Hipercalcemia neonatal

PorKevin C. Dysart, MD, Nemours/Alfred I. duPont Hospital for Children
Revisado/Corrigido: mar 2021 | modificado set 2022
Visão Educação para o paciente

Hipercalcemia refere-se ao cálcio sérico total 12 mg/dL ( 3 mmol/L) ou cálcio ionizado 6 mg/dL (> 1,5 mmol/L). A causa mais comum é iatrogênica. Podem ocorrer sinais gastrointestinais (anorexia, vômitos, constipação) e, às vezes, letargia e convulsões. O tratamento é feito com soro fisiológico IV mais furosemida e, às vezes, corticoides, calcitonina e bisfosfonatos.

(Ver também a discussão geral sobre hipercalcemia.)

Etiologia da hipercalcemia neonatal

A causa mais comum da hipercalcemia em recém-nascidos é

  • Iatrogênica

Nas situações de excesso de cálcio ou vitamina D ou privação de fosfatos, a causa mais comum é iatrogênica, resultado de alimentação prolongada com fórmula preparada incorretamente.

Outras causas da hipocalcemia neonatal são

  • Hipoparatireoidismo materno

  • Gordura subcutânea necrótica

  • Hiperplasia da paratireoide

  • Função renal anormal

  • Síndrome de Williams

  • Idiopática

Hipoparatireoidismo ou hipocalcemia maternos podem causar hiperparatireoidismo fetal secundário, com alterações na mineralização fetal (p. ex., osteopenia).

A necrose gordurosa subcutânea pode ser sequela de trauma e provocar hipercalcemia, que geralmente se resolve espontaneamente.

O hiperparatireoidismo neonatal é muito raro.

As principais características da síndrome de Williams incluem estenose aórtica supravalvular, estenose arterial pulmonar periférica ou valvular pulmonar, defeito do septo atrial e/ou defeito do septo ventricular, estenose arterial renal, anormalidades aórticas, fácies de gnomo e hipercalcemia de fisiopatologia desconhecida; os lactentes podem ser pequenos para a idade gestacional e a hipercalcemia pode ser observada cedo na infância e costuma desaparecer até os 12 meses de idade.

A hipercalcemia neonatal idiopática é diagnóstico de exclusão e é difícil diferenciá-la da síndrome de Williams e geralmente exige exames genéticos.

Sinais e sintomas da hipercalcemia neonatal

Sinais e sintomas da hipercalcemia neonatal podem ser observados quando o cálcio sérico total for > 12 mg/dL (> 3 mmol/L). Esses sinais podem incluir anorexia, refluxo gastroesofágico, náuseas, vômitos, letargia ou convulsões ou irritabilidade exagerada e hipertensão. Outros sinais e sintomas incluem constipação, dor abdominal, desidratação, intolerância alimentar e má evolução ponderal. Alguns neonatos apresentam fraqueza. Com a necrose gordurosa subcutânea, podem ser observados nódulos firmes no tronco, na região glútea ou nas pernas.

Diagnóstico da hipercalcemia neonatal

  • Nível sérico de cálcio total ou ionizado

O diagnóstico da hipercalcemia neonatal é feito medindo o nível sérico de cálcio total ou ionizado.

Tratamento da hipercalcemia neonatal

  • Soro fisiológico normal IV mais furosemida

  • Por vezes, corticoides, calcitonina e bisfosfonatos

A elevação acentuada do cálcio sérico pode ser tratada com 20 mL/kg de soro fisiológico normal IV mais 2 mg/kg de furosemida IV e, quando for persistente, com corticoide e calcitonina. Os bisfosfonatos também são muito utilizados nesse contexto (p. ex., etidronato por boca ou pamidronato IV). O tratamento da necrose gordurosa subcutânea é feito com fórmulas que apresentam baixo teor de cálcio; dependendo do grau da hipercalcemia, indica-se o uso de líquidos, furosemida, calcitonina e corticoides.

A hipercalcemia fetal causada por hipoparatireoidismo materno pode ter conduta expectante, uma vez que costuma resolver-se espontaneamente em poucas semanas.

O tratamento das condições crônicas inclui fórmulas com baixos teores de cálcio e vitamina D.

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