Glicosamina

PorLaura Shane-McWhorter, PharmD, University of Utah College of Pharmacy
Reviewed ByEva M. Vivian, PharmD, MS, PhD, University of Wisconsin School of Pharmacy
Revisado/Corrigido: modificado jul. 2025
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Visão Educação para o paciente

O sulfato de glicosamina é um precursor de múltiplos constituintes das cartilagens. Extraído da quitina (da concha do caranguejo, das ostras e do camarão), tomado na forma de comprimido ou cápsula, geralmente como sulfato de glucosamina, mas, às vezes, como cloridrato de glucosamina. Estão sendo feitas tentativas para encontrar fontes alternativas biorrenováveis, como fungos metabolicamente modificados e E. coli (1). Glucosamina costuma ser tomada com sulfato de condroitina.

Alegações sobre a glucosamina

Alega-se que a glucosamina alivie a dor da osteoartrite, possivelmente tanto com efeitos analgésicos como modificadores da doença. Embora o mecanismo de ação seja desconhecido, sugeriu-se que o sulfato de glicosamina pode estar relacionado à síntese melhorada de glicosaminoglicanos como resultado da fração sulfato. A posologia da glucosamina em todas as suas apresentações é de 500 mg por via oral 3 vezes ao dia.

Evidências sobre a glucosamina

Evidências do Rotta Research Laboratorium corroboram o uso do sulfato de glucosamina para o tratamento da osteoartrite leve a moderada do joelho quando administrada por pelo menos 6 meses (2, 3). Outras apresentações ainda precisam ser rigorosamente avaliadas. O papel do sulfato de glicosamina no tratamento de osteoartrite mais grave do joelho e de osteoartrite em outras localizações é menos bem definido.

O Glucosamine/Chondroitin Arthritis Intervention Trial (GAIT), um ensaio clínico multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo com 1.583 pacientes com osteoartrite sintomática do joelho informou que, isoladamente e em combinação ao sulfato de condroitina (400 mg 3 vezes ao dia), o cloridrato de glucosamina (500 mg 3 vezes ao dia) não reduz a dor de forma eficaz no grupo de todos os paciente. No entanto, uma análise exploratória identificou o alívio da dor com a terapia combinada em um subgrupo de pacientes com dor moderada a grave no joelho (4). No geral, embora estudos tenham relatado que a combinação de glucosamina e condroitina fornece o benefício ideal (5), o American College of Rheumatology/Arthritis Foundation de 2019 recomendam não utilizar a glucosamina para o tratamento de qualquer forma de osteoartrite, principalmente por causa de preocupações com o viés de patrocínio e de publicação da indústria farmacêutica (6). Entretanto, a European Society for Clinical and Economic Aspects of Osteoporosis, Osteoarthritis, and Musculoskeletal Diseases (ESCEO) recomenda a prescrição de glicosamina de grau farmacêutico para a osteoartrite (7), mas não recomenda a combinação de glucosamina com condroitina e afirma que a condroitina pode interferir na absorção da glucosamina.

Faltam evidências de alta qualidade que apoiem o uso de glucosamina para tratar osteoartrite das mãos. Um estudo retrospectivo de casos e controles relatou que quando adicionado aos tratamentos convencionais, o sulfato de glicosamina de grau farmacêutico pode ser benéfico para osteoartrite da mão (8).

Estudos adicionais avaliando os efeitos da glucosamina — com e sem condroitina — na osteoartrite são necessários.

Efeitos adversos da glicosamina

Pode ocorrer alergia (em pacientes que tenham alergia a mariscos e utilizem as formas extraídas de mariscos), dispepsia, fadiga, insônia, cefaleia, fotossensibilidade e alterações ungueais. Pacientes com doença hepática crônica também devem evitar a glicosamina, se possível, por causa da potencial hepatotoxicidade ao tomar glicosamina com ou sem condroitina (9).

Interações medicamentosas com a glucosamina

Doses altas de glicosamina podem interagir com a varfarina e resultar em hematomas ou sangramento, de acordo com relatos de casos e informações submetidas à Organização Mundial da Saúde. Nenhuma outra interação farmacológica importante é conhecida.

Referências

  1. 1. Liu L, Liu Y, Shin HD, et al. Microbial production of glucosamine and N-acetylglucosamine: advances and perspectives. Appl Microbiol Biotechnol. 97(14):6149-6158, 2013. doi: 10.1007/s00253-013-4995-6

  2. 2. Wu D, Huang Y, Gu Y, et al. Efficacies of different preparations of glucosamine for the treatment of osteoarthritis: a meta-analysis of randomised, double-blind, placebo-controlled trials. Int J Clin Pract. 67(6):585-594, 2013. doi: 10.1111/ijcp.12115

  3. 3. Eriksen P, Bartels EM, Altman RD, et al. Risk of bias and brand explain the observed inconsistency in trials on glucosamine for symptomatic relief of osteoarthritis: a meta-analysis of placebo-controlled trials. Arthritis Care Res (Hoboken). 66(12):1844-1855, 2014. doi: 10.1002/acr.22376

  4. 4. Clegg DO, Reda DJ, Harris CL, et al. Glucosamine, chondroitin sulfate, and the two in combination for painful knee osteoarthritis. N Engl J Med. 354(8):795-808, 2006. doi: 10.1056/NEJMoa052771

  5. 5. Hochberg MC, Martel-Pelletier J, Monfort J, et al. Combined chondroitin sulfate and glucosamine for painful knee osteoarthritis: a multicentre, randomised, double-blind, non-inferiority trial versus celecoxib. Ann Rheum Dis. 75:37-44, 2016. doi:10.1136/annrheumdis-2014-206792

  6. 6. Kolasinski SL, Neogi T, Hochberg MC, et al. 2019 American College of Rheumatology/Arthritis Foundation guideline for the management of osteoarthritis of the hand, hip, and knee. Arthritis Care Res (Hoboken). 72(2):149‐162. doi:10.1002/acr.24131

  7. 7. Bruyère O, Honvo G, Veronese N, et al.: An updated algorithm recommendation for the management of knee osteoarthritis from the European Society for Clinical and Economic Aspects of Osteoporosis, Osteoarthritis and Musculoskeletal Diseases (ESCEO). Semin Arthritis Rheum. 49(3):337-350, 2019. doi:10.1016/j.semarthrit.2019.04.008

  8. 8. Tenti S, Veronese N, Cheleschi S, Seccafico I, Bruyère O, Reginster JY, Fioravanti A. Prescription-grade crystalline glucosamine sulfate as an add-on therapy to conventional treatments in erosive osteoarthritis of the hand: results from a 6-month observational retrospective study. Aging Clin Exp Res. 2022 Jul;34(7):1613-1625. doi: 10.1007/s40520-022-02151-7

  9. 9. Cerda C, Bruguera M, Parés A. Hepatotoxicity associated with glucosamine and chondroitin sulfate in patients with chronic liver disease. World J Gastroenterol. 19(32):5381-5384, 2013. doi: 10.3748/wjg.v19.i32.5381

Informações adicionais

O recurso em inglês a seguir pode ser útil. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo desse recurso.

  1. National Institutes of Health (NIH), National Center for Complementary and Integrative Health: Glucosamine and Chondroitin for Osteoarthritis: What You Need To Know

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