Desidroepiandrosterona (DGEA)

PorLaura Shane-McWhorter, PharmD, University of Utah College of Pharmacy
Reviewed ByEva M. Vivian, PharmD, MS, PhD, University of Wisconsin School of Pharmacy
Revisado/Corrigido: modificado jul. 2025
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Visão Educação para o paciente

Desidroepiandrosterona (DHEA) é um esteroide produzido pela glândula suprarrenal, sendo um precursor de estrogênios e progesterona. Os efeitos sobre o corpo são similares aos da testosterona. DHEA também pode ser sintetizada a partir de precursores selvagens no inhame mexicano, essa é a forma mais comumente disponível. Contudo, o consumo de inhame selvagem pode não ser um suplemento eficaz porque o corpo não consegue converter os precursores em DHEA.

Alegações sobre a DHEA

Afirma-se que os suplementos de DHEA melhoram o humor, a energia, a sensação de bem-estar e a capacidade de atuar bem sob estresse. Acredita-se que também melhoram a força muscular, desempenho atlético, estimulam o sistema imunitário, aprofundam o sono, reduzem os níveis de colesterol, diminuem a gordura corporal, aumentam a massa muscular, aumentam a densidade mineral óssea, aliviam a depressão, revertem o envelhecimento, melhoram a aparência da pele envelhecida, melhoram a função cerebral em pacientes com doença de Alzheimer, tratam a infertilidade em mulheres submetidas à reprodução assistida, aumentam a libido e reduzem os sintomas do lúpus eritematoso sistêmico. Utilizou-se uma prescrição de óvulo ou supositório de DHEA para tratar a atrofia vaginal.

Evidências sobre a DHEA

As alegações medicinais de DHEA não foram completamente justificadas por evidências. Além disso, a DHEA é proibida por várias organizações de esportes profissionais, já que é classificada como "hormônio"

Sabe-se que os níveis de DHEA diminuem naturalmente com a idade e, portanto, as pessoas em busca da fonte da juventude inatingível começaram a utilizar a complementação com DHEA como uma possível solução para as doenças associadas à idade. Estudos mostram resultados positivos e negativos. Há indicação de fazer estudos mais aprofundados, não somente sobre o envelhecimento, mas para todos os quadros clínicos.

Uma análise agrupada de dados de 4 ensaios clínicos randomizados em mulheres e homens com idade ≥ 55 anos constatou que a suplementação diária de DHEA, em comparação com placebo, resultou em aumentos significativos na densidade mineral óssea da coluna lombar e do trocânter em mulheres, mas não em homens, embora os homens tenham apresentado uma redução significativa na massa gorda (1).

Uma metanálise de 2013 com dados obtidos de um estudo com 1.353 idosos em alguns ensaios clínicos indicou que a complementação alimentar com DHEA estava associada a uma redução do tecido adiposo no entanto, não se observou nenhum efeito em vários outros parâmetros clínicos, como o metabolismo lipídico e glicêmico, a saúde óssea, a função sexual ou a qualidade de vida (2). Uma análise semelhante foi realizada em mulheres com insuficiência suprarrenal e indicou que a complementação com DHEA pode melhorar a qualidade de vida e os sintomas de depressão, não tendo nenhum efeito sobre a ansiedade e o bem-estar sexual (3).

Uma revisão sistemática de 2020 e uma metanálise de 15 ensaios clínicos randomizados com 853 indivíduos identificou que, em comparação com o placebo, o DHEA melhorou significativamente os sintomas depressivos. No entanto, os autores afirmaram que as evidências eram de baixa qualidade porque os estudos incluídos tinham pequenas populações com diagnósticos psiquiátricos variados, e os resultados foram divergentes (4).

Uma revisão sistemática de 2006 de 5 estudos encontrou poucas evidências de um efeito benéfico da suplementação de DHEA sobre a função cognitiva de pessoas de meia-idade ou idosas que não tinham demência (5).

As diretrizes da Canadian Network for Mood and Anxiety Treatments (CANMAT) sobre tratamentos complementares e medicina alternativa para depressão afirmaram que o DHEA pode ser considerado um tratamento de terceira linha para depressão (6).

Efeitos adversos da DHEA

Os efeitos adversos são incertos. Há risco teórico de ginecomastia em homens, hirsutismo em mulheres, acne, cefaleia, alterações de humor e estimulação de câncer de próstata, de fígado e de mama. Pode diminuir o colesterol HDL, aumentar os triglicerídeos e piorar a síndrome do ovário policístico (SOP). Há relatos de casos de mania e um de convulsão.

Interações medicamentosas com a DHEA

O DHEA pode aumentar o sangramento em pacientes em uso de anticoagulantes. O DHEA desencadeou mania em pacientes em uso de antidepressivos. O DHEA pode antagonizar os efeitos antiestrogênicos do tamoxifeno, inibidores da aromatase (como anastrozol) e fulvestrant. O DHEA pode aumentar as concentrações do benzodiazepina triazolam e diminuir a eficácia da vacinação contra o bacilo Calmette-Guérin (BCG) para tuberculose.

(Ver também tabela Algumas interações possíveis entre suplementos alimentares e fármacos.)

Referências

  1. 1. Jankowski CM, Wolfe P, Schmiege SJ, et al. Sex-specific effects of dehydroepiandrosterone (DHEA) on bone mineral density and body composition: a pooled analysis of four clinical trials. Clin Endocrinol (Oxf).2019;90(2):293-300. doi: 10.1111/cen.13901

  2. 2. Corona G, Rastrelli G, Giagulli V, et al. Dehydroepiandrosterone supplementation in elderly men: a meta-analysis study of placebo controlled trials. J Clin Endocrinol Metab. 98(9):3615-3626, 2013. doi: 10.1210/jc.2013-1358

  3. 3. Alkatib AA, Cosma M, Elamin MB, et al. A systematic review and meta-analysis of randomized placebo-controlled trials of DHEA treatment effects on quality of life in women with adrenal insufficiency. J Clin Endocrinol Metab. 94(10):3676-3781, 2009. doi: 10.1210/jc.2009-0672

  4. 4. Peixoto C, José Grande A, Gomes Carrilho C, et al. Dehydroepiandrosterone for depressive symptoms: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. J Neurosci Res. 98(12):2510-2528, 2020. doi:10.1002/jnr.24721

  5. 5. Grimley Evans J, Malouf R, Huppert F, van Niekerk JK. Dehydroepiandrosterone (DHEA) supplementation for cognitive function in healthy elderly people. Cochrane Database Syst Rev. 2006(4):CD006221, 2006. doi:10.1002/14651858.CD006221

  6. 6. Ravindran AV, Balneaves LG, Faulkner G, et al. Canadian network for mood and anxiety treatments (CANMAT) 2016 clinical guidelines for the management of adults with major depressive disorder: Section 5. Complementary and alternative medicine treatments. Can J Psychiatry. 61(9): 576-587, 2016. doi: 10.1177/0706743716660290

Informações adicionais

O recurso em inglês a seguir pode ser útil. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo deste recurso.

  1. National Institutes of Health (NIH), National Center for Complementary and Integrative Health: Menopausal Symptoms and Complementary Health Approaches: What the Science Says

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