Ginkgo

PorLaura Shane-McWhorter, PharmD, University of Utah College of Pharmacy
Reviewed ByEva M. Vivian, PharmD, MS, PhD, University of Wisconsin School of Pharmacy
Revisado/Corrigido: modificado jul. 2025
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Visão Educação para o paciente

Ginkgo (Ginkgo biloba) é preparado a partir das folhas da árvore de ginkgo (comumente plantada nos Estados Unidos para finalidades ornamentais e botanicamente único por ser o único membro sobrevivente de sua família). Acredita-se que os ingredientes ativos sejam terpenos ginkgolídeos e flavonoides.

A fruta da árvore ginkgo, que tem um odor desagradável, não é utilizada nos produtos a base de ginkgo. Contato com a polpa da fruta, que pode está presente sob a árvore ginkgo fêmea, pode causar grave inflamação na pele (dermatite). As sementes da fruta cruas são tóxicas e podem causar convulsões e em grandes quantidades são letais. As sementes de ginkgo cozidas são ingeridas na Ásia e estão disponíveis em lojas de alimentos asiáticos nos Estados Unidos. Como as sementes não contêm ginkgolídeos e flavonoides, não possuem efeitos terapêuticos conhecidos.

Alegações sobre o ginkgo

Os produtos à base da folha de ginkgo são utilizados para leve alívio sintomático de claudicação, apesar de o exercício e o cilostazol serem mais eficazes. Ginkgo aumenta a distância que os indivíduos afetados conseguem caminhar sem dor.

O ginkgo tem sido utilizado há muito tempo por indivíduos com demências. O ginkgo também foi utilizado para aliviar perda de memória, ansiedade, zumbido, degeneração macular relacionada à idade, e doença da altitude O gingko pode evitar as lesões renais causadas pela ciclosporina. Gingko também tem sido utilizado para doença aguda das montanhas e como adjuvante para tratar o diabetes tipo 2.

Evidências sobre o ginkgo

Acredita-se que o gingko seja um agente vasoativo. Embora os pacientes com claudicação intermitente possam conseguir andar mais do que os pacientes tratados com placebo, o benefício é muito menor de acordo com uma revisão de Cochrane de 2013. Essa avaliação analisou 14 ensaios com um total de 739 participantes, dos quais 11 ensaios (477 participantes) compararam Ginkgo biloba a placebo (1).

Estudos anteriores nos Estados Unidos indicaram que o ginkgo temporariamente estabilizou a função mental e social em indivíduos com demência leve a moderada. Contudo, ensaios clínicos subsequentes mais amplos mostraram que a suplementação de ginkgo (EGb 761) não atrasa o aparecimento e a progressão da demência e da doença de Alzheimer em idosos (2–4). Uma análise geral das 12 revisões sistemáticas (59 ensaios clínicos randomizados) dos efeitos da ginkgo com evidências baixas a moderadas relatou que, quando utilizada em doses diárias superiores a 200 mg e por ≥ 5 meses para tratar a demência, houve uma melhora no desempenho cognitivo, nas atividades de vida diária e na impressão clínica global (5). Além disso, uma revisão sistemática e metanálise de 18 ensaios clínicos randomizados incluindo 1642 pacientes com doença de Alzheimer relatou que o ginkgo em combinação com donepezil versus monoterapia com donepezil pode melhorar alguns escores de cognição (por exemplo, aqueles no Miniexame do Estado Mental e na Avaliação Cognitiva de Montreal), e atividades da vida diária (6). São necessários mais estudos em relação à utilização clínica desse suplemento para a demência.

Evidências anteriores sugerem que o ginkgo pode aliviar zumbidos, mas uma revisão Cochrane de 4 estudos (1.543 pacientes) mostra que isso não ocorre quando o zumbido é a doença primária (7). Uma revisão sistemática e metanálise do ginkgo para prevenção da doença aguda das montanhas descobriu uma tendência de benefício, mas os dados eram insuficientes para demonstrar um efeito preventivo significativo (8). Evidências emergentes relatam benefícios do ginkgo para o tratamento do diabetes tipo 2. Quando combinado com a metformina, ginkgo diminui significativamente a glicemia e a hemoglobina A1C em jejum (9).

