Derrame pleural

PorNajib M Rahman, BMBCh MA (oxon) DPhil, University of Oxford
Reviewed ByRichard K. Albert, MD, Department of Medicine, University of Colorado Denver - Anschutz Medical
Revisado/Corrigido: modificado jul. 2025
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Visão Educação para o paciente

Os derrames pleurais são acúmulos de líquido dentro do espaço pleural. Eles têm múltiplas causas e normalmente, são classificados como transudatos ou exsudatos. A detecção é feita por exame físico, radiografia de tórax e ultrassonografia torácica à beira do leito. A toracocentese e a análise do líquido pleural costumam ser necessárias para determinar a causa. Transudatos bilaterais assintomáticos não requerem tratamento. Transudatos sintomáticos e a maioria dos exsudatos requerem toracocentese, drenagem torácica e tratamento pleural definitivo (catéter pleural de demora, pleurodese com talco, cirurgia torácica, ou uma combinação destes).

Em condições normais, 10 a 20 mL de líquido pleural, com composição semelhante ao plasma, mas com conteúdo mais baixo de proteína (< 1,5 g/dL [< 15 g/L]), espalham-se finamente pelas pleuras viscerais e parietais, facilitando o movimento entre os pulmões e a parede torácica. O líquido proveniente dos capilares sistêmicos da pleura parietal entra na cavidade pleural e sai pelos estomas e linfáticos do mesmo folheto. O líquido acaba sendo drenado para o átrio direito, portanto a depuração dependente das pressões capilares e, em parte, do lado direito. O líquido pleural se acumula na forma de derrame quando há excesso de entrada ou redução da saída de líquido da cavidade pleural.

Etiologia do derrame pleural

Os derrames pleurais costumam ser classificados como:

  • Transudatos

  • Exsudatos

A classificação dos derrames se baseia nas características laboratoriais do líquido (ver tabela Critérios para identificar os derrames pleurais exsudativos). Independentemente de ser unilateral ou bilateral, o transudato pode ser tratado sem avaliação extensiva, ao passo que a causa do exsudato necessita de investigação. Existem inúmeras (> 50) causas (ver tabela Algumas causas de derrame pleural).

Os derrames transudativos são provocados por alguma combinação de aumento da pressão hidrostática e diminuição da pressão oncótica na circulação pulmonar ou sistêmica. Insuficiência cardíaca é a causa mais comum, seguida por cirrose com ascite, e por hipoalbuminemia em conjunto com aumento da pressão hidrostática, como ocorre na síndrome nefrótica (1, 2).

Os derrames exsudativos são provocados por processos locais, causando aumento da permeabilidade capilar e resultando em exsudação de líquido, proteína, células e outros constituintes séricos. As causas são numerosas; as mais comuns são infecções, incluindo pneumonia bacteriana (derrame parapneumônico), infecção viral e tuberculose (TB), câncer e embolia pulmonar (1).

O empiema é pus franco no espaço pleural. Ele pode ocorrer como uma complicação da pneumonia, toracotomia, abscessos (pulmonar, hepático ou subdiafragmático) ou trauma penetrante com infecção secundária. O empiema necessitans é a extensão do empiema nos tecidos moles, causando infecção da parede torácica e drenagem externa.

Tabela
Tabela

O derrame quiloso (quilotórax) é o derrame branco e leitoso, rico em triglicerídios, causado por lesão traumática, intraoperatória ou neoplásica (linfomatosa, com maior frequência) ao ducto torácico. Esse derrame também ocorre na síndrome da veia cava superior.

Os derrames quiliformes (colesterol ou pseudoquiloso) assemelham-se aos derrames quilosos, mas têm baixo teor de triglicerídios e alto teor de colesterol. Admite-se que os derrames quiliformes decorram da lise de eritrócitos e neutrófilos em derrames de longa evolução, quando a absorção é bloqueada pela pleura espessada. As causas mais comuns são pleurite reumatoide e TB crônica.

O hemotórax é o líquido sanguinolento (hematócrito do líquido pleural > 50% do hematócrito periférico) na cavidade pleural, decorrente de trauma ou, raramente, de coagulopatia, ou após ruptura de grande vaso sanguíneo, como aorta ou artéria pulmonar.

