Como inserir um catéter intravenoso periférico

PorYiju Teresa Liu, MD, Harbor-UCLA Medical Center
Reviewed ByDiane M. Birnbaumer, MD, David Geffen School of Medicine at UCLA
Revisado/Corrigido: modificado out. 2025
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Visão Educação para o paciente

Na canulação de veias periféricas, insere-se um catéter plástico (cânula) em uma veia periférica, geralmente utilizando um dispositivo de catéter sobre agulha.

A canulação de veias periféricas é o método mais comum de obter acesso vascular e pode ser feita por diversos membros da equipe de saúde.

Orientação ultrassonográfica, quando equipamentos e pessoal treinado estão disponíveis, pode facilitar a canulação de veias periféricas, especialmente de veias profundas não palpáveis.

(Ver também Como fazer canulação de veias periféricas — orientada por ultrassonografia.)

Indicações

  • Administração IV de líquidos ou medicamentos

  • Amostragem repetida de sangue venoso

Contraindicações

Contraindicações absolutas:

  • Nenhum

Contraindicações relativas:

  • Uso planejado de líquidos IV muito concentrados ou irritantes (p. ex., nutrição parenteral): use um catéter venoso central, catéteres centrais inseridos perifericamente (CCIP) ou catéteres intraósseos

  • Infecção ou pele queimada em um prospectivo local de canulação

  • Extremidade lesionada ou maciçamente edematosa

  • Veia trombótica ou flebítica

  • Fístula ou enxerto arteriovenoso

  • Linfadenectomia ipsilateral ou dissecção de linfonodos

Quando contraindicações relativas estão presentes, use outro local (p. ex., o braço oposto).

Complicações

As complicações são incomuns, mas incluem:

Pode-se reduzir o risco das complicações citadas utilizando uma técnica asséptica durante a inserção e substituindo ou removendo os catéteres dentro de 72 horas.

Outras complicações incluem:

  • Extravasamento dos líquidos infundidos nos tecidos adjacentes

  • Punção arterial

  • Hematoma ou sangramento

  • Dano à veia

  • Lesão nervosa

  • Embolia aérea

  • Embolia por catéter

Equipamento

  • Solução antisséptica (p. ex., clorexidina, iodopovidona, álcool isopropílico)

  • Luvas

  • Torniquete, descartável

  • Catéter IV, tipicamente de calibre 18 ou 20 para infusões de rotina em adultos (calibre 14 ou 16 para infusão de grande volume) e de calibre 22 ou 24 em lactentes e crianças pequenas

  • Kit de infusão IV (p. ex., bolsa de solução IV, gancho, tubo) ou oclusor de soro fisiológico

  • Materiais para curativos (p. ex., fita, gaze, tesoura, curativo oclusivo transparente)

Equipamentos opcionais incluem:

  • Dispositivo localizador de veias (p. ex., visualizador infravermelho de veias, aparelho de ultrassonografia)

  • Anestésico local ou tópico (padrão para crianças): (p. ex., lidocaína injetável a 1% sem adrenalina, injetor de gás de lidocaína sem agulha, gel de lidocaína/adrenalina/tetracaína, ou creme de lidocaína/prilocaína)

  • Prancha de imobilização e meia de malha, para uso se o catéter for inserido sobre uma articulação

Considerações adicionais

  • Certifique-se de que o paciente não tenha hipersensibilidade à solução antisséptica que está sendo utilizada.

  • Hipersensibilidade ao látex: utilizar luvas sem látex e torniquete.

  • Em geral, um campo estéril não é necessário para canulação venosa periférica. Entretanto, deve-se seguir uma técnica estéril (isto é, asséptica ou asséptica sem toque).

  • Catéteres periféricos IV não devem se sobrepor à articulação (p. ex., fossa cubital), a menos que outros locais não estejam disponíveis — o movimento articular dobrará o catéter e também é desconfortável. Se for necessário utilizar esse local, uma prancha de imobilização pode ajudar a evitar a flexão da articulação.

Anatomia relevante

  • As veias periféricas são mais facilmente canuladas em um segmento reto proximal à junção de 2 tributárias.

