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Coqueluche

(Tosse Comprida)

Por

Larry M. Bush

, MD, FACP, Charles E. Schmidt College of Medicine, Florida Atlantic University;


Maria T. Vazquez-Pertejo

, MD, FACP, Wellington Regional Medical Center

Revisado/Corrigido: abr 2022
Visão Educação para o paciente
Recursos do assunto

Coqueluche é uma doença altamente contagiosa que ocorre principalmente em crianças e adolescentes e é causada pela bactéria gram-negativa Bordetella pertussis. Os sintomas são inicialmente aqueles de uma infecção do trato respiratório superior inespecífica, seguida de tosse paroxística ou espasmódica que geralmente termina com uma inspiração prolongada, forçada e estridente (semelhante a um uivo). O diagnóstico é feito por cultura de nasofaringe, PCR (polymerase chain reaction) e testes sorológicos. O tratamento é feito com antibióticos macrolídeos.

Coqueluche é endêmica em todo o mundo. Sua incidência nos Estados Unidos é cíclica, a cada 3 a 5 anos. Coqueluche só ocorre em seres humanos; não existe reservatório animal.

A transmissão é principalmente por secreções respiratórias aerossolizadas que contêm B. pertussis (um pequeno cocobacilo Gram-negativo não móvel) de pacientes infectados, particularmente nas fases paroxísticas catarrais e precoces. A infecção é altamente contagiosa e causa doença em ≥ 80% dos contatos próximos. A transmissão por contato com artigos contaminados é rara. Pacientes geralmente não são infectantes após a 3ª semana da fase paroxística.

Coqueluche é uma doença infantil prevenível por vacina Vacinação infantil A vacinação é extremamente eficaz para prevenir doenças graves e melhorar a saúde em todo o mundo. Por causa das vacinas, infecções que já foram muito comuns e/ou fatais (p. ex., varíola, poliomielite... leia mais cuja incidência está aumentando. Nos Estados Unidos, a taxa de casos na década de 1980 foi a menor de todos os tempos de cerca de 1/100.000 habitantes que, em 2014, aumentou para cerca de 10/100.000. O relatório de 2019 sobre vigilância publicado pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) relatou uma incidência de 5,7/100.000 (1 Referência geral Coqueluche é uma doença altamente contagiosa que ocorre principalmente em crianças e adolescentes e é causada pela bactéria gram-negativa Bordetella pertussis. Os sintomas são inicialmente... leia mais ). O aumento desde os anos de 1980 é decorrente de

Esses pacientes desprotegidos podem adoecer; além disso, adolescentes e adultos desprotegidos são um reservatório importante de B. pertussis e são, portanto, muitas vezes fonte de infecção para os recém-nascidos desprotegidos < 1 ano (que tiveram o maior aumento na incidência anual e a maior taxa de letalidade). Além disso, a virulência das cepas epidêmicas pode estar aumentando.

Nos Estados Unidos, em 2019, houve 18.617 casos de coqueluche e 7 mortes. A incidência por 100.000 foi mais alta em lactentes < 6 meses de idade (76,5), e 4 das 7 mortes ocorreram em lactentes < 1 ano de idade (1 Referência geral Coqueluche é uma doença altamente contagiosa que ocorre principalmente em crianças e adolescentes e é causada pela bactéria gram-negativa Bordetella pertussis. Os sintomas são inicialmente... leia mais ). A coqueluche também é grave em idosos.

Tabela

Um surto da doença não confere imunidade natural por toda a vida, mas infecções e surtos secundários em adolescentes e adultos previamente vacinados cuja imunidade caiu costumam ser leves e frequentemente não reconhecidos.

Doenças causadas por coqueluche

Complicações respiratórias são muito comuns, incluindo asfixia em lactentes. Otite média Otite média aguda A otite média aguda é infecção bacteriana ou viral da orelha média, geralmente acompanhando infecção do trato respiratório superior. Os sintomas incluem otalgia, muitas vezes associada aos sintomas... leia mais Otite média aguda frequentemente ocorre. Broncopneumonia (também comum no idoso) pode ser fatal em qualquer idade.

Convulsões são comuns em lactentes, mas raras em crianças mais velhas.

