review and meta-analysis of recovery in schizophrenia. Schizophr Bull. 2013 Nov;39(6):1296-306. doi: 10.1093/schbul/sbs130
3. Hjorthøj C, Stürup AE, McGrath JJ, Nordentoft M. Years of potential life lost and life expectancy in schizophrenia: a systematic review and meta-analysis. Lancet Psychiatry. 2017 Apr;4(4):295-301. doi: 10.1016/S2215-0366(17)30078-0. Epub 2017 Feb 22. Erratum in: Lancet Psychiatry 2017 Sep;4(9):e19. doi: 10.1016/S2215-0366(17)30326-7
4. Keepers GA, Fochtmann LJ, Anzia JM, et al. The American Psychiatric Association Practice Guideline for the Treatment of Patients With Schizophrenia. Am J Psychiatry. 2020;177(9):868-872. doi:10.1176/appi.ajp.2020.177901
5. van Dee V, Schnack HG, Cahn W. Systematic review and meta-analysis on predictors of prognosis in patients with schizophrenia spectrum disorders: An overview of current evidence and a call for prospective research and open access to datasets. Schizophr Res. 2023;254:133-142. doi:10.1016/j.schres.2023.02.024
6. Kane JM, Robinson DG, Schooler NR, et al. Comprehensive Versus Usual Community Care for First-Episode Psychosis: 2-Year Outcomes From the NIMH RAISE Early Treatment Program. Am J Psychiatry. 2016;173(4):362-372. doi:10.1176/appi.ajp.2015.15050632
7. Ochoa S, Usall J, Cobo J, Labad X, Kulkarni J. Gender differences in schizophrenia and first-episode psychosis: a comprehensive literature review. Schizophr Res Treatment. 2012;2012:916198. doi:10.1155/2012/916198
8. Storosum BWC, Mattila T, Wohlfarth TD, Gispen-de Wied CC, Roes KCB, den Brink WV, de Haan L, Denys DAJP, Zantvoord JB. Gender differences in the response to antipsychotic medication in patients with schizophrenia: An individual patient data meta-analysis of placebo-controlled studies. Psychiatry Res. 2023 Feb;320:114997. doi: 10.1016/j.psychres.2022.114997
9. Giordano GM, Bucci P, Mucci A, Pezzella P, Galderisi S. Gender Differences in Clinical and Psychosocial Features Among Persons With Schizophrenia: A Mini Review. Front Psychiatry. 2021 Dec 22;12:789179. doi: 10.3389/fpsyt.2021.789179
10. Etchecopar-Etchart D, Korchia T, Loundou A, Llorca PM, Auquier P, Lançon C, Boyer L, Fond G. Comorbid Major Depressive Disorder in Schizophrenia: A Systematic Review and Meta-Analysis. Schizophr Bull. 2021 Mar 16;47(2):298-308. doi: 10.1093/schbul/sbaa153
Pontos-chave
A esquizofrenia é caracterizada por psicose, alucinações, delírios, fala e comportamento desorganizados, afeto aplainado, deficits cognitivos e disfunção ocupacional e social.
Suicídio é uma causa comum de morte prematura.
Ameaças de violência e crises de agressividade menores são muito mais comuns do que os comportamentos realmente perigosos, mas esse comportamento pode ser mais comum nas pessoas com psicose paranoide que utilizam fármacos.
Tratar com fármaco antipsicótico precocemente selecionado com base principalmente no perfil dos efeitos colaterais, via de administração necessária e resposta prévia do paciente ao fármaco.
A psicoterapia ajuda os pacientes a entender e controlar suas doenças, tomar os medicamentos conforme prescrito e lidar com o estresse de forma mais eficaz.
Com o tratamento, até um quarto dos pacientes alcança recuperação; um terço apresenta alguma melhora, mas com recaídas intermitentes e incapacidade residual; e até 40% permanecem gravemente incapacitados.
