Arbovírus (vírus transmitidos por artrópodes) aplica-se ao vírus que é transmitido para seres humanos e outros vertebrados por certas espécies de artrópodes que se alimentam de sangue, principalmente insetos (moscas e mosquitos) e aracnídeos (carrapatos).
Doença de Mayaro
O vírus Mayaro é um alfavírus da família Togaviridae e é transmitido por mosquitos do gênero Haemagogus.
O vírus Mayaro foi encontrado na América Central, no Caribe e em partes da América do Sul. É endêmica nas regiões tropicais da América do Sul (Trinidad e Tobago, Suriname, Guiana Francesa, Brasil, Peru, Bolívia e Venezuela), com o maior número de casos registrados no Brasil.
A doença de Mayaro é uma enfermidade semelhante à dengue caracterizada por sintomas predominantemente leves, como febre, cefaleia, mialgias, artralgias e exantema. A doença costuma ser autolimitada. Manifestações graves são raras, mas poliartrite crônica, hemorragia, miocardite e complicações neurológicas foram relatadas (1, 2).
Testes sorológicos apresentam reação cruzada com arbovírus relacionados, o que dificulta o diagnóstico. É necessária a confirmação da sorologia positiva por reação em cadeia da polimerase com transcriptase reversa (RT-PCR).
Não há antivirais específicos disponíveis para o vírus Mayaro; o tratamento consiste em medidas de suporte voltadas ao alívio dos sintomas (3).
A prevenção da doença de Mayaro envolve proteção contra picadas de mosquitos e controle do vetor. Não há vacina disponível.
Referências sobre doença de Mayaro
1. Centers for Disease Control and Prevention: Mayaro Virus: Data and Maps for Mayaro. December 13, 2024. Accessed June 23, 2025.
2. Acosta-Ampudia Y, Monsalve DM, Rodríguez Y, Pacheco Y, Anaya JM, Ramírez-Santana C: Mayaro: an emerging viral threat? Emerg Microbes Infect 7(1):163, 2018. Publicado em 2018 Set 26. doi:10.1038/s41426-018-0163-5
3. Wei LLL, Tom R, Kim YC: Mayaro Virus: An Emerging Alphavirus in the Americas. Viruses 2024;16(8):1297, 2024. Publicado em 2024 Ago 14. doi:10.3390/v16081297
Febre pelo vírus Oropouche
O vírus Oropouche é um bunyavírus do grupo Simbu.
O vírus Oropouche é transmitido para seres humanos por Culicoides paraensis, uma espécie de muruim (mosquitos muito pequenos) presente nas Américas do Sul e Central e no Caribe. Pode ocorrer transmissão vertical durante a gestação. Um relato de caso que descreve a detecção do vírus Oropouche no sêmen de um paciente com infecção por esse vírus levanta preocupações quanto ao possível risco de transmissão sexual (1).
A transmissão do vírus Oropouche ocorre em 2 ciclos:
Selvagem
Urbano-epidêmico
No ciclo selvagem, o reservatório do vírus Oropouche são os animais selvagens (p. ex., primatas, preguiças, certos artrópodes). No ciclo urbano-epidêmico, os humanos são o principal reservatório, e o ciclo de infecção é de humano para humano através do mosquito como vetor.
O vírus Oropouche tem grande potencial epidêmico em toda a sua área de distribuição. Diversos surtos de febre de Oropouche foram registrados em países da América do Sul e do Caribe, em áreas próximas a centros urbanos fora da bacia amazônica (2). A OMS recomenda que a febre pelo vírus Oropouche seja incluída no diagnóstico diferencial clínico das outras arboviroses febris comuns, (p. ex., chikungunya, dengue, febre amarela, zica) (3).
Nos humanos, a febre pelo vírus oropouche lembra a dengue, causando febre e infecção aguda. Raramente, pacientes com casos graves apresentam meningite e meningoencefalite.
A infecção pelo vírus Oropouche durante a gravidez está associada a desfechos gestacionais desfavoráveis (p. ex., óbitos fetais, natimortos, defeitos congênitos).
O diagnóstico é feito pela detecção viral por cultura ou RT-PCR, quando disponível (4). O tratamento é de suporte.