O encarceramento pulmonar é o encarceramento do pulmão por tecido fibroso desencadeado por empiema ou tumor. Como o pulmão não pode se expandir, a pressão pleural torna-se mais negativa que o normal, aumentando a transudação de líquido dos capilares pleurais parietais. O líquido é caracteristicamente limítrofe entre o transudato e o exsudato; isto é, os valores bioquímicos encontram-se nos 15% dos níveis limítrofes dos critérios de Light (ver tabela Critérios de identificação dos derrames pleurais exsudativos).

Os derrames iatrogênicos podem ser provocados por migração ou deslocamento da sonda de alimentação para dentro da traqueia ou a perfuração da veia cava superior por um acesso venoso central, acarretando a infusão de alimentos ou de solução intravenosa para a cavidade pleural.

Tabela
Tabela

Os derrames sem causa óbvia decorrem com frequência de embolia pulmonar oculta, tuberculose ou doença maligna (3). A etiologia é desconhecida para alguns derrames, mesmo após estudo extenso (também conhecidos como pleurite inespecífica); acredita-se que muitos desses derrames sejam decorrentes de infecção viral.

Referências sobre etiologia

  1. 1. Feller-Kopman D, Light R. Pleural Disease. N Engl J Med 2018;378(8):740-751. doi:10.1056/NEJMra1403503

  2. 2. Mummadi SR, Stoller JK, Lopez R, Kailasam K, Gillespie CT, Hahn PY. Epidemiology of Adult Pleural Disease in the United States. Chest 2021;160(4):1534-1551. doi:10.1016/j.chest.2021.05.026

  3. 3. Roberts ME, Rahman NM, Maskell NA, et al. British Thoracic Society Guideline for pleural disease. Thorax 2023;78(Suppl 3):s1-s42. doi:10.1136/thorax-2022-219784

Sinais e sintomas do derrame pleural

Alguns derrames pleurais são assintomáticos e descobertos por acidente no exame físico ou na radiografia de tórax.

Muitos derrames causam dispneia, dor torácica pleurítica, ou ambos. Dor torácica pleurítica, desconforto vago ou dor aguda, que piora com a inspiração, indica inflamação da pleura parietal. A dor é habitualmente sentida sobre o ponto inflamado, mas as porções posterior e periférica da pleura diafragmática são supridas pelos seis nervos intercostais inferiores. As porções posterior e periférica da pleura diafragmática são supridas pelos 6 nervos intercostais inferiores, e a irritação aí pode causar dor na parte mais inferior do tórax ou no abdome, o que pode simular doença intra-abdominal. O comprometimento da porção central da pleura diafragmática, inervada pelos nervos frênicos, provoca dor referida no pescoço e no ombro.

O exame físico pode revelar diminuição dos sons respiratórios no lado do derrame, macicez à percussão e ausência de frêmito toracovocal. Esses achados também podem ser desencadeados por espessamento pleural. Na vigência de derrames de grandes proporções, a respiração pode ser rápida e superficial.

O atrito pleural, embora infrequente, é o sinal físico clássico. Esse atrito varia de poucos sons intermitentes, que podem simular estertores crepitantes, a som completamente desenvolvido, áspero, rangente ou semelhante ao atrito de couro, sincronizado à respiração, ou seja, auscultado na inspiração e na expiração. Os sons de atrito adjacentes ao coração (atrito pleuropericárdico) podem variar com o batimento cardíaco e podem ser confundidos com o atrito pericárdico. (O atrito pericárdico é mais bem auscultado sobre a borda esquerda do esterno, no 3º e no 4º espaços intercostais, tem caracteristicamente um som de vai-e-vem sincronizado ao batimento cardíaco e não é influenciado de modo significativo pela respiração).

A sensibilidade e a especificidade do exame físico para a detecção de derrame são provavelmente baixas.

Atritos pleurais
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Atrito pleural

Som parecido com ruído de couro que se modifica de acordo com o ciclo respiratório.

Audio file courtesy of David W. Cugell, MD.

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Atrito pericárdico

Frequentemente, descrevem-se os atritos pericárdicos como um som de rangido ou arranhado, mas podem soar como sopros mais comuns. Esse atrito costuma ser trifásico, com um componente sistólico baixo e 2 componentes mais altos em rápida sucessão durante o início da diástole.

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Recording provided by Jules Constant, MD.

Diagnóstico do derrame pleural

  • Radiografia de tórax

  • Ultrassonografia torácica

  • Análise do líquido pleural

  • Às vezes, TC com contraste venoso, angiografia por TC ou outros exames

Suspeita-se de derrame pleural em pacientes com dor pleurítica, dispneia inexplicável ou sinais sugestivos. Os exames diagnósticos são indicados para documentar a existência de líquido pleural e para determinar sua etiologia (ver figura Diagnóstico do derrame pleural).

