Hipercalcemia neonatal

PorKevin C. Dysart, MD, Nemours/Alfred I. duPont Hospital for Children
Reviewed ByAlicia R. Pekarsky, MD, State University of New York Upstate Medical University, Upstate Golisano Children's Hospital
Revisado/Corrigido: modificado dez. 2024
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Visão Educação para o paciente

Hipercalcemia refere-se ao cálcio sérico total > 12 mg/dL (> 3 mmol/L) ou cálcio ionizado > 6 mg/dL (> 1,5 mmol/L). A causa mais comum é iatrogênica. Podem ocorrer sinais gastrointestinais (anorexia, vômitos, obstipação) e, às vezes, letargia e convulsões. O tratamento é feito com soro fisiológico IV mais furosemida e, às vezes, corticoides, calcitonina e bisfosfonatos.

(Ver também a discussão geral sobre hipercalcemia.)

Etiologia da hipercalcemia neonatal

A causa mais comum da hipercalcemia em recém-nascidos é

  • Iatrogênica

Nas situações de excesso de cálcio ou vitamina D ou privação de fosfatos, a causa mais comum é iatrogênica, resultado de alimentação prolongada com fórmula preparada incorretamente.

Outras causas da hipocalcemia neonatal são

  • Hipoparatireoidismo materno

  • Gordura subcutânea necrótica

  • Hiperplasia da paratireoide

  • Função renal anormal

  • Síndrome de Williams

  • Idiopática

Hipoparatireoidismo ou hipocalcemia maternos podem causar hiperparatireoidismo fetal secundário, com alterações na mineralização fetal (p. ex., osteopenia).

A necrose gordurosa subcutânea pode ser sequela de trauma e provocar hipercalcemia, que geralmente se resolve espontaneamente.

O hiperparatireoidismo neonatal é muito raro.

As principais características da síndrome de Williams incluem estenose aórtica supravalvular, estenose valvar pulmonar ou estenose das artérias pulmonares periféricas, defeito do septo atrial e/ou defeito do septo ventricular, estenose da artéria renal, anomalias aórticas, fácies élficas, e hipercalcemia de fisiopatologia desconhecida; lactentes também podem ser pequenos para a idade gestacional, e a hipercalcemia pode ser observada no início da infância, geralmente resolvendo-se até os 12 meses de idade.

A hipercalcemia neonatal idiopática é diagnóstico de exclusão e é difícil diferenciá-la da síndrome de Williams. Frequentemente exige testes genéticos.

Sinais e sintomas da hipercalcemia neonatal

Sinais e sintomas da hipercalcemia neonatal podem ser observados quando o cálcio sérico total for > 12 mg/dL (> 3 mmol/L). Esses sinais podem incluir anorexia, refluxo gastroesofágico, náuseas, vômitos, letargia ou convulsões ou irritabilidade exagerada e hipertensão.

Outros sinais e sintomas incluem obstipação, dor abdominal, desidratação, intolerância alimentar e insuficiência de crescimento. Alguns neonatos apresentam fraqueza.

Com a necrose gordurosa subcutânea, podem ser observados nódulos firmes no tronco, na região glútea ou nas pernas.

Diagnóstico da hipercalcemia neonatal

  • Nível sérico de cálcio total ou ionizado

O diagnóstico da hipercalcemia neonatal é feito medindo o nível sérico de cálcio total ou ionizado.

Tratamento da hipercalcemia neonatal

  • Soro fisiológico normal IV mais furosemida

  • Por vezes, corticoides, calcitonina e bisfosfonatos

A elevação acentuada do cálcio sérico pode ser tratada com 20 mL/kg de soro fisiológico normal IV mais 2 mg/kg de furosemida IV e, quando for persistente, com corticoide e calcitonina. Os bisfosfonatos também são muito utilizados nesse contexto (p. ex., etidronato por boca ou pamidronato IV).

O tratamento da necrose gordurosa subcutânea é feito com fórmulas que apresentam baixo teor de cálcio; dependendo do grau da hipercalcemia, indica-se o uso de líquidos, furosemida, calcitonina e corticoides.

A hipercalcemia fetal causada por hipoparatireoidismo materno pode ter conduta expectante, uma vez que costuma resolver-se espontaneamente em poucas semanas.

O tratamento das condições crônicas inclui fórmulas com baixos teores de cálcio e vitamina D.

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