Efeitos adversos do Ginkgo

Os consumidores devem estar cientes de que substâncias como rutina e quercetina podem ser utilizadas para adulterar ginkgo de menor qualidade para fazê-lo parecer satisfatório aos consumidores e às autoridades reguladoras.

Podem ocorrer náuseas, dispepsia, cefaleia, tontura e palpitação. Não deve ser utilizado por gestantes porque pode levar ao trabalho de parto precoce ou sangramento excessivo durante o parto. Também deve-se interromper o gingko pelo menos 2 semanas antes de cirurgias por causa do potencial de sangramento excessivo.

Interações medicamentosas com ginkgo

O ginkgo também pode interagir com ácido acetilsalicílico, outros AINEs e varfarina; pode, também, reduzir a eficácia dos anticonvulsivantes. Por causa da possível interação com os inibidores da monoamina oxidase, o ginkgo pode precipitar a síndrome da serotonina em pacientes sob outros antidepressivos (10). (Ver também tabela Algumas interações possíveis entre suplementos alimentares e fármacos.)

Referências

  1. 1. Nicolaï SP, Kruidenier LM, Bendermacher BL, et al. Gingko biloba for intermittent claudication. Cochrane Database Syst Rev. 6: CD006888, 2013. doi: 10.1002/14651858.CD006888.pub3

  2. 2. Vellas B, Coley N, Ousset PJ, et al; GuidAge Study Group. Long-term use of standardised Gingko biloba extract for the prevention of Alzheimer's disease (GuidAge): a randomised placebo-controlled trial. Lancet Neurol. 11(10):851-859, 2012. doi: 10.1016/S1474-4422(12)70206-5

  3. 3. Snitz BE, O'Meara ES, Carlson MC, et al; Ginkgo Evaluation of Memory (GEM) Study Investigators. Gingko biloba for preventing cognitive decline in older adults: a randomized trial. JAMA. 302(24):2663-2670, 2009. doi: 10.1001/jama.2009.1913

  4. 4. DeKosky ST, Williamson JD, Fitzpatrick AL, et al; Ginkgo Evaluation of Memory (GEM) Study Investigators. Gingko biloba for prevention of dementia: a randomized controlled trial. JAMA. 300(19):2253-2262, 2008. doi: 10.1001/jama.2008.683

  5. 5. Yuan Q, Wang CW, Shi J, et al. Effects of gingko biloba on dementia: an overview of systematic reviews. J Ethnopharmacol. 195:1-9, 2017. doi: 10.1016/j.jep.2016.12.005

  6. 6. Li D, Ma J, Wei B, Gao S, Lang Y, Wan X. Effectiveness and safety of ginkgo biloba preparations in the treatment of Alzheimer's disease: A systematic review and meta-analysis. Front Aging Neurosci. 2023 Mar 7;15:1124710. doi: 10.3389/fnagi.2023.1124710.

  7. 7. Hilton MP, Zimmermann EF, Hunt WT. Gingko biloba for tinnitus. Cochrane Database Syst Rev. (3):CD003852, 2013. doi: 10.1002/14651858.CD003852.pub3

  8. 8. Tsai TY, Wang SH, Lee YK, et al: .Gingko biloba extract for prevention of acute mountain sickness: a systematic review and meta-analysis of randomised controlled trials. BMJ Open. 8(8):e022005, 2018. doi: 10.1136/bmjopen-2018-022005

  9. 9. Aziz TA, Hussain SA, Mahwi TO, et al. The efficacy and safety of Gingko biloba extract as an adjuvant in type 2 diabetes mellitus patients ineffectively managed with metformin: a double-blind, randomized, placebo-controlled trial. Drug Des Devel Ther. 12:735-742, 2018. doi: 10.2147/DDDT.S157113

  10. 10. Diamond BJ, Bailey MR. Ginkgo biloba: indications, mechanisms, and safety. Psychiatr Clin North Am. 2013 Mar;36(1):73-83. doi: 10.1016/j.psc.2012.12.006

Informações adicionais

O recurso em inglês a seguir pode ser útil. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo deste recurso.

  1. National Institutes of Health (NIH), National Center for Complementary and Integrative Health: Gingko

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