Presença de derrame

A radiografia de tórax é o primeiro exame a ser realizado para confirmar a existência de líquido. Deve-se obter radiografia de tórax com incidência lateral e em posição ortostática quando houver presunção de derrame pleural. Na incidência em posição ortostática, 75 mL de líquido provocam velamento do seio costofrênico posterior. O velamento do seio costofrênico lateral geralmente requer cerca de 175 mL, mas pode suportar até 500 mL. Radiografias em decúbito lateral (com o lado do derrame para baixo) podem detectar pequenos volumes de líquido mais facilmente do que radiografias em posição ortostática padrão, particularmente com derrame livre. Derrames pleurais de maiores proporções opacificam partes do hemitórax e podem causar compressão mediastinal; derrames > 4 L podem provocar opacificação completa e desvio do mediastino para o lado contralateral.

Derrames loculados são coleções de líquido encarceradas por aderências pleurais ou dentro de fissuras pulmonares. Imagens adicionais (radiografia em decúbito lateral, TC ou ultrassonografia do tórax) se a densidade de uma radiografia representa infiltrados líquidos ou parenquimatosos ou se o líquido suspeito está loculado ou livre; esses exames são mais sensíveis do radiografias em posição vertical e podem detectar pequenos volumes de líquidos. Os derrames loculados, em particular aqueles na fissura horizontal ou oblíqua, podem ser confundidos com massa pulmonar sólida (pseudotumor). Podem alterar a forma e o tamanho com as modificações da posição do paciente e a quantidade de líquido pleural.

A ultrassonografia torácica é considerada padrão de tratamento para o diagnóstico de derrame pleural e é realizada e interpretada pelos médicos à beira do leito. É altamente preciso para a detecção de pequenos volumes de líquido pleural e fornece informações diagnósticas adicionais (p. ex., presença de septação, espessamento pleural).

TC com contraste venoso é uma próxima investigação valiosa que fornece informações sobre realce pleural e possível nodularidade pleural. (TC sem contraste pode ser utilizada para avaliação inicial, mas não pode excluir malignidade ou infecção.) A TC não é indicada rotineiramente, mas é valiosa para avaliar o parênquima pulmonar subjacente em busca de infiltrados ou massas quando o pulmão está obscurecido pelo derrame e para distinguir líquido loculado de massa sólida.

Causa do derrame

Deve-se realizar toracocentese em quase todos os pacientes com líquido pleural e espessura 10 mm nas incidências laterais de ultrassonografia ou radiografia, que seja de desenvolvimento recente ou de etiologia incerta. Em geral, os únicos pacientes que não necessitam de toracocentese são aqueles que têm insuficiência cardíaca com derrame pleural simétrico e sem dor torácica ou febre; nesses pacientes, pode-se tentar a diurese e evitar a toracocentese, a menos que o derrame persista por 3 dias. Toracocentese e análise subsequente do líquido pleural muitas vezes também são desnecessários para os derrames pleurais que são crônicos, têm causa estabelecida e não desencadeiam sintomas.

A toracocentese deve ser realizada utilizando orientação ultrassonográfica em todos os casos, para melhorar o sucesso do procedimento e reduzir as complicações (1).

Dicas e conselhos

  • Apesar de ser uma prática comum, a radiografia de tórax não precisa ser repetida depois da toracocentese, a menos que os pacientes desenvolvam sintomas sugestivos de pneumotórax (dispneia ou dor torácica) ou a menos que o médico suspeite que possa ter entrado ar no espaço pleural durante o procedimento.

Efetua-se a análise do líquido pleural para diagnosticar a causa do derrame pleural. A análise inicia-se pela inspeção visual, que pode:

  • Distinguir sanguinolento e quiloso (ou quiliforme) de outros derrames

  • Identificar derrames purulentos fortemente sugestivos de empiema

  • Identificar líquido viscoso, característico de alguns mesoteliomas

Deve-se sempre enviar o líquido para exame de glicose, proteína total, LDH, contagem celular e contagem diferencial, e coloração de Gram. Outros testes como pH do líquido pleural, culturas bacterianas aeróbicas e anaeróbicas, citologia, marcadores de líquido de tuberculose [adenosina deaminase ou interferon-gama], amilase, colorações e culturas micobacterianas e fúngicas, triglicerídeos e colesterol são utilizados em contextos clínicos apropriados.