Hemorragia no cérebro, nos olhos, na pele e nas mucosas pode resultar de paroxismos intensos e de consequente anoxia. Hemorragia cerebral, edema cerebral e encefalite tóxica podem resultar em paralisia espástica, deficit intelectual ou outros distúrbios neurológicos.

Herniação umbilical e prolapso retal ocorrem ocasionalmente.

Paracoqueluche

Causada por B. parapertussis, pode ser clinicamente indiferenciável de coqueluche, mas geralmente é mais leve e menos frequentemente fatal.

Referência geral

Sinais e sintomas da coqueluche

O período de incubação é de aproximadamente 7 a 14 dias (máximo de 3 semanas). B. pertussis invade a mucosa respiratória, aumentando a secreção de muco, que é inicialmente líquido e então torna-se viscoso e consistente. Doença não complicada dura cerca de 6 a 10 semanas e consiste de 3 fases:

  • Catarral

  • Paroxística

  • Convalescente

A fase catarral se inicia de forma insidiosa, geralmente com espirros, lacrimejamento ou outros sinais de coriza, anorexia, apatia e uma incômoda tosse seca noturna que gradualmente se torna diurna. Pode haver rouquidão. Febre é rara.

Após 10 a 14 dias, a fase paroxística se inicia com um aumento na gravidade e na frequência da tosse. Crises repetidas 5 tosses fortes, rapidamente sucessivas, ocorrem durante uma única expiração e são seguidos por estridor rápido à inspiração profunda. Secreção viscosa copiosa pode ser expelida ou borbulhar nas narinas durante ou após os paroxismos. Vômitos são característicos. Em lactentes, acessos sufocantes (com ou sem cianose) podem ser mais comuns do que estridor.

Os sintomas diminuem quando se inicia a fase convalescente, geralmente dentro de 4 semanas após o início. A duração média da doença é de aproximadamente 7 semanas (variando de 3 semanas a 3 meses ou mais). Tosse paroxística pode recorrer por meses, geralmente induzida pelo trato respiratório ainda sensibilizado por uma irritação causada por infecções do trato respiratório superior.

Diagnóstico da coqueluche

  • Culturas e nasofaríngeas, testes de anticorpos por fluorescência direta e PCR (reação em cadeia da polimerase)

  • Exames sorológicos

Culturas de amostras nasofaríngeas são positivas para B. pertussis em 80 a 90% dos casos nas fases catarrais e paroxísticas iniciais. Como são necessários meios especiais e incubação prolongada, o laboratório deve ser notificado sobre a suspeita de coqueluche.

Testes específicos com anticorpos fluorescentes em amostras de nasofaringe fazem diagnóstico preciso de coqueluche, mas não são tão sensíveis quanto a cultura. Sorologias de fase aguda e convalescente pareadas podem ser úteis.

Testes de reação em cadeia de polimerase (PCR) feitos com amostras nasofaríngeas são os testes mais sensíveis e preferidos.

A contagem de leucócitos geralmente permanece entre 15.000 e 20.000/mcL (15 and 20 × 109/L), mas pode ser normal ou chegar a 60.000/mcL (60 × 109/L), geralmente com 60 a 80% de linfócitos pequenos.

A paracoqueluche é identificada por cultura ou técnica de anticorpo fluorescente.

Tratamento da coqueluche

  • Cuidados de suporte

  • Eritromicina ou azitromicina

Hospitalização com isolamento respiratório é recomendada para lactentes gravemente enfermos. O isolamento é mantido até que os antibióticos tenham sido administrados durante 5 dias.

Em lactentes, sucção para remover o excesso de muco da garganta pode ser vital. Ocasionalmente, são necessários oxigênio e traqueostomia ou entubação nasotraqueal. Expectorantes, inibidores da tosse e sedação discreta são insignificantes.

Como qualquer distúrbio pode precipitar tosse paroxística intensa com anoxia, crianças gravemente enfermas devem ser mantidas em um quarto escuro, quietas e ser perturbadas o mínimo possível.

Pacientes tratados em casa devem ser isolados, em particular no caso de lactentes suscetíveis, por pelo menos 4 semanas após o início da doença e até que os sintomas desapareçam.

