Trombocitemia essencial

(Trombocitose essencial; trombocitemia primária)

PorJane Liesveld, MD, James P. Wilmot Cancer Institute, University of Rochester Medical Center
Reviewed ByJerry L. Spivak, MD; MACP, , Johns Hopkins University School of Medicine
Revisado/Corrigido: modificado set. 2025
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Visão Educação para o paciente

A trombocitemia essencial (TE) é uma neoplasia mieloproliferativa caracterizada por aumento da contagem de plaquetas, hiperplasia megacariocítica e tendência microvascular hemorrágica ou vasoespástica. Os sinais e sintomas podem incluir cefaleia (enxaqueca ocular), parestesias, hemorragia, eritromelalgia ou isquemia digital. O diagnóstico baseia-se na contagem plaquetária isolada > 450.000 plaquetas/mcL (> 450 × 109/L), massa eritrocitária normal ou hematócrito normal com depósitos adequados de ferro e ausência de mielofibrose, cromossomo Filadélfia (ou rearranjo BCR-ABL) ou doenças reativas que causam trombocitose. A maioria dos pacientes assintomáticos não requer nenhum tratamento. A presença de trombocitose extrema (contagem de plaquetas > 1.000.000 de plaquetas/mcL [> 1.000 × 109/L]) pode aumentar o risco de sangramento, que geralmente não é espontâneo. Não há correlação entre a contagem de plaquetas e o risco de trombose macrovascular.

(Ver também Visão geral das neoplasias mieloproliferativas.)

Etiologia da trombocitemia essencial

A trombocitemia essencial é um distúrbio clonal de células-tronco hematopoiéticas que causa aumento da produção de plaquetas. A trombocitemia essencial geralmente ocorre após os 50 anos de idade, com maior incidência em mulheres.

Uma mutação da enzima Janus quinase 2 (JAK2), JAK2V617F, é identificada em cerca de 50% dos pacientes; a JAK2 faz parte da família de enzimas tirosina quinase e participa da transdução de sinal para a eritropoietina, a trombopoietina e o fator estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF).

Outros pacientes têm mutação no éxon 9 do gene da calreticulina (CALR). As mutações CALR geralmente são de 2 tipos, chamados tipo 1 e tipo 2. Pacientes com mutações CALR tendem a ter maior contagem de plaquetas do que pacientes com mutações JAK2 (1).

Alguns pacientes têm uma mutação adquirida no gene do receptor de trombopoietina somática (MPL).

Referência sobre etiologia

  1. 1. Bellani V, Mora B, Iurlo A, Passamonti F. CALR-mutated myeloproliferative neoplasms. Leuk Lymphoma. 2025;66(7):1198-1210. doi:10.1080/10428194.2025.2465551

Fisiopatologia da trombocitemia essencial

A trombocitemia pode levar a:

  • Oclusões microvasculares

  • Trombose de grandes vasos

  • Sangramento

As oclusões microvasculares costumam comprometer os pequenos vasos distais dos membros (causando eritromelalgia), do olho (causando enxaqueca ocular) ou do sistema nervoso central (causando ataque isquêmico transitório). Nem todos os pacientes apresentam sintomas microvasculares, mesmo quando a contagem de plaquetas é alta.

Não está claro se o risco de trombose de grandes vasos que causa trombose venosa profunda ou embolia pulmonar é aumentado na trombocitemia essencial, particularmente porque as plaquetas estão envolvidas principalmente na trombose arterial e não há correlação entre a contagem de plaquetas e a trombose de grandes vasos. É mais provável que trombose de grandes vasos ocorra em pacientes com policitemia vera mascarada, e esses pacientes, principalmente mulheres, podem ter sido erroneamente diagnosticados como tendo trombocitemia essencial.

O sangramento é mais provável na trombocitose extrema (isto é, aproximadamente 1.000.000 de plaquetas/mcL [1000 × 109/L]); é decorrente de deficiência adquirida do fator de von Willebrand causada porque as plaquetas adsorvem e proteolizam os multímeros de von Willebrand de alto peso molecular, causando a síndrome de von Willebrand adquirida do tipo 2.

