A raiz de gengibre (Zingiber officinale) é extraída e transformada em comprimido, ou pode ser utilizada fresca, seca ou como suco ou óleo. Os ingredientes ativos incluem gingerol (que dá ao gengibre seu sabor e odor) e estragol.
Alegações sobre o gengibre
Alega-se que o gengibre seja um antiemético eficaz, em especial para náuseas relacionadas com movimento e na gestação e que alivie cólicas intestinais. Também utiliza-se o gengibre como um anti-inflamatório e analgésico, que pode ser benéfico no tratamento do diabetes tipo 2.
Evidências sobre o gengibre
Gengibre pode apresentar propriedades antibacterianas e efeitos antiplaquetários in vitro, mas os dados são inconsistentes.
O gengibre também pode ter efeitos benéficos na redução de náuseas e vômitos. Uma metanálise de 10 ensaios clínicos randomizados (918 pacientes) sugeriu possíveis benefícios do gengibre no controle da gravidade de náuseas e vômitos pós-operatórios (1). Uma metanálise de 13 estudos (1.174 pacientes) relatou que gengibre é significativamente mais eficaz do que placebo para aliviar náuseas relacionadas à gestação, mas não vômitos. Nessa análise, não houve diferença significativa entre gengibre e vitamina B6 na redução de náuseas ou vômitos (2). Outra metanálise sobre o uso do gengibre para náuseas e vômitos induzidos pela quimioterapia relatou que o gengibre não teve efeito sobre as náuseas induzidas pela quimioterapia e outros desfechos relacionados; entretanto, os autores concluíram que isso pode ter sido devido à heterogeneidade dos estudos (3).
As propriedades anti-inflamatórias e analgésicas do gengibre são menos bem embasadas. No entanto, uma revisão de 8 ensaios (481 participantes) indica um potencial efeito anti-inflamatório, o que pode reduzir a dor em algumas doenças, como a osteoartrite (4). Uma metanálise de 2015 de 5 estudos (593 indivíduos) descobriu que o gengibre foi apenas moderadamente eficaz para a osteoartrite (5). Entretanto, para dismenorreia primária, ensaios clínicos randomizados relatam que o gengibre pode ser benéfico (6, 7). O gengibre está sendo avaliado para o tratamento do diabetes tipo 2 e evidências emergentes mostraram uma ligeira diminuição na hemoglobina A1C (8).
Efeitos adversos do gengibre
O gengibre geralmente não é lesivo, apesar de algumas pessoas sentirem uma sensação de queimação ao ingeri-lo. Náuseas, dispepsia e disgeusia são possíveis.
Interações medicamentosas com o gengibre
Teoricamente, o gengibre é contraindicado para pacientes que apresentem diáteses hemorrágicas ou utilizem fármacos antiplaquetários ou varfarina. (Ver também tabela Algumas interações possíveis entre suplementos alimentares e fármacos.)
Referências
1. Toth B, Lantos T, Heygi P, et al.Ginger (Zingiber officinale): an alternative for the prevention of postoperative nausea and vomiting. A meta-analysis. Phytomedicine. 50:8-18, 2018. doi: 10.1016/j.phymed.2018.09.007
2. Hu Y, Amoah AN, Zhang H, et al. Effect of ginger in the treatment of nausea and vomiting compared with vitamin B6 and placebo during pregnancy: a meta-analysis. J Matern Fetal Neonatal Med. 35(1):187-196, 2022. doi:10.1080/14767058.2020.1712714
3. Crichton M, Marshall S, Marx W, et al. Efficacy of ginger (Zingiber officinale) in ameliorating chemotherapy-induced nausea and vomiting and chemotherapy-related outcomes: a systematic review update and meta-analysis. J Acad Nutr Diet. 119(12):2055-2068, 2019. doi: 10.1016/j.jand.2019.06.009
4. Terry R, Posadzki P, Watson LK, et al. The use of ginger (Zingiber officinale) for the treatment of pain: a systematic review of clinical trials. Pain Med. 12(12):1808-1818, 2011. doi: 10.1111/j.1526-4637.2011.01261.x
5. Bartels EM, Folmer VN, Bliddal H, et al. Efficacy and safety of ginger in osteoarthritis patients: a meta-analysis of randomized placebo-controlled trials. Osteoarthritis Cartilage. 23(1):13-21, 2015. doi: 10.1016/j.joca.2014.09.024
6. Daily JW, Zhang X, Kim DS, et al: Efficacy of ginger for alleviating the symptoms of primary dysmenorrhea: a systematic review and meta-analysis of randomized clinical trials. Pain Med 16(12):2243-55, 2015. doi: 10.1111/pme.12853
7. Moshfeghinia R, Salmanpour N, Ghoshouni H, et al. Ginger ofr pain management in primary dymenorrhea: a systematic review and meta-analysis. J Integr Complement Med. 2024;30(11). Publicado online 18 de novembro de 2024.
8. Huang FY, Deng T, Meng LX, et al: Dietary ginger as a traditional therapy for blood sugar control in patients with type 2 diabetes mellitus: a systematic review and meta-analysis. Medicine (Baltimore) 98(13):e15054, 2019. doi: 10.1097/MD.0000000000015054
Informações adicionais
O recurso em inglês a seguir pode ser útil. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo deste recurso.