A prevenção da febre pelo vírus oropouche é evitando as picadas de mosquitos. Não há vacina disponível.
Referências sobre febre de Oropouche
1. Castilletti C, Huits R, Mantovani RP, Accordini S, Alladio F, Gobbi F: Replication-Competent Oropouche Virus in Semen of Traveler Returning to Italy from Cuba, 2024. Emerg Infect Dis 30(12):2684-2686, 2024. doi:10.3201/eid3012.241470
2. Centers for Disease Control and Prevention: Oropouche: 2024 Oropouche Outbreak. March 25, 2025. Accessed June 23, 2025.
3. World Health Organization: Disease Outbreak News: Oropouche virus disease - Peru. June 3, 2016. Accessed June 23, 2025.
4. Riccò M, Corrado S, Bottazzoli M, et al: (Re-)Emergence of Oropouche Virus (OROV) Infections: Systematic Review and Meta-Analysis of Observational Studies. Viruses 16(9):1498, 2024. doi:10.3390/v16091498
Encefalite transmitida por carrapato
A encefalite por carrapatos é causada por um flavivírus que apresenta 3 subtipos principais (europeu, siberiano e do Extremo Oriente) e 2 adicionais (baikaliano e himalaico).
A encefalite por carrapatos é transmitida ao homem principalmente pela picada de carrapatos de corpo duro infectados, sendo Ixodes ricinus na Europa e Ixodes persulcatus na Sibéria e no Extremo Oriente. Os carrapatos são os vetores e os reservatórios do vírus, e pequenos roedores são o hospedeiro amplificador primário. A encefalite transmitida por carrapatos também pode ser adquirida pela ingestão de laticínios não pasteurizados (p. ex., leite, queijo) de cabras, ovelhas ou vacas infectadas, bem como por transfusão de sangue, transplante de órgãos, amamentação ou exposição durante a manipulação laboratorial de amostras.
Foram relatados casos em áreas que se estendem do leste da França ao norte do Japão e partes do norte da África. A maior incidência na Europa está na República Tcheca, nos países bálticos e na Eslovênia. Casos nos Estados Unidos são raros, ocorrendo entre pessoas que viajaram para a Europa ou China (1).
Os casos ocorrem do início da primavera ao final do verão, quando os carrapatos são mais ativos.
Inicialmente, ocorre uma doença leve semelhante à gripe que geralmente desaparece em alguns dias (2). Alguns pacientes evoluem com sintomas mais graves (p. ex., meningite ou meningoencefalite). A incidência e a gravidade da doença são mais elevadas nas pessoas ≥ 50 anos. A taxa de letalidade e a frequência de sequelas neurológicas variam de acordo com o subtipo viral, sendo o subtipo do Extremo Oriente o de maior mortalidade (3).
Deve-se suspeitar de encefalite transmitida por carrapatos em viajantes que têm ambos estes sintomas:
Doença febril inespecífica que evolui para doença neuroinvasiva 4 semanas após o retorno de uma região endêmica
Risco de exposição ao carrapato
O diagnóstico da encefalite transmitida por carrapatos costuma ser feito pela sorologia por detecção de anticorpos IgM específicos no sangue ou no líquido cefalorraquidiano, que tipicamente só aparecem após o início das manifestações neurológicas. O vírus que causa encefalite transmitida por carrapatos às vezes pode ser detectado no soro por isolamento do vírus ou por transcrição reversa seguida por reação em cadeia da polimerase (RT- PCR) no início da doença, antes que os títulos dos anticorpos tenham subido.
Como ocorre em outras meningoencefalites virais, o tratamento é de suporte.
A prevenção da encefalite transmitida por carrapatos envolve evitar picadas de carrapatos. Uma vacina está disponível em algumas áreas onde a encefalite transmitida por carrapato é endêmica (4). Uma vacina está disponível nos Estados Unidos para viajantes norte-americanos que visitam áreas endêmicas que têm risco de exposição ao carrapato (5).
Referências sobre encefalite transmitida por carrapato
1. Hills SL, Gould CV: Tick-Borne Encephalitis. In CDC Yellow Book: Health Information for International Travel. April 23, 2025. Accessed June 23, 2025.
