Exames de diagnóstico por imagem do fígado e da vesícula biliar

PorChristina C. Lindenmeyer, MD, Cleveland Clinic
Revisado/Corrigido: ago 2023
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Exames de imagem do fígado, vesícula biliar e trato biliar incluem ultrassonografia, tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM), colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE), colangiografia percutânea trans-hepática, colangiografia intraoperatória, cintilografia e radiografias simples.

(Veja também Considerações gerais sobre o fígado e a vesícula biliar.)

Ultrassonografia

A ultrassonografia utiliza ondas sonoras para formar imagens do fígado, vesícula biliar e dutos biliares. A ultrassonografia transabdominal é mais útil para detectar anormalidades estruturais afetando certas partes do fígado, como tumores, do que para detectar anormalidades que afetam todo o fígado uniformemente, como cirrose (cicatrização grave do fígado) ou fígado gorduroso (excesso de gordura no fígado). É a técnica mais econômica e segura para obter imagens da vesícula biliar e dos dutos biliares.

Na ultrassonografia, o médico pode detectar imediatamente a existência de cálculos na vesícula biliar. A ultrassonografia do abdômen pode distinguir se a icterícia (uma coloração amarelada da pele e da parte branca dos olhos) é provocada pela obstrução dos dutos biliares ou pelo mau funcionamento das células do fígado. Se a ultrassonografia mostrar dutos biliares dilatados (alargados), a causa é geralmente obstrução. A ultrassonografia também fornece orientação quando os médicos inserem uma agulha para obter uma amostra de tecido para biópsia do fígado.

Um tipo de ultrassonografia, denominada ultrassonografia com Doppler, permite visualizar o fluxo de sangue nos vasos sanguíneos do fígado. A ultrassonografia com Doppler pode detectar obstruções nas artérias e veias do fígado, especialmente na veia porta, que leva o sangue do intestino ao fígado. A ultrassonografia com Doppler também pode detectar os efeitos da pressão elevada na veia porta (um quadro clínico denominado hipertensão portal). A ultrassonografia endoscópica usa um pequeno transdutor na ponta de um endoscópio que é inserido pela boca até o estômago e primeiro segmento do intestino delgado (duodeno), aproximando-o do fígado e dos órgãos adjacentes.

Tomografia computadorizada

A tomografia computadorizada (TC) proporciona excelentes imagens do fígado e dos seus vasos sanguíneos. Ela é particularmente útil na detecção de tumores. Ela também pode detectar acúmulos de pus (abscessos) e alguns distúrbios que afetam todo o fígado uniformemente, como o fígado gorduroso (excesso de gordura no fígado).

Ressonância magnética

A ressonância magnética (RM) pode detectar certas doenças hepáticas, como hemocromatose e doença hepática gordurosa, que afetam todas as áreas do fígado da mesma forma. A RM mostra o fluxo sanguíneo, fornecendo informações sobre os distúrbios dos vasos sanguíneos. A RM também é útil para a detecção de tumores.

A tecnologia de RM também oferece imagens dos dutos biliares e das estruturas adjacentes, usando uma técnica denominada colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM). As imagens produzidas são tão nítidas quanto as geradas por testes mais invasivos, nos quais o meio de contraste é injetado diretamente nos dutos biliares e pancreáticos. Diferente da TC, a RM não envolve exposição a radiografias, embora seja mais cara e mais demorada do que a TC.

Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica

A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) envolve a introdução de um endoscópio (um tubo óptico flexível) pela boca que avança pelo esôfago e estômago até o duodeno. Em seguida, introduz-se um tubo fino no endoscópio até o interior do trato biliar. Os médicos injetam um contraste radiopaco pelo tubo no trato biliar e, ao mesmo tempo, tiram radiografias dele e do duto pancreático.

A CPRE é ocasionalmente usada simplesmente para visualizar as estruturas do trato biliar, embora os médicos geralmente prefiram a CPRM quando disponível por ter a mesma qualidade e ser mais segura. No entanto, diferente de outros testes diagnósticos, a CPRE permite aos médicos realizar biópsias e determinados tratamentos porque um endoscópio é usado durante este procedimento. Por exemplo, com o endoscópio, um cálculo no duto biliar pode ser removido, ou um tubo (stent) pode ser introduzido para transpor a obstrução do duto biliar causada por uma inflamação ou um câncer. Com a CPRE, complicações (como inflamação do pâncreas [pancreatite] ou hemorragia) ocorrem em cerca de 1% das vezes. Se um tratamento for realizado durante a CPRE, tais complicações poderão ocorrer com mais frequência.

Compreensão da colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE)

Na colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE), introduz-se um contraste radiopaco por um endoscópio (um tubo óptico flexível), que entra pela boca e passa pelo estômago até o duodeno (o primeiro segmento do intestino delgado). Um contraste radiopaco é injetado no trato biliar, logo após o esfíncter de Oddi. Em seguida, o contraste volta pelo trato biliar e, frequentemente, evidencia os dutos pancreáticos.

Os instrumentos cirúrgicos também podem ser usados com o endoscópio, permitindo que um médico remova um cálculo no duto biliar ou insira um tubo (stent) para fazer um bypass no duto biliar obstruído por cicatrização ou câncer.

Colangiografia percutânea trans-hepática

Em uma colangiografia percutânea trans-hepática (CPTH), introduz-se no fígado uma agulha comprida através da pele e, depois, injeta-se um contraste radiopaco em um dos dutos biliares do fígado, usando o ultrassom como guia. As radiografias obtidas mostram claramente os tratos biliares e, sobretudo, qualquer obstrução nos dutos biliares. Semelhante à colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE), a colangiografia percutânea trans-hepática é usada mais frequentemente para tratamento ou biópsia do que para obter imagens do trato biliar. As complicações da colangiografia percutânea trans-hepática, como sangramento e lesões internas, fazem com que esse seja um método menos desejável que a CPRE, exceto em circunstâncias especiais.

Colangiografia intraoperatória

A colangiografia intraoperatória envolve a injeção de um contraste radiopaco diretamente nos dutos do trato biliar durante a intervenção cirúrgica da vesícula biliar. O procedimento permite obter imagens claras do trato biliar nas radiografias. Esse teste é usado de forma ocasional, quando outros testes menos invasivos não fornecerem informações suficientes.

Cintilografia (radioisótopo)

A cintilografia (radioisótopo) usa uma substância que contêm um marcador radioativo que, depois de ser injetado por via intravenosa, é captado por um órgão em particular. A radioatividade é detectada por uma câmera de raios gama, colocada sobre a parte superior do abdômen e ligada a um computador que gera uma imagem. Uma varredura do fígado usa uma substância radioativa captada pelos hepatócitos.

A colecistografia (uma cintilografia ou varredura hepatobiliar), outro tipo de exame de imagem por radionuclídeos, segue o movimento de uma substância radioativa à medida que ela é secretada do fígado e passa pela vesícula biliar e dutos biliares chegando ao duodeno (primeiro segmento do intestino delgado). Essa técnica, realizada com a pessoa em jejum, pode detectar um duto cístico obstruído (tubo que liga a vesícula biliar ao duto biliar principal — veja a figura Visão do fígado e da vesícula biliar). Tal obstrução indica inflamação aguda da vesícula biliar (colecistite).

Radiografias do fígado e do trato biliar

As radiografias simples do abdômen geralmente não conseguem detectar distúrbios do fígado, da vesícula biliar ou do trato biliar.

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