A análise de líquidos ajuda a distinguir transudatos de exsudatos; existem múltiplos critérios, mas nenhum é capaz de discriminar entre os 2 tipos. Ao utilizar os critérios de Light (ver tabela Critérios para identificar derrames pleurais exsudativos), dosar a lactato desidrogenase sérica e os níveis de proteína total o mais perto possível do momento da toracocentese para comparação com os níveis no líquido pleural. Os critérios de Light identificam corretamente quase todos os exsudatos, mas identificam erroneamente cerca de 20% de transudatos como exsudatos (2). Se houver presunção de derrame exsudativo (p. ex., decorrente de insuficiência cardíaca ou cirrose) e nenhuma das avaliações bioquímicas for < 15% dos valores limítrofes dos critérios de Light, mede-se, assim, a diferença entre a proteína no líquido pleural e no soro. Se a diferença for > 3,1 g/dL (> 31 g/L), é provável que o paciente tenha derrame transudativo.

Testes por imagem também podem ajudar. Se o diagnóstico permanecer incerto após a análise do líquido pleural, indica-se TC com realce pelo contraste venoso para avaliar realce pleural, nodularidade pleural, infiltrados pulmonares ou lesões mediastinais. A angiografia pulmonar por TC pode avaliar suspeita de embolia pulmonar. Achados de embolia pulmonar indicam a necessidade de anticoagulação a longo prazo. Nódulo pleural e espessamento indicam a necessidade de biópsia pleural (guiada por imagem ou toracoscópica). A presença de infiltrados ou lesões pulmonares, dependendo das causas suspeitas, pode indicar a necessidade de broncoscopia ou biópsia pulmonar guiada por imagem.

Quando há suspeita de pleurite tuberculosa, mede-se o nível de adenosina desaminase no líquido pleural. Um nível acima de 40 U/L (667 nkat/L) tem sensibilidade e especificidade de 95% para o diagnóstico de pleurite tuberculosa (1); no entanto, o nível de adenosina deaminase também pode estar elevado em pacientes com câncer.

Diagnóstico do derrame pleural

*De acordo com a presença de febre, perda ponderal, história de câncer ou outros sintomas sugestivos.

TB = tuberculose.

Referências sobre diagnóstico

  1. 1. Roberts ME, Rahman NM, Maskell NA, et al. British Thoracic Society Guideline for pleural disease. Thorax 2023;78(Suppl 3):s1-s42. doi:10.1136/thorax-2022-219784

  2. 2. Feller-Kopman D, Light R. Pleural Disease. N Engl J Med 2018;378(8):740-751. doi:10.1056/NEJMra1403503

Tratamento do derrame pleural

  • Tratamento dos sintomas e da doença subjacente

  • Drenagem de alguns derrames sintomáticos

  • Outros tratamentos para derrames parapneumônicos e malignos

Derrames pequenos (< 10 mm de líquido na radiografia de decúbito lateral ou ultrassonografia) e assintomáticos geralmente não requerem tratamento porque muitos derrames reabsorvem espontaneamente quando a doença subjacente é tratada, especialmente derrames decorrentes de pneumonia não complicada, embolia pulmonar ou cirurgia. Em geral, a dor pleurítica pode ser tratada com anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) ou outros analgésicos orais. Às vezes, é necessário um curto período de opioides orais.

Toracocentese terapêutica (geralmente em torno de 1 a 1,5 L em um único tratamento) é suficiente para muitos derrames sintomáticos e pode ser repetido para derrames que se acumulam novamente. Não há limites arbitrários quanto à quantidade total de líquido que pode ser removido (1). A remoção do líquido pode ser continuada até que o derrame seja drenado ou o paciente desenvolva opressão torácica, dor torácica ou tosse grave. Uma complicação rara é o edema pulmonar por reexpansão (REPE) (2). Quando ocorre, o EPRE pode ser potencialmente fatal, mas parece ser um evento imprevisível.

Os derrames crônicos, recorrentes e que desencadeiam sintomas podem ser tratados com pleurodese ou pela drenagem intermitente com catéter de demora. Os derrames causados por pneumonia ou doença maligna podem exigir medidas adicionais específicas.