2. Chiffi G, Grandgirard D, Leib SL, Chrdle A, Růžek D: Tick-borne encephalitis: A comprehensive review of the epidemiology, virology, and clinical picture. Rev Med Virol 33(5):e2470, 2023. doi:10.1002/rmv.2470
3. Centers for Disease Control and Prevention: Tick-borne Encephalitis Virus: Clinical Signs and Symptoms of Tick-borne Encephalitis. May 15, 2024. Accessed June 23, 2025.
4. European Centre for Disease Prevention and Control: Vaccine Scheduler: Tick-Borne Encephalitis: Recommended vaccinations. 2025. Accessed June 23, 2025.
5. Centers for Disease Control and Prevention: Tick-borne Encephalitis Virus: Tick-borne Encephalitis Vaccine. May 15, 2024. Accessed June 23, 2025.
Vírus Powassan
Nos Estados Unidos, a encefalite transmitida por carrapatos é causada principalmente pelo vírus Powassan, um flavivírus antigenicamente relacionado com os vírus do Nilo Ocidental, o vírus da encefalite de St. Louis e o vírus da encefalite transmitida por carrapatos. As infecções pelo vírus Powassan foram notificadas principalmente nos estados do nordeste dos Estados Unidos e na região dos Grandes Lagos, mas também foram relatadas no sudeste do Canadá e na Rússia (região sudeste da Sibéria, nordeste de Vladivostok).
Nos Estados Unidos, existem 2 tipos de vírus Powassan, ambos vinculados a doenças humanas:
Linhagem 1 do vírus Powassan: associada aos carrapatos Ixodes cookei ou Ixodes marxi
Linhagem 2 do vírus Powassan (às vezes chamada vírus do carrapato do alce): associada ao carrapato Ixodes scapularis, o mesmo carrapato que propaga a doença de Lyme, a anaplasmose e a babesiose
A maioria das infecções é causada pelo vírus Powassan da linhagem 2 porque carrapatos I. cookei raramente picam as pessoas.
O tempo que um carrapato infectado deve estar preso à pessoa para poder transmitir o vírus Powassan é provavelmente muito mais curto (15 minutos) do que o tempo necessário para a transmissão da doença de Lyme (24 a 48 horas) (1).
A encefalite pelo vírus Powassan é rara (menos de 50 casos por ano nos Estados Unidos relatados em 2019), mas o risco de infecção provavelmente está aumentando, dada a alta prevalência do vírus Powassan em carrapatos e mamíferos selvagens nos Estados Unidos (2). Os casos ocorrem do final da primavera até meados do outono, quando os carrapatos estão mais ativos (3).
Um pródromo semelhante à gripe pode ser seguido por manifestações neurológicas. Sequelas neurológicas (p. ex., psicose, sonolência, disartria, espasticidade, cefaleia) são comuns. A taxa de letalidade relatada é alta (até 10 a 15%) (1), mas pode refletir um viés de notificação, pois a soropositividade em regiões endêmicas é maior do que as taxas de casos relatados, sugerindo infecção assintomática.
Deve-se considerar a infecção pelo vírus Powassan em pacientes com encefalite, especialmente naqueles com história de picada de carrapato, exposição significativa ao ar livre, ou viagem recente ou residência em uma área endêmica. O diagnóstico é semelhante ao da encefalite transmitida por carrapatos, com sorologia para detectar os anticorpos IgM específicos contra o vírus Powassan no sangue ou no líquido cefalorraquidiano e confirmados por testes para anticorpos neutralizantes de amostras séricas de fase aguda e da convalescença em um laboratório de saúde pública estadual ou nos CDCs nos Estados Unidos.
O tratamento é amplamente de suporte, uma vez que não existem terapias antivirais específicas. A eficácia dos corticosteroides é incerta, de acordo com relatos de caso (2). Não há vacina para a infecção pelo vírus Powassan; a vacina para encefalite transmitida por carrapatos não protege contra o vírus Powassan.
As pessoas em risco devem utilizar medidas de proteção pessoal para evitar picadas de carrapatos.