Sinais e sintomas da trombocitemia essencial

Os sintomas comuns são:

  • Hematoma e sangramento

  • Cefaleia (especialmente enxaqueca ocular)

  • Parestesias de mãos e pés (manifestando-se como eritromelalgia)

  • Deficits neurológicos

O sangramento costuma ser leve, raramente espontâneo e se manifesta como epistaxe, hematomas fáceis ou sangramento gastrointestinal. Contudo, pode ocorrer sangramento grave em um pequeno percentual dos pacientes com trombocitose extrema.

Pode ocorrer eritromelalgia (dor em queimação nas mãos e nos pés, com calor, eritema e algumas vezes isquemia digital com úlceras).

Eventos trombóticos podem ser arteriais ou venosos. Crises isquêmicas transitórias podem causar déficits neurológicos dependendo de qual parte do cérebro é afetada.

O baço pode ser palpável, mas a esplenomegalia significativa é incomum. Esplenomegalia significativa deve sugerir outra neoplasia mieloproliferativa ou uma causa para aumento do baço que não está diretamente relacionada com a elevação na contagem plaquetária.

Diagnóstico da trombocitemia essencial

  • Hemograma completo e esfregaço sanguíneo periférico

  • Exclusão das causas da trombocitose secundária e outras neoplasias mieloproliferativas

  • Estudos citogenéticos

  • Mutação no JAK2 e ensaios BCR-APL e, se negativos, análise da mutação CALR ou MPL

  • Raramente, punção e biópsia da medula óssea

A trombocitemia essencial é um diagnóstico de exclusão e deve-se considerá-la em pacientes nos quais as causas reativas comuns da trombocitose e outras neoplasias mieloproliferativas como a leucemia mieloide crônica (LMC) forem excluídas.

Se houver suspeita de trombocitemia essencial, devem ser realizados hemograma completo, esfregaço de sangue periférico e (como a trombocitose pode ser causada por deficiência de ferro) estudos de ferro.

Na trombocitemia essencial, a contagem de plaquetas é > 450.000 plaquetas/mcL (> 450 × 109/L), mas pode ser > 1.000.000 plaquetas/mcL (> 1000 × 109/L). A contagem de plaquetas geralmente diminui durante a gestação.

Sugere-se o diagnóstico em caso de valores normais de hematócrito, contagem de leucócitos, volume corpuscular médio (VCM) e valores de ferro, bem como pela ausência da translocação BCR-ABL.

O exame direto do sangue periférico pode revelar plaquetas gigantes e fragmentos de megacariócitos.

Algumas síndromes mielodisplásicas (p. ex., anemia refratária com sideroblastos anelados e trombocitose [RARS-T, agora chamada de neoplasia mielodisplásica/mieloproliferativa com mutação SF3B1 e trombocitose], e a síndrome de deleção 5q) (1) podem apresentar uma contagem plaquetária elevada. Se citopenias são identificadas, deve-se considerar síndrome mielodisplásica.

Também devem-se realizar estudos genéticos, como um ensaio quantitativo para JAK2 V617F [por sequenciamento de última geração (NGS) ou reação em cadeia da polimerase quantitativa] (PCR), juntamente com um ensaio para BCR-ABL a fim de excluir leucemia mieloide crônica (LMC, que pode se manifestar isoladamente com trombocitose). Se os testes para JAK2 V617F e BCR-ABL são negativos, devem-se fazer testes para a mutação CALR e MPL. Alguns pacientes têm resultado negativo para as 3 mutações; muitos têm variantes raras das mutações no propulsor da neoplasia mieloproliferativa e outros apresentam mutações germinativas em MPL ou JAK2. Pacientes que não têm mutações genéticas JAK2 V617F, CALR ou MPL (chamadas de triplo negativo) são raras.

A análise de mutação sempre deve ser quantitativa porque a carga do alelo do gene condutor na trombocitemia essencial positiva para JAK2 V617F não excede 50%. Carga quantitativa de alelos > 50% sugere policitemia vera ou mielofibrose primária. Entretanto, a carga quantitativa dos alelos < 50% não exclui definitivamente a policitemia vera ou mielofibrose primária porque essas doenças podem se manifestar apenas com trombocitose e, na policitemia vera (particularmente em pacientes do sexo feminino), a expansão do volume plasmático pode mascarar a presença da massa eritrocitária expandida. Além disso, em aproximadamente 25% dos pacientes (principalmente mulheres) com o que inicialmente parece ser trombocitemia essencial, a transformação em policitemia vera franca ocorre com o tempo (cerca de 12 anos), levando a aumento dos hematócritos e maior carga do alelo JAK2V617F.