  • Um segmento tortuoso de veia pode ser difícil de canular, e as valvas venosas também podem impedir a inserção do catéter.

  • Em geral, canular primeiro as veias mais distais; locais mais proximais são utilizados à medida que os locais distais tenham sido utilizados.

  • Os locais de canulação de membro superior são os mais duráveis e convenientes, com menor probabilidade de complicações como tromboflebite. Portanto, utilizar as veias de membros inferiores ou veias jugulares externas somente se não houver veias de membros superiores adequadas.

Posicionamento

  • Manter em repouso a parte do corpo que está sendo canulada sobre uma superfície confortável e ajustar a posição de modo a expor otimamente o local.

  • Para a veia jugular externa, colocar o paciente na posição de Trendelenburg com a cabeça inclinada ligeiramente contralateral.

Descrição passo a passo do procedimento

Identificar e preparar o local

  • Preparar a infusão IV ou o equipamento de bloqueio de soro fisiológico.

  • Fazer uma inspeção preliminar (não estéril) para identificar uma veia adequada: aplicar o torniquete proximal ao local de inserção, pedir que o paciente feche o punho e palpar utilizando o dedo indicador para localizar uma veia de grande calibre que não é móvel e tenha bom turgor.

  • Para ajudar a distender e localizar as veias, percutir um local potencial com as pontas dos dedos. Isso pode ajudar a permitir que o braço permaneça suspenso, aumentando a pressão venosa e/ou aplicando uma compressa morna. Utilizar um dispositivo localizador de veias se uma veia adequada não é prontamente vista ou palpada.

  • Aplicar anestésico tópico, se estiver sendo utilizado, e aguardar tempo suficiente para que tenha efeito (p. ex., 1 a 2 minutos para injetor de gás, 30 minutos para tópico).

  • Após identificar um local de canulação adequado, remover o torniquete.

  • Coloque luvas.

  • Limpar a pele ao redor do local da canulação com solução antisséptica, utilizando círculos concêntricos que se expandem para fora.

  • Deixar a solução antisséptica secar completamente.

Inserir o catéter venoso periférico

  • Testar o angiocatéter: segurar o canhão da cânula e girar levemente a cânula em torno da agulha para certificar-se de que se move suavemente. Não deslizar a agulha para dentro e para fora da cânula.

  • Reaplicar o torniquete.

  • Segurar firmemente a área com a mão não dominante e utilizar o polegar para aplicar uma leve tração à veia, distal ao local de inserção da agulha, de modo a evitar que ela se mova. Talvez não seja necessária tração no caso de veias maiores do antebraço ou da fossa cubital.

  • Segurar o angiocatéter entre o polegar e o indicador da mão dominante com o bisel da agulha virado para cima.

  • Informar o paciente que a picada da agulha está prestes a acontecer.

  • Inserir a agulha na pele em um ângulo raso (10 a 30 graus) cerca de 1 a 2 cm distal ao ponto em que se pretende entrar na veia.

  • Avançar o angiocatéter na veia utilizando um movimento lento e uniforme. Quando a ponta da agulha entra no lúmen, o sangue vermelho escuro surge na câmara de jato de sangue do angiocatéter (chamado jato de sangue), e é possível sentir um estalido quando a agulha perfura a parede da veia. Parar de avançar o angiocatéter.

    Se nenhum jato de sangue aparecer após inserção de 1 a 2 cm, remover o angiocatéter lentamente. Se a agulha inicialmente atravessou completamente a veia, um jato pode aparecer ao remover a ponta da agulha de volta ao lúmen. Se um jato ainda não aparecer, remover o angiocatéter quase até a superfície da pele, mudar a direção e tentar avançar novamente a agulha na veia.

    Se ocorrer edema local rápido, sangue ou líquido está extravasando. Encerrar o procedimento: remover o torniquete e o angiocatéter e aplicar pressão ao local de punção com uma compressa de gaze (um minuto ou 2 é geralmente adequado, a menos que o paciente tenha coagulopatia). Escolha um local diferente para quaisquer tentativas subsequentes.

  • Manter a ponta da agulha imóvel dentro do lúmen, abaixar cuidadosamente o angiocatéter para melhor alinhá-lo