Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (TARE)

PorEvelyn Attia, MD, Columbia University Medical Center;
B. Timothy Walsh, MD, College of Physicians and Surgeons, Columbia University
Revisado porMark Zimmerman, MD, South County Psychiatry
Revisado/Corrigido: modificado ago. 2025
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Fatos rápidos

O transtorno alimentar restritivo evitativo é um transtorno alimentar/de alimentação caracterizado pelo fato de que a pessoa come muito pouco e/ou evita comer determinados alimentos. Ele não inclui ter uma imagem corporal distorcida (como ocorre na anorexia nervosa) ou estar preocupado com a imagem corporal (como ocorre na bulimia nervosa).

  • O transtorno alimentar restritivo evitativo pode causar perda de peso significativa, crescimento menor que o esperado em crianças, dificuldade em participar de atividades sociais normais e, às vezes, deficiências nutricionais prejudiciais.

  • O médico diagnostica a pessoa com base na natureza da restrição alimentar e seus efeitos, após ter descartado outras causas que a fazem comer muito pouco.

  • A terapia cognitivo-comportamental pode ajudar a pessoa a aprender a comer normalmente e ajudá-la a sentir menos ansiedade em relação ao que come.

A causa exata da ingestão alimentar restritiva evitativa é desconhecida, mas pode haver fatores genéticos, psicológicos e sociais envolvidos (por exemplo, trauma, ansiedade, autismo e distúrbios do desenvolvimento).

O transtorno alimentar restritivo evitativo costuma começar na infância, geralmente entre 11 e 13 anos de idade e, a princípio, pode se parecer com a alimentação seletiva, que é comum durante essa fase da vida. Por exemplo, é possível que a criança se recuse a comer alguns tipos de alimentos ou alimentos que têm uma determinada cor, consistência ou odor. No entanto, a alimentação seletiva geralmente diz respeito a apenas alguns alimentos e, ao contrário das crianças com aquele transtorno, as crianças que apresentam alimentação seletiva têm apetite normal, em geral comem o suficiente e crescem e se desenvolvem normalmente.

É possível que a pessoa com transtorno alimentar restritivo evitativo não coma, porque ela perdeu o interesse em comer ou porque acredita que comer tem consequências prejudiciais.

Sintomas do TARE

A pessoa com transtorno alimentar restritivo evitativo come muito pouco e/ou evita comer determinados alimentos. É possível que ela coma tão pouco que acaba perdendo uma quantidade significativa de peso. Crianças com esse transtorno podem não crescer tanto quanto esperado.

Deficiências nutricionais ocorrem com frequência e podem ser fatais.

Devido aos seus problemas com alimentação, as pessoas com este transtorno talvez tenham dificuldade em participar de atividades sociais normais, como comer com outras pessoas e manter relacionamentos.

Diagnóstico do TARE

  • Uma avaliação médica, com base em critérios psiquiátricos padrão (incluindo avaliação para outras doenças mentais)

  • Exames para verificar a presença de problemas da saúde geral

O médico suspeita que a pessoa tem transtorno alimentar restritivo evitativo se ela evita alimentos ou come muito pouco e apresenta 1 ou mais dos seguintes quesitos:

  • Perda de peso excessiva ou, no caso de crianças, não crescer como esperado

  • Uma grave deficiência nutricional

  • A necessidade de alimentação por sonda ou de tomar suplementos nutricionais por via oral

  • Muita dificuldade de participar de atividades sociais normais e interagir com outras pessoas

  • Nenhuma evidência de imagem corporal distorcida

Quando uma pessoa come tão pouco a ponto de perder peso e apresentar deficiências nutricionais, o médico costuma realizar exames para verificar a presença de problemas da saúde geral que podem causar esses quadros clínicos. Esses problemas da saúde geral incluem alergias alimentares, distúrbios do trato digestivo que comprometem a absorção de alimentos (má absorção) e câncer.

O médico também leva em consideração outros transtornos mentais que às vezes causam a perda de peso, tais como outros transtornos alimentares e de alimentação (sobretudo a anorexia nervosa, a depressão e a esquizofrenia. O médico não diagnostica a pessoa com transtorno alimentar restritivo evitativo se ela limitar sua ingestão de alimentos, porque não há alimentos disponíveis ou porque essa prática faz parte de uma tradição cultural (por exemplo, o jejum religioso).

Geralmente, o médico também não diagnostica a pessoa com transtorno alimentar restritivo evitativo se ele identificar outro distúrbio ou tratamento médico (por exemplo, radioterapia ou quimioterapia) como sendo a causa.

Tratamento do TARE

  • Terapia cognitivo-comportamental ou tratamento familiar

A terapia cognitivo-comportamental ou o tratamento familiar podem ser usados para ajudar a pessoa com transtorno alimentar restritivo evitativo a aprender a comer normalmente. Tanto um como outro pode ajudá-la a se sentir menos ansiosa em relação ao que come.

Mais informações

O seguinte é um recurso em inglês que pode ser útil. Vale ressaltar que O Manual não é responsável pelo conteúdo deste recurso.

  1. Associação Nacional de Transtornos Alimentares (National Eating Disorders Association, NEDA)

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