As diretrizes da Organização Mundial da Saúde sugeriram que é necessário um resultado de biópsia da medula óssea mostrando aumento do número de megacariócitos maduros e aumentados para o diagnóstico da trombocitemia essencial, mas esse critério nunca foi validado prospectivamente e um exame da medula não irá distinguir trombocitemia essencial de policitemia vera (2, 3).

Referências sobre diagnóstico

  1. 1. Khoury JD, Solary E, Abla O, et al. The 5th edition of the World Health Organization Classification of Haematolymphoid Tumours: Myeloid and Histiocytic/Dendritic Neoplasms. Leukemia. 2022;36(7):1703-1719. doi:10.1038/s41375-022-01613-1

  2. 2. Barbui T, Thiele J, Gisslinger H, et al. The 2016 WHO classification and diagnostic criteria for myeloproliferative neoplasms: document summary and in-depth discussion. Blood Cancer J. 2018;8(2):15. doi:10.1038/s41408-018-0054

  3. 3. Pasquer H, Kiladjian JJ, Benajiba L. Current myeloproliferative neoplasm scoring systems for clinical practice. Blood. 2025;145(3):257-276. doi.org/10.1182/blood.2024025459

Tratamento da trombocitemia essencial

  • Ácido acetilsalicílico para a maioria dos pacientes

  • Medicamentos redutores de plaquetas (p. ex., peginterferon, anagrelida) para pacientes de alto risco

  • Raramente plaquetaférese

  • Raramente agentes citotóxicos como a hidroxiureia, quando indicados

  • Raramente, transplante de células-tronco

Os objetivos primários do tratamento para pacientes com trombocitemia essencial são aliviar sintomas vasomotores e prevenir complicações trombóticas e hemorrágicas. Não há terapias disponíveis que previnam de maneira confiável a progressão para mielofibrose ou leucemia aguda, mas essas complicações frequentemente ocorrem muitos anos após o diagnóstico inicial e, portanto, pacientes com trombocitemia essencial devem ser monitorados. A abordagem do tratamento é orientada pela presença de sintomas e fatores de risco para complicações trombóticas.

A estratificação do risco de trombose é feita com base na idade, no histórico de trombose e no status da mutação do JAK2, e inclui quatro categorias de risco (1):

  • Risco muito baixo (idade ≤ 60 anos, sem história de trombose, JAK2 tipo selvagem)

  • Risco baixo (idade ≤ 60 anos, sem histórico de trombose, variante do gene JAK2)

  • Risco intermediário (idade > 60 anos, sem histórico de trombose, JAK2 tipo selvagem)

  • Risco alto (histórico de trombose ou idade > 60 anos com variante do gene JAK2)

Para pacientes assintomáticos e de risco muito baixo para trombose, a observação é geralmente apropriada, mas alguns médicos recomendam ácido acetilsalicílico se o risco de sangramento for baixo.

Ácido acetilsalicílico em baixas doses

Para pacientes com sintomas vasomotores em qualquer categoria de risco, o ácido acetilsalicílico em dose baixa é geralmente considerado o pilar do tratamento. Ácido acetilsalicílico, 81 mg, por via oral, uma vez ao dia, geralmente é suficiente para sintomas vasomotores leves (p. ex., cefaleia, isquemia digital leve, eritromelalgia) em pacientes de baixo risco (sem doença cardiovascular ou uso de tabaco) que não têm mutação JAK2, mas uma dose mais alta pode ser utilizada se necessário. A enxaqueca grave pode exigir redução da contagem de plaquetas para seu controle.

A utilidade do ácido acetilsalicílico durante a gestação não está comprovada e pode provocar sangramento em pacientes com trombocitemia essencial e mutação CALR. Acredita-se que mulheres com trombocitemia essencial tenham maior incidência de aborto espontâneo no primeiro trimestre de gestação.