Referências sobre o vírus Powassan
1. Doughty CT, Yawetz S, Lyons J: Emerging Causes of Arbovirus Encephalitis in North America: Powassan, Chikungunya, and Zika Viruses. Curr Neurol Neurosci Rep 17(2):12, 2017. doi:10.1007/s11910-017-0724-3
2. Piantadosi A, Solomon IH: Powassan Virus Encephalitis. Infect Dis Clin North Am 36(3):671-688, 2022. doi:10.1016/j.idc.2022.03.003
3. Centers for Disease Control and Prevention: Powassan Virus: Data and Maps for Powassan. June 3, 2025. Accessed June 23, 2025.
Outros vírus transmitidos por carrapatos
Outros vírus transmitidos por carrapatos nos Estados Unidos incluem:
Vírus Bourbon: esse vírus foi isolado de um único paciente que morreu com falência múltipla de órgãos no condado de Bourbon, no Kansas. Um número limitado de casos foi relatado no sul e centro-oeste dos Estados Unidos (1). A infecção se manifesta como síndrome gripal acompanhada de exantema.
Vírus Heartland: em 2022, houve mais de 60 casos de doença do vírus Heartland notificados em estados do meio-oeste, nordeste e sul dos Estados Unidos (2). O vírus Heartland foi detectado em cervos, guaxinins, coiotes e alces em 13 estados, desde o Texas até a Carolina do Norte e da Flórida ao Maine. A infecção por esse vírus geralmente provoca doença febril autolimitada e inespecífica, que pode ser acompanhada de leucopenia, trombocitopenia e elevação das transferases hepáticas. Um paciente morreu. Considerar infecção pelo vírus Heartland em pacientes em tratamento para ehrlichiose que não estão respondendo à terapia com doxiciclina. O vírus Heartland não tem um tratamento específico e é tratado com cuidados de suporte.
Vírus da febre do carrapato do Colorado: um coltivírus causa a febre do carrapato do Colorado. A febre do carrapato do Colorado foi diagnosticada em regiões do oeste dos Estados Unidos e do Canadá que estão entre 1.200 e 3.000 metros acima do nível do mar onde o carrapato vetor Dermacentor andersoni está localizado. A doença é rara, com uma mediana de 7 casos notificados por ano nos Estados Unidos (3). Causa uma doença febril inespecífica que raramente é complicada por meningite ou encefalite. Raramente é transmitido por transfusão de sangue.
Referências sobre outros vírus transmitidos por carrapatos
1. Centers for Disease Control and Prevention: Bourbon Virus: About Bourbon. May 14, 2024. Accessed June 23, 2025.
2. Centers for Disease Control and Prevention: Heartland Virus: Data and Maps for Heartland. May 15, 2024. Accessed June 23, 2025.
3. Centers for Disease Control and Prevention: Colorado Tick Fever Virus: Data and Maps for Colorado Tick Fever. May 15, 2024. Accessed June 23, 2025.
Vírus do sorogrupo da encefalite da Califórnia
Os vírus do sorogrupo da encefalite da Califórnia, como o vírus da encefalite da Califórnia, o vírus da lebre-americana, o vírus La Crosse e o vírus Jamestown Canyon, são arbovírus e pertencem à família Bunyaviridae. Esses vírus são transmitidos e mantidos por mosquitos Aedes e ocorrem nas Montanhas Rochosas, leste dos Estados Unidos, sudeste do Canadá e oeste da Europa.
Os vírus do sorogrupo da encefalite da Califórnia causam doença febril acompanhada de sintomas do sistema nervoso central (p. ex., febre, sonolência, obnubilação, achados neurológicos focais, convulsões) e podem levar à encefalite ou meningoencefalite (1). Os sintomas ocorrem principalmente em crianças, exceto pelo vírus Jamestown Canyon, que também pode afetar adultos. Envolvimento do lobo temporal pode imitar encefalite herpética; 20% dos pacientes desenvolvem problemas comportamentais ou crises recorrentes (2).
Não há tratamento disponível. A prevenção envolve proteção contra picadas de mosquitos e controle do vetor.
