Como fazer ventilação não invasiva com pressão positiva

PorBradley Chappell, DO. MHA, Harbor-UCLA Medical Center
Revisado/Corrigido: fev 2023
Visão Educação para o paciente

Ventilação não invasiva com pressão positiva (VNPP) é a assistência ventilatória sem uma via respiratória artificial invasiva. É entregue a um paciente respirando espontaneamente por meio de máscara bem ajustada que cobre o nariz ou tanto o nariz como a boca. Como as vias respiratórias estão desprotegidas, é possível que haja aspiração, de modo que os pacientes precisam ter estado de vigília adequado e reflexos protetores das vias respiratórias.

(Ver também Visão geral da ventilação mecânica.)

Pode-se administrar VNPP como

  • Pressão positiva contínua das vias respiratórias (CPAP)

  • Pressão positiva das vias respiratórias em dois níveis pressóricos (BiPAP), que é desencadeada pelas respirações do paciente

Na pressão positiva contínua das vias respiratórias, pressão constante é mantida ao longo de todo o ciclo respiratório, sem suporte inspiratório adicional.

Ao utilizar o BiPAP, o médico estabelece tanto a pressão positiva expiratória das vias respiratórias [PPEVR, que é o equivalente fisiológico da pressão positiva contínua das vias respiratórias como a pressão expiratória final positiva (PEEP)] e, adicionalmente, a pressão inspiratória positiva das vias respiratórias (PIPVR).

Indicações para ventilação com pressão positiva não invasiva

Utiliza-se VNPP principalmente para adiar e possivelmente prevenir a necessidade de entubação endotraqueal e para facilitar a extubação em pacientes com respiração espontânea. As indicações incluem

  • Exacerbações agudas de DPOC, (doença pulmonar obstrutiva crônica), p. ex., com PaCO2 > 45 mmHg ou pH < 7,30

  • Edema pulmonar cardiogênico com insuficiência respiratória iminente

  • Síndrome de obesidade-hipoventilação

  • Pacientes imunocomprometidos com insuficiência respiratória iminente, nos quais a entubação apresenta maior risco de infecção

  • Insuficiência respiratória hipoxêmica

  • Pacientes com diretivas antecipadas de vontade contrárias à entubação que, do contrário, exigiriam intubação

O paciente ideal está alerta e cooperativo e tem uma quantidade mínima de secreção nas vias respiratórias.

No ambiente ambulatorial,

  • Frequentemente, usa-se pressão positiva contínua das vias respiratórias para pacientes com apneia obstrutiva do sono.

  • Pode-se utilizar BiPAP para pacientes com síndrome de hipoventilação-obesidade concomitante ou para ventilação mecânica crônica em pacientes com doenças neuromusculares ou doenças da parede torácica.

Contraindicações à ventilação com pressão positiva não invasiva

Contraindicações absolutas

  • Parada cardíaca ou respiratória, ou parada iminente

  • Instabilidade hemodinâmica ou disrítmica

  • Sangramento gastrointestinal superior grave

  • Deformidade ou trauma facial

  • Obstrução das vias respiratórias superiores

  • Secreções abundantes ou incapacidade de remover secreções

  • Vômitos (que podem resultar em aspiração potencialmente fatal) ou esvaziamento gástrico prejudicado (como ocorre no íleo paralítico, obstrução intestinal ou gestação), que aumenta o risco de vômitos

  • Indicação iminente de cirurgia ou necessidade de estar em um ambiente inacessível para monitoramento atento de procedimentos prolongados

  • Obnubilação ou incapacidade de cooperar com as instruções

Complicações da ventilação com pressão positiva não invasiva

Equipamento para ventilação com pressão positiva não invasiva

  • Aparelho de BiPAP (ou respirador com todos os recursos)

  • Máscara facial ou máscara nasal

  • Tira de cabeça, para fixar a máscara na face do paciente

  • Disco de ajuste, utilizada para determinar o tamanho ideal da máscara para o paciente

Considerações adicionais para ventilação com pressão positiva não invasiva

  • A PIPVR precisa ser estabelecida abaixo da pressão de abertura do esôfago (20 cm H2O), para evitar insuflação gástrica.

  • As indicações para conversão para entubação endotraqueal e ventilação mecânica convencional incluem o desenvolvimento de um menor estado de alerta e o transporte até um centro cirúrgico onde precisa-se de controle das vias respiratórias e suporte ventilatório total.

Posicionamento para ventilação com pressão positiva não invasiva

  • O paciente pode estar sentado ereto ou semi-reclinado.

Descrição passo a passo da ventilação com pressão positiva não invasiva

  • Determinar o tamanho apropriado da máscara facial, encaixando a roda de ajuste sobre a ponte do nariz do paciente e girando-a para selecionar o tamanho que cobre toda a boca.

  • Prender a parte frontal da cinta da cabeça em torno da cabeça do paciente. Não apertar muito a fita; deixar um ou dois dedos de folga sob a fita e então prendê-la.

  • Apertar as tiras inferiores na máscara em cada lado.

  • Prender a parte superior da máscara à tira da testa. Essa parte superior da máscara pode precisar de ajustes finos: para dentro ou para fora, para cima ou para baixo, a fim de otimizar o bem-estar do paciente.

  • Conectar o tubo de BiPAP ao paciente, com a válvula de liberação de dióxido de carbono apontada para longe do paciente.

  • As configurações típicas iniciais da BiPAP são: PPIVR = 10 a 12 cm de água e PPEVR = 5 a 7 cm de água.

  • Ajustar a posição da máscara conforme necessário para manter uma boa vedação contra a face. Um pequeno vazamento de ar, como 5 L/minuto, é desprezível.

  • Observar o paciente sequencialmente, começando 30 minutos do início da CPAP, para avaliar a ventilação e o bem-estar do paciente, e aumentar o PPIVR para 15 a 20 cm de água conforme necessário.

Cuidados posteriores para ventilação com pressão positiva não invasiva

  • É importante monitorar atentamente os pacientes após o início da VNPP para identificar aqueles cuja doença não melhora (geralmente em 1 a 2 horas) e que, portanto, podem precisar de entubação endotraqueal. Medições seriais da gasometria arterial para ajudar a orientar o tratamento.

Recomendações e sugestões para ventilação não invasiva com pressão positiva (VNIPP)

  • Para facilitar o bem-estar do paciente e a aceitação da máscara, pedir que os pacientes segurem a máscara contra a própria face antes de prender as tiras.

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