Pacientes assintomáticos que são tabagistas ou têm doença cardiovascular ou fatores de risco cardiovascular também são tratados com ácido acetilsalicílico. No entanto, o uso de ácido acetilsalicílico para profilaxia cardiovascular na ausência de doença cardiovascular ou fatores de risco em pacientes > 65 anos está associado a uma incidência inaceitável de efeitos adversos, principalmente hemorragia gastrointestinal. Não há provas de que pacientes > 65 anos sem sintomas se beneficiem da terapia com ácido acetilsalicílico.

Medicamentos redutores de plaquetas

Como o prognóstico é geralmente favorável e não há correlação entre o grau de trombocitose e trombose, não se devem utilizar medicamentos potencialmente tóxicos que reduzem a contagem plaquetária apenas para normalizar a contagem plaquetária nos pacientes assintomáticos. As indicações consensuais de tratamento de redução plaquetária são:

  • Idade > 60 anos com mutação JAK2

  • História de trombose

  • Sintomas microvasculares (não controlados com ácido acetilsalicílico) como cefaleia

  • Fatores de risco cardiovascular (p. ex., hipertensão, diabetes, hiperlipidemia, tabagismo)

  • Sangramento importante

  • Necessidade de procedimento cirúrgico em pacientes com trombocitose extrema e baixa atividade do cofator ristocetina

No entanto, não há dados que comprovem que a diminuição da contagem plaquetária por meio da terapia citotóxica reduza o risco de trombose ou melhore a sobrevida.

Medicamentos utilizados para diminuir a contagem de plaquetas incluem anagrelida, peginterferon alfa-2a, peginterferon alfa-2b e hidroxiureia quando indicada. Na trombocitemia essencial com mutação em CALR, anticorpos contra a mutação estão sendo investigados como alvo para imunoterapia (2, 3).

A hidroxiureia, antes considerada o medicamento de escolha para terapia da trombocitemia essencial, pode ser mielotóxica quando utilizada por longo prazo.

A hidroxiureia só deve ser prescrita por especialistas familiarizados com seu uso e monitoramento e nunca para uso de longo prazo. Os pacientes são monitorados por meio de hemograma semanal. Se a contagem de leucócitos cair para < 4.000 células/mcL (< 4 × 109/L), a hidroxiureia é interrompida e reiniciada com 50% da dose quando os valores se normalizarem. Quando um estado estável é alcançado, o intervalo entre os hemogramas é aumentado para 2 semanas e, então, para 4 semanas. O objetivo é aliviar os sintomas, não normalizar a contagem de plaquetas. A interrupção muito rápida da hidroxiureia pode resultar em recorrência rápida a níveis plaquetários muito elevados e ciclagem de plaquetas.

Como anagrelida e hidroxiureia atravessam a placenta, não são utilizadas durante a gestação; peginterferon alfa-2a e peginterferon alfa-2b podem ser utilizados em gestantes quando necessário.

Deve-se utilizar anagrelida com cautela em pacientes idosos por causa dos seus efeitos sobre o sistema cardiovascular (p. ex., palpitações, arritmias) e os rins (p. ex., retenção de líquidos, insuficiência renal).

Peginterferona alfa-2a e peginterferona alfa-2b são eficazes na trombocitemia essencial para reduzir a carga alélica da mutação condutora e aliviar os sintomas. O interferon é o tratamento mais seguro para a enxaqueca quando fármacos dedicados à enxaqueca não são eficazes.

Os inibidores de JAK2, como o ruxolitinibe, podem ser eficazes, mas são necessários mais dados (4). Um ensaio clínico randomizado constatou que o ruxolitinibe não foi superior à terapia padrão para alcançar resposta hematológica, reduzir eventos trombóticos ou hemorrágicos, ou prevenir a progressão da doença (5). Contudo, algumas limitações do estudo foram o uso de doses proibitivamente altas de ruxolitinibe em pacientes com trombocitemia essencial parcialmente tratada.

A remoção de plaquetas (plaquetaférese) já foi utilizada em raros casos de pacientes com hemorragia grave ou trombose recorrente, ou antes de uma cirurgia de emergência para a redução imediata da contagem de plaquetas. No entanto, a plaquetaférese é raramente necessária. Seus efeitos são transitórios com recuperação rápida na contagem de plaquetas. A hidroxiureia ou a anagrelida não têm um efeito imediato, mas deve-se iniciá-las ao mesmo tempo que a plaquetaférese.