Referências dos vírus do sorogrupo da encefalite da Califórnia
1. Webster D, Dimitrova K, Holloway K, Makowski K, Safronetz D, Drebot MA: California Serogroup Virus Infection Associated with Encephalitis and Cognitive Decline, Canada, 2015. Emerg Infect Dis 23(8):1423-1424, 2017. doi:10.3201/eid2308.170239
2. Evans AB, Peterson KE: Throw out the Map: Neuropathogenesis of the Globally Expanding California Serogroup of Orthobunyaviruses. Viruses 11(9):794, 2019. Publicado em 2019 Ago 29. doi:10.3390/v11090794
Febre hemorrágica de Omsk e doença da floresta de Kyasanur
Febre hemorrágica de Omsk e doença da floresta de Kyasanur são arbovírus e são transmitidas por carrapatos duros ou por contato direto com um animal infectado (p. ex., roedor, macaco). A febre hemorrágica de Omsk é causada por um flavivírus; ela ocorre na Rússia, incluindo Sibéria. Doença da floresta de Kyasanur, também causada por um flavivírus, ocorre na Índia.
Febre hemorrágica de Omsk e doença da floresta de Kyasanur são enfermidades febris agudas acompanhadas por diátese hemorrágica, dor abdominal, pressão arterial baixa, leucopenia e trombocitopenia; alguns pacientes desenvolvem encefalite na terceira semana (1). A taxa de letalidade é < 3% dos casos para a febre hemorrágica de Omsk e de 3 a 5% para a doença da floresta de Kyasanur (2, 3).
A prevenção consiste em evitar picadas de mosquitos e animais infectados. Uma vacina para o vírus da febre de Kyasanur é produzida na Índia.
Referências sobre febre hemorrágica de Omsk e doença da floresta de Kyasanur
1. Centers for Disease Control and Prevention: Omsk Hemorrhagic Fever: About Omsk Hemorrhagic Fever. January 25, 2024. Accessed June 23, 2025.
2. Centers for Disease Control and Prevention: Kyasanur Forest Disease: About Kyasanur Forest Disease. March 8, 2024. Accessed June 23, 2025.
3. Gupta N, Wilson W, Neumayr A, Saravu K: Kyasanur forest disease: a state-of-the-art review. QJM 115(6):351-358, 2022. doi:10.1093/qjmed/hcaa310
Febre do Vale Rift
A febre do Vale Rift, causada por um flebovírus, é um arbovírus e é disseminada por mosquitos e pode ser transmitida por
Contato direto ou indireto com sangue ou órgãos de animais infectados (p. ex., durante o abate ou procedimentos veterinários)
Inalação de aerossóis infectados
Ingestão de leite cru de animais infectados
Ovos de mosquitos Aedes infectados por vírus podem conter o vírus. Esses ovos infectados podem persistir por meses a anos e, quando cobertos por água, podem eclodir e produzir mosquitos fêmeas infectadas capazes de transmissão.
A febre do Vale Rift ocorre na África do Sul, na África Oriental e Ocidental, na Península Arábica e no Egito (1).
A febre do Vale do Rift se apresenta como uma doença febril com distúrbios gastrointestinais. Aproximadamente 5 a 20% dos pacientes com sintomas desenvolvem complicações graves, incluindo doenças oculares, meningoencefalite (1 a 5% dos casos) ou uma forma hemorrágica (que tem uma taxa de letalidade de 50%). Pode haver múltiplos casos de aborto na população bovina antes que apareçam casos humanos (2).
Existe uma vacina para gado, e ensaios clínicos da vacina para seres humanos começaram em 2024 (3).
Referências sobre a febre do Vale do Rift
1. Centers for Disease Control and Prevention: Viral Hemorrhagic Fevers: About Rift Valley Fever (RVF). May 14, 2024. Accessed June 23, 2025.
2. Tinto B, Quellec J, Cêtre-Sossah C, Dicko A, Salinas S, Simonin Y: Rift Valley fever in West Africa: A zoonotic disease with multiple socio-economic consequences. One Health 17:100583, 2023. Publicado em 2023 Jun 14. doi:10.1016/j.onehlt.2023.100583
3. Leroux-Roels I, Prajeeth CK, Aregay A, et al: Safety and immunogenicity of the live-attenuated hRVFV-4s vaccine against Rift Valley fever in healthy adults: a dose-escalation, placebo-controlled, first-in-human, phase 1 randomised clinical trial. Lancet Infect Dis 24(11):1245-1253, 2024. doi:10.1016/S1473-3099(24)00375-X
