Gastrosquise

PorJaime Belkind-Gerson, MD, MSc, University of Colorado
Reviewed ByAlicia R. Pekarsky, MD, State University of New York Upstate Medical University, Upstate Golisano Children's Hospital
Revisado/Corrigido: modificado ago. 2025
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Visão Educação para o paciente

A gastrosquise é a protrusão das vísceras abdominais através de um defeito paraumbilical da parede abdominal de toda a espessura, geralmente à direita da inserção do cordão umbilical. O tratamento é cirúrgico.

(Ver também Visão geral das anomalias gastrointestinais congênitas.)

A incidência estimada de gastrosquise é de 1 em 2.500 nascidos vivos (1). É mais comum do que a onfalocele.

Na gastrosquise, o defeito geralmente está à direita da inserção do cordão umbilical. A posição do defeito é diferente da observada na onfalocele. Na onfalocele, o defeito da linha média está na base do umbigo.

Na gastrosquise, diferentemente da onfalocele, não há membrana cobrindo o intestino que apresenta edema e eritema acentuados e geralmente está encoberto por material fibrinoso. Esses achados indicam inflamação de longa duração decorrente da exposição direta do intestino ao líquido amniótico (isto é, peritonite química), que pode resultar em fibrose, dismotilidade ou obstrução.

Lactentes com gastrosquise têm baixa incidência de anomalias congênitas associadas (10 a 15%) além de anormalidades gastrointestinais como a má rotação e a atresia intestinal, que ocorrem em aproximadamente 25% dos lactentes (2, 3).

Pode-se suspeitar de gastrosquise antes do nascimento por níveis anormalmente altos de alfafetoproteína em exames de sangue pré-natal e é possível detectá-la por ultrassonografia pré-natal (4); quando confirmada, deve-se realizar o parto em um centro de cuidados terciários com serviços de terapia intensiva neonatal e cirurgia pediátrica.

Referências

  1. 1. Friedman AM, Ananth CV, Siddiq Z, et al: Gastroschisis: epidemiology and mode of delivery, 2005-2013. Am J Obstet Gynecol 215(3):348.e1-348.e3489, 2016. doi:10.1016/j.ajog.2016.03.039

  2. 2. Mastroiacovo P, Lisi A, Castilla EE, et al: Gastroschisis and associated defects: An international study. Am J Med Genet A 143A(7):660-671, 2007. doi: 10.1002/ajmg.a.31607

  3. 3. Abdullah F, Arnold MA, Nabaweesi R, et al: Gastroschisis in the United States 1988-2003: Analysis and risk categorization of 4344 patients. J Perinatol 27(1):50-55, 2007. doi: 10.1038/sj.jp.7211616

  4. 4. Bence CM, Wagner AJ: Abdominal wall defects. Transl Pediatr 10(5):1461-1469, 2021. doi:10.21037/tp-20-94

Tratamento de gastrosquise

  • Correção cirúrgica

No parto, as vísceras expostas devem ser imediatamente cobertas com materiais umedecidos, não aderentes (p. ex., gaze de vaselina medicamentosa que pode ser coberta com envoltório plástico) e estéreis para manter a esterilidade e impedir a evaporação. O lactente deve então receber líquidos IV e antibióticos (mais comumente um regime de amplo espectro como ampicilina e gentamicina, embora a cobertura isolada da flora da pele possa ser adequada) (1) e uma sonda nasogástrica deve ser colocada. A quantidade de líquidos necessária costuma ser significativamente maior que a necessária para um neonato saudável normal (1,5 a 2 vezes) por causa da perda excessiva de líquidos do intestino exposto.

Antes da cirurgia, avalia-se a possível associação a outras anomalias. Quando possível, é realizado o simples fechamento da parede. Quando uma grande quantidade do intestino é exposta, a cavidade abdominal pode ser muito pequena para acomodar as vísceras. Nesse caso, as vísceras são cobertas por uma bolsa ou silo de silicone polimérico, cujo tamanho é progressivamente reduzido ao longo de vários dias à medida que a capacidade abdominal aumenta lentamente, até que todas as vísceras caibam na cavidade abdominal. Mais recentemente, tem sido realizado reparo de gastrosquise sem sutura utilizando o cordão umbilical ou um curativo sintético para cobrir o defeito. Mais pesquisas são necessárias para avaliar a eficácia dessa abordagem.

Muitas vezes leva várias semanas antes de a função gastrointestinal se recuperar e ser possível administrar alimentação oral. Nutrição parenteral ou nutrição enteral é comumente necessária, por vezes durante meses, até que se atinjam volumes plenos de alimentação oral. Ocasionalmente, os recém-nascidos têm problemas a longo prazo causados pela motilidade intestinal anormal (2).

Referências sobre tratamento

  1. 1. Slidell MB, McAteer J, Miniati D, et al. Management of Gastroschisis: Timing of Delivery, Antibiotic Usage, and Closure Considerations (A Systematic Review From the American Pediatric Surgical Association Outcomes & Evidence Based Practice Committee). J Pediatr Surg. 2024;59(8):1408-1417. doi:10.1016/j.jpedsurg.2024.03.044

  2. 2. Ferreira RG, Mendonça CR, Gonçalves Ramos LL, de Abreu Tacon FS, Naves do Amaral W, Ruano R. Gastroschisis: a systematic review of diagnosis, prognosis and treatment. J Matern Fetal Neonatal Med. 2022;35(25):6199-6212. doi:10.1080/14767058.2021.1909563

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