Derrame parapneumônico e empiema

Na presença de fatores prognósticos adversos [pH < 7,20, glicose < 60 mg/dL (< 3,33 mmol/L), cultura ou coloração de Gram positivas, loculações], o derrame deve ser completamente drenado por toracocentese ou toracostomia com dreno (3). Se a drenagem completa é impossível, um medicamento trombolítico (fibrinolítico) (p. ex., alteplase) mais uma DNAse (p. ex., dornase alfa) pode ser administrado por via intrapleural. Se o tratamento intrapleural não for bem-sucedido, indica-se intervenção cirúrgica torácica. Cirurgia torácica videoassistida (CTVA) é geralmente tentada primeiro, embora toracotomia possa ser necessária.

Derrame pleural maligno

Se a dispneia desencadeada por derrame pleural maligno for aliviada por toracocentese, mas ocorrer novamente dispneia e acúmulo de líquido, indica-se drenagem crônica (intermitente) ou pleurodese. Os derrames assintomáticos e aqueles que não respondem à toracocentese não exigem procedimentos adicionais.

Catéteres pleurais de demora e pleurodese são igualmente eficazes para tratar derrame pleural maligno. A escolha depende da preferência do paciente. Ambos diminuem a dispneia e melhoram a qualidade de vida de forma eficaz. A pleurodese química requer maior tempo de internação, mas complicações a longo prazo como celulite são mais frequentes com catéteres de demora (4).

Realiza-se a pleurodese pela instilação de um agente esclerosante no espaço pleural para fundir as pleuras visceral e parietal, eliminando o espaço. Os agentes mais efetivos e mais comumente utilizados são talco, doxiciclina ou bleomicina instilados por dreno de tórax ou toracoscopia. A pleurodese é contraindicada se o pulmão não se expandir após drenagem completa com tubo torácico (pulmão aprisionado), caso em que é indicado catéter pleural de demora.

A derivação do líquido pleural para o peritônio (derivação pleuroperitoneal) é raramente realizada, mas é uma opção em pacientes com aprisionamento pulmonar.

O tratamento cirúrgico (pleurectomia ou decorticação) deve ser considerado em pacientes com pulmão aprisionado com bom estado de desempenho e prognóstico favorável.

Referências sobre tratamento

  1. 1. Feller-Kopman D, Berkowitz D, Boiselle P, et al. Large-volume thoracentesis and the risk of reexpansion pulmonary edema. Ann Thoracic Surg 2007;84:1656–1662. doi:10.1016/j.athoracsur.2007.06.038

  2. 2. Cusumano G, La Via L, Terminella A, Sorbello M. Re-Expansion Pulmonary Edema as a Life-Threatening Complication in Massive, Long-Standing Pneumothorax: A Case Series and Literature Review. J Clin Med 2024;13(9):2667. Publicado em 2024 Mai 2. doi:10.3390/jcm13092667

  3. 3. Roberts ME, Rahman NM, Maskell NA, et al. British Thoracic Society Guideline for pleural disease. Thorax 2023;78(Suppl 3):s1-s42. doi:10.1136/thorax-2022-219784

  4. 4. Iyer NP, Reddy CB, Wahidi MM, et al. Indwelling Pleural Catheter versus Pleurodesis for Malignant Pleural Effusions. A Systematic Review and Meta-Analysis. Ann Am Thorac Soc 2019;16(1):124-131. doi:10.1513/AnnalsATS.201807-495OC

Pontos-chave

  • Os derrames transudativos são provocados por alguma combinação de aumento da pressão hidrostática e diminuição da pressão oncótica na circulação pulmonar ou sistêmica.

  • Os derrames exsudativos resultam de maior permeabilidade capilar, levando à perda de proteínas, células e outros constituintes séricos.

  • As causas mais comuns de derrames transudativos são insuficiência cardíaca, cirrose com ascite e síndrome nefrótica.

  • As causas mais frequentes do derrames exsudativos são pneumonia, câncer, embolia pulmonar e tuberculose.

  • A avaliação requer exames de imagem (geralmente radiografia e ultrassonografia torácicas) para confirmar a presença de líquido e a análise do líquido pleural a fim de ajudar a determinar a causa.

  • Deve-se fazer radiografias em decúbito lateral, TC do tórax ou ultrassonografia se não estiver claro se uma densidade radiográfica representa líquidos ou infiltrados parenquimais ou se o líquido suspeito está loculado ou fluindo livremente.

  • Derrames maiores que são sintomáticos requerem toracocentese, exceto no caso de derrames recorrentes com causa conhecida.

  • Os derrames crônicos ou recorrentes e que desencadeiam sintomas podem ser tratados com pleurodese ou por drenagem intermitente com catéter de demora.

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