Outras intervenções

Transplante de células-tronco alogênico é raramente utilizado na trombocitemia essencial, mas pode ser eficaz se houver transformação em leucemia aguda ou desenvolvimento de mielofibrose secundária.

O ácido aminocaproico ou ácido tranexâmico é eficaz para controlar a hemorragia decorrente da síndrome de von Willebrand adquirida durante procedimentos menores, como aqueles odontológicos. Procedimentos de grande porte podem exigir redução da contagem de plaquetas. A função plaquetária pode ser avaliada medindo a atividade do cofator da ristocetina.

Referências sobre tratamento

  1. 1. Tefferi A, Barbui T. Polycythemia vera and essential thrombocythemia: 2021 update on diagnosis, risk-stratification and management. Am J Hematol. 2020;95(12):1599-1613. doi:10.1002/ajh.26008

  2. 2. Cimen Bozkus C, Roudko V, Finnigan JP, et al. Immune Checkpoint Blockade Enhances Shared Neoantigen-Induced T-cell Immunity Directed against Mutated Calreticulin in Myeloproliferative Neoplasms. Cancer Discov. 2019;9(9):1192-1207. doi:10.1158/2159-8290.CD-18-1356

  3. 3. Faiz M, Riedemann M, Jutzi JS, et al. Mutant Calreticulin in MPN: Mechanistic Insights and Therapeutic Implications. Curr Hematol Malig Rep. 2025;20(1):4. Publicado em 2025 Jan 8. doi:10.1007/s11899-024-00749-4

  4. 4. Ferrer-Marín F, Hernández-Boluda JC, Alvarez-Larrán A. Essential thrombocythaemia: A contemporary approach with new drugs on the horizon. Br J Haematol. 2024;204(5):1605-1616. doi:10.1111/bjh.19403

  5. 5. Harrison CN, Mead AJ, Panchal A, et al. Ruxolitinib vs best available therapy for ET intolerant or resistant to hydroxycarbamide. Blood. 2017;130(17):1889-1897. doi:10.1182/blood-2017-05-785790

Prognóstico para trombocitemia essencial

A expectativa de vida pode ser normal. Ainda que os sintomas sejam comuns, o curso da doença é geralmente benigno, particularmente em mulheres (1).

Complicações trombóticas arteriais sérias são raras, porém podem colocar a vida em risco. Ocorre transformação leucêmica em < 2% dos casos, mas esse percentual pode aumentar após a exposição à terapia citotóxica, inclusive com hidroxiureia.

Alguns pacientes evoluem com mielofibrose secundária, particularmente homens com as mutações JAK2V617F ou CALR tipo 1.

Pacientes com trombocitemia essencial que apresentam resultado negativo para as 3 mutações (JAK2 V617F, CALR, MPL) são raros e geralmente têm bom prognóstico.

Referência sobre prognóstico

  1. 1. Tefferi A, Gangat N, Loscocco GG, et al. Essential Thrombocythemia: A Review. JAMA. 2025;333(8):701-714. doi:10.1001/jama.2024.25349

Pontos-chave

  • A trombocitemia essencial é uma anomalia clonal de uma célula-tronco hematopoiética multipotente resultando no aumento da produção de plaquetas.

  • Os pacientes têm risco de trombose microvascular e sangramento.

  • A trombocitemia essencial é um diagnóstico de exclusão; em particular, outras neoplasias mieloproliferativas e trombocitose reativa (secundária) devem ser descartadas.

  • Pacientes sem sintomas não necessitam de terapia. O ácido acetilsalicílico geralmente é eficaz para tratar os eventos microvasculares (enxaqueca ocular, eritromelalgia e ataque isquêmico transitório).

  • Pacientes com trombocitose extrema podem necessitar de tratamento mais agressivo para controle da contagem plaquetária; tais medidas incluem peginterferon alfa-2a; peginterferon alfa-2b; hidroxiureia; anagrelida; ruxolitinibe; ou, raramente, plaquetaférese.

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