Síndrome metabólica

(Síndrome X; Síndrome de resistência à insulina)

PorShauna M. Levy, MD, MS, Tulane University School of Medicine;
Michelle Nessen, MD, Tulane University School of Medicine
Revisado/Corrigido: ago 2021
Visão Educação para o paciente

A síndrome metabólica caracteriza-se por uma grande circunferência abdominal (decorrente do excesso de gordura abdominal), hipertensão, glicemia de jejum ou resistência à insulina e dislipidemia. Causas, complicações, diagnóstico e tratamento são similares àqueles da obesidade.

A incidência da síndrome metabólica muitas vezes é comparada à da obesidade e do diabetes tipo 2. A síndrome metabólica é muito comum, possivelmente afetando > 40% das pessoas com > 50 anos de idade nos Estados Unidos. Crianças e adolescentes podem desenvolvê-la, mas nesses grupos a definição não está bem estabelecida.

O desenvolvimento da síndrome metabólica depende tanto da distribuição quanto da quantidade de gordura. O excesso de gordura abdominal (obesidade central), em particular quando resulta em alta razão cintura-quadril (refletindo uma razão massa muscular-gordura relativamente baixa), aumenta o risco. A síndrome é menos comum entre as pessoas que acumulam gordura no quadril (“em forma de pera”) e naquelas que apresentam baixa relação cintura-quadril.

O excesso de gordura abdominal ocasiona proliferação de ácidos graxos livres na veia porta, aumentando a concentração de gordura no fígado. A gordura também se acumula nas células musculares. Ocorre resistência à insulina, com hiperinsulinemia. O metabolismo da glicose é prejudicado, havendo dislipidemias e hipertensão. Tipicamente, os níveis séricos de ácido úrico estão elevados (aumentando o risco de gota), desenvolvendo-se um estado inflamatório e um estado protrombótico (com níveis mais altos de fibrinogênio e inibidor do ativador de plasminogênio I).

Os riscos da síndrome metabólica são

Diagnóstico da síndrome metabólica

  • Circunferência da cintura e pressão arterial

  • Glicemia em jejum e perfil lipídico

O rastreamento da síndrome metabólica é importante. História familiar mais medida da cintura e pressão arterial são parte dos cuidados de rotina. Se pacientes com história familiar de diabetes tipo 2, particularmente aqueles com 40 anos, tiverem medida de circunferência maior que o recomendado para raça e sexo, deve-se determinar glicemia de jejum e perfil lipídico.

A síndrome metabólica tem muitas definições diferentes; mas, na maioria das vezes, é diagnosticada na presença de 3 dos seguintes fatores (ver tabela Critérios que costumam ser utilizados para o diagnóstico da síndrome metabólica):

  • Excesso de gordura abdominal

  • Alto nível de glicemia em jejum

  • Hipertensão

  • Alto nível de triglicérides

  • Baixo nível de colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL)

Tabela

Tratamento da síndrome metabólica

  • Dieta saudável e atividade física

  • Metformina em alguns casos

  • Tratamento de fatores de risco cardiovascular

Idealmente, a abordagem resulta em perda ponderal com base em dieta saudável e atividade física regular, incluindo uma combinação de exercícios aeróbicos e treino de resistência, reforçados com terapia comportamental. Metformina, um sensibilizador de insulina ou uma tiazolidinediona (p. ex., rosiglitazona, pioglitazona) podem ser úteis. Perda ponderal de 7% pode ser suficiente para reverter a síndrome; mas se não for, cada característica da síndrome deve ser controlada para alcançar os alvos recomendados; o tratamento medicamentoso disponível é bastante eficaz.

Outros fatores de risco cardiovascular (p. ex., cessação do tabagismo) também devem ser controlados. O aumento da atividade física proporciona benefícios cardiovasculares mesmo que não haja perda ponderal.

Pontos-chave

  • O excesso de gordura abdominal leva à glicemia anormal em jejum ou resistência à insulina, dislipidemias e hipertensão.

  • A síndrome metabólica é extremamente comum (p. ex., prevalência possivelmente nos Estados Unidos de > 40% em pessoas com > 50 anos).

  • Determinar a circunferência da cintura, pressão arterial, glicemia plasmática em jejum e perfil lipídico.

  • Enfatizar que é necessário seguir uma dieta saudável e praticar exercícios, gerenciar os fatores de risco cardiovascular; se essas medidas não forem completamente eficazes, considerar o uso de metformina.

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