Antibióticos administrados na fase catarral podem melhorar a doença. Após os paroxismos serem estabilizados, os antibióticos geralmente não têm qualquer efeito clínico, mas são recomendados para limitar a disseminação.

Os fármacos de escolha são

  • Eritromicina, 10 a 12,5 mg/kg, por via oral, a cada 6 horas (máximo 2 g/dia) por 14 dias

  • Azitromicina, 10 a 12 mg/kg, por via oral, uma vez ao dia, por 5 dias

Sulfametoxazol-trimetoprima pode ser substituído em pacientes ≥ 2 meses que são intolerantes ou hipersensíveis aos antibióticos macrolídeos.

Também devem ser utilizados antibióticos para complicações bacterianas, como broncopneumonia e otite média.

Prevenção da coqueluche

Imunização ativa contra coqueluche faz parte da vacinação básica na infância. Cinco doses de vacina acelular contra coqueluche Vacina contra difteria-tétano-coqueluche As vacinas que contêm toxoide diftérico, toxoide tetânico e a vacina acelular contra a coqueluche ajudam a proteger contra difteria, tétano e coqueluche, mas não evitam todos os casos. Para... leia mais (em geral combinadas contra difteria e tétano [DTaP]) são administradas aos 2, 4 e 6 meses de idade; aos 15 a 18 meses e aos 4 a 6 anos de idade.

A imunidade após infecção natural dura aproximadamente 20 anos.

Contatos próximos < 7 anos que tomaram < 4 doses da vacina devem completar o esquema de vacinação infantil recomendado.

Profilaxia pós-exposição

Deve-se administrar antibióticos pós-exposição a contatos domiciliares em 21 dias do início da tosse no primeiro paciente, independentemente de terem sido vacinados ou não.

Também deve-se administrar antibióticos pós-exposição para as seguintes pessoas de alto risco nos 21 dias após a exposição, independentemente de terem sido vacinadas ou não:

  • Lactentes com < 12 meses

  • Mulheres no 3º trimestre de gestação

  • Todas as pessoas com doenças potencialmente exacerbadas por infecção por coqueluche (p. ex., imunodeficiência, asma moderada a grave e/ou doença pulmonar crônica)

  • Pessoas que têm contato próximo com recém-nascidos < 12 anos, gestantes ou pacientes com doenças que podem resultar em enfermidade ou complicações graves

  • Todas as pessoas em ambientes de alto risco que incluam crianças < 12 anos ou mulheres no 3º trimestre de gestação (p. ex., creches, maternidades, unidade de terapia intensiva neonatal)

Essas pessoas devem receber um curso de 7 a 14 dias de eritromicina de 500 mg/dia por via oral 4 ou 10 a 12,5 mg/kg por via oral 4 vezes ao dia. Os antibióticos alternativos são a claritromicina e a azitromicina. Para lactentes < 1 mês, azitromicina é preferida para profilaxia pós-exposição.

Pontos-chave

  • A coqueluche é uma infecção respiratória que pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum e mais provável de ser fatal em crianças, particularmente recém-nascidos < 6 meses.

  • A fase catarral com sintomas de Infecção das vias respiratórias superiores é seguida por uma fase paroxística com episódios repetidos de tosse rápida e consecutivos, seguida por inspiração profunda apressada (a respiração ofegante).

  • A doença dura cerca de 7 semanas, mas a tosse pode continuar por meses.

  • Diagnosticar utilizando PCR (polymerase chain reaction) ou culturas nasofaríngeas; meios especiais são necessários.

  • Tratar com um antibiótico macrolídeo para melhorar a doença (durante a fase catarral) ou minimizar a transmissão (durante a fase paroxística e mais tarde).

  • Prevenir a doença utilizando uma vacina acelular contra coqueluche como parte das imunizações programadas (incluindo uma dose de reforço para adultos) e tratar contatos próximos com eritromicina.

  • Não ter a doença nem ser vacinado fornece proteção por toda a vida, embora qualquer doença subsequente tenda a ser mais leve.

Informações adicionais

O recurso em inglês a seguir pode ser útil. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo deste recurso.

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OBS.: Esta é a versão para profissionais. CONSUMIDORES: VISUALIZAR A VERSÃO SAÚDE PARA A FAMÍLIA
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