Guerra biológica (GB) é o uso de agentes microbiológicos para propósitos hostis. Tal uso é contrário às leis internacionais e, na realidade, raramente foi aplicado durante as guerras oficiais na história moderna, apesar das extensas preparações e da estocagem de agentes biológicos ocorridas no século 20 pela maioria das grandes potências (incluindo o desenvolvimento de cepas resistentes a múltiplas fármacos). A área de maior preocupação é o uso de agentes GB por grupos terroristas. Acredita-se que os agentes biológicos são as melhores armas nesses casos. Esses agentes são entregues clandestinamente e possuem efeitos retardados, permitindo que o usuário permaneça incógnito.
O Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos atribuiu uma lista de prioridades a toxinas e agentes biológicos e a dividiu em 3 grupos: A (prioridade mais alta), B e C (ver tabela Toxinas e agentes biológicos de alta prioridade do CDC).
O uso deliberado de agentes de GB para causar mortes em massa provavelmente implicaria na disseminação de aerossóis para promover a doença por inalação e, portanto, o antraz inalável e a peste pneumônica são as 2 doenças mais prováveis de ocorrer nestas circunstâncias.
(Ver também Visão geral dos incidentes com armas de destruição em massa.)
Reconhecimento de lesões por armas biológicas
Pode ser difícil diferenciar o uso de um agente de guerra biológica (GB) de um surto natural de doença. As pistas para uma origem deliberada em vez de natural de uma epidemia da doença são:
Casos de doenças normalmente não vistos na área geográfica
Distribuição incomum dos casos entre segmentos da população
Taxas de ataque ignificativamente diferentes entre aqueles dentro e fora de edifícios
Surtos separados em áreas geograficamente não contíguas
Vários surtos simultâneos ou em série de diferentes doenças na mesma população
Vias incomuns de exposição (p. ex., inalação)
Doença zoonótica que ocorre em seres humanos, em vez de animais
Doença zoonótica que ocorre pela primeira vez em seres humanos e ena seguir em seu vetor típico
Doença zoonótica que surge em uma área com baixa prevalência do vetor típico da doença
Gravidade incomum da doença
Cepas incomuns dos agentes infecciosos
Falha da resposta à terapia convencional
A investigação epidemiológica dos casos e a cooperação com as autoridades são cruciais, assim como a comunicação do risco para o público em geral.
Apresentação clínica, diagnóstico e tratamento dos pacientes com doenças causadas por agentes de GB de alto risco são discutidos em outras partes deste Manual: antrax, peste, varíola, tularemia e febres hemorrágicas virais. O tratamento das epidemias decorrentes de agentes de guerra biológica não difere daquele dos surtos naturais, exceto que os médicos devem estar atentos aos padrões incomuns de resistência a antibióticos.
Pode ser necessário proceder ao isolamento (dos pacientes) e à quarentena (dos contatos). A maioria da doenças transmissíveis deliberadamente disseminadas são a varíola (para a qual são necessárias precauções ambientais) e a peste pneumônica (exigindo precauções de gotículas).
Resposta a lesões por armas biológicas
Por causa dos períodos de incubação relativamente longos da doenças causadas por agentes de GB, a maioria das vidas será salva ou perdida no ambiente hospitalar. São necessários suprimentos adequados de vacinas, antibióticos e antivirais para os pacientes hospitalizados e para seus contatos e sistemas para distribuição dessas contramedidas médicas para os membros do público geralmente com alto risco de exposição são cruciais.
As opiniões expressas neste artigo são as do autor e não refletem a política oficial do Departamento das Forças Armadas, Departamento de Defesa ou o Governo dos Estados Unidos.
Informações adicionais
O recurso em inglês a seguir pode ser útil. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo deste recurso.
Centers for Disease Control and Prevention: Emergency Preparedness and Response: uma lista em ordem alfabética dos agentes e doenças ligados ao bioterrorismo. Acessado em 4 de janeiro de 2023.