Pneumonia neonatal

PorBrenda L. Tesini, MD, University of Rochester School of Medicine and Dentistry
Revisado/Corrigido: jul 2022
Visão Educação para o paciente

A pneumonia neonatal refere-se à infecção pulmonar no neonato. Pode ter início nas primeiras horas de vida e fazer parte de uma síndrome septicêmica generalizada ou aparecer após 7 dias, limitada aos pulmões. Os sinais podem ser restritos a uma desconforto respiratório ou evoluir para choque e morte. O diagnóstico é o da avaliação clínica e laboratorial para sepse. O tratamento inicial utiliza antibióticos de amplo espectro, que são substituídos pelas fármacos organismo-específicos logo que possível.

(Ver também Visão geral da pneumonia em adultos e Visão geral das infecções em recém-nascidos.)

A pneumonia é a infecção bacteriana invasiva mais comum após a sepse primária. A pneumonia com início precoce faz parte de uma sepse generalizada que está presente ao nascimento ou se manifesta com poucas horas de vida ( see page Sepsia neonatal). A pneumonia de início tardio geralmente ocorre depois dos 7 dias de vida, mais comumente em lactentes em unidade de terapia intensiva neonatal que precisam de entubação endotraqueal prolongada por doenças pulmonares (chamada pneumonia associada à ventilação mecânica).

Etiologia da pneumonia neonatal

Os organismos são adquiridos do trato genital materno ou no berçário. Esses organismos incluem cocos Gram-positivos (p. ex., estreptococos dos grupos A e B, Staphylococcus aureus, ambos sensíveis e resistentes à meticilina) e bacilos Gram-negativos (ex., Escherichia coli, Klebsiella spp, Proteus spp). Muitos outros agentes patogênicos podem ser encontrados nos lactentes que receberam antibióticos de amplo espectro, incluindo Pseudomonas, Citrobacter, Bacillus e Serratia. Vírus e fungos podem ser responsáveis por alguns casos.

Sinais e sintomas da pneumonia neonatal

Pneumonia de início tardio adquirida em hospital se manifesta com agravamento inexplicável do estado respiratório do paciente e aumento na quantidade e alteração na qualidade das secreções respiratórias (p. ex., espessa e marrom). Os lactentes podem tornar-se agudamente enfermos, com instabilidade térmica e neutropenia.

Diagnóstico da pneumonia neonatal

  • Radiografia de tórax

A avaliação inclui radiografia de tórax, oximetria de pulso, hemoculturas e coloração de Gram e cultura do aspirado traqueal.

Novos infiltrados persistentes devem ser visíveis na radiografia de tórax, mas podem ser difíceis de reconhecer se o lactente apresentar displasia broncopulmonar grave.

Se a coloração de Gram do aspirado traqueal mostra um número significativo de leucócitos polimorfonucleares e um único organismo que é consistente com aquele que cresce da cultura do aspirado traqueal, há uma maior probabilidade de que esse organismo seja a causa da pneumonia. Como as pneumonias bacterianas dos neonatos podem disseminar, deve-se realizar uma avaliação completa para sepse, incluindo a punção lombar. Entretanto, hemoculturas são positivas em apenas 2 a 5% dos casos da pneumonia nosocomial.

Tratamento da pneumonia neonatal

  • Em geral, vancomicina e um betalactâmico de amplo espectro

A terapia antimicrobiana na doença de início precoce é semelhante à da sepse neonatal. O tratamento inicial de escolha é com vancomicina (ver tabela Dosagem de vancomicina para neonatos) e um fármaco betalactâmico de amplo espectro como meropenem, piperacilina/tazobactam ou cefepima ( see table Doses recomendadas de antibióticos parenterais selecionados para recém-nascidos) para a maioria das pneumonias de início tardio associadas a cuidados de saúde. Esse esquema é para o tratamento da sepse e também da pneumonia com patógenos típicos adquiridos em hospital, incluindo P. aeruginosa. Os padrões locais de infecção e resistência bacteriana sempre devem ser utilizados para ajudar a orientar as escolhas empíricas dos antimicrobianos. Antibióticos mais específicos são utilizados quando os resultados de sensibilidade estiverem disponíveis. O tratamento geral é o mesmo da sepse neonatal.

Pneumonia por clamídia

Exposição a clamídia durante o parto pode resultar em pneumonia em 2 a 18 semanas. Os lactentes são taquipneicos, mas geralmente não criticamente enfermos, e podem ter conjuntivite causada pelo mesmo agente. Eosinofilia pode estar presente, e as radiografias de tórax mostram infiltrado intersticial bilateral com hiperinflação.

Tratamento da pneumonia por clamídia

  • Eritromicina ou azitromicina

O tratamento com eritromicina, 12,5 mg/kg, por via oral, a cada 6 horas por 14 dias, ou azitromicina 20 mg/kg, por via oral/IV uma vez ao dia por 3 dias, tipicamente resolve a pneumonia. Ocasionalmente, porém, um segundo curso terapêutico pode ser necessário ( see table Doses recomendadas de antibióticos orais selecionados para recém-nascidos*). Como o uso de eritromicinas em neonatos pode causar estenose hipertrófica do piloro (EHP), deve-se monitorar em todos os neonatos tratados com eritromicina ou azitromicina os sinais e sintomas da estenose hipertrófica do piloro e deve-se aconselhar seus pais sobre os potenciais riscos.

O diagnóstico de pneumonia secundária a Chlamydia trachomatis deve ser avaliada de imediato pela mãe e pelo parceiro porque, se não tratada, a infecção por clamídia leva a complicações, como doença inflamatória pélvica e esterilidade.

quizzes_lightbulb_red
Test your KnowledgeTake a Quiz!
Baixe o aplicativo  do Manual MSD!ANDROID iOS
Baixe o aplicativo  do Manual MSD!ANDROID iOS
Baixe o aplicativo  do Manual MSD!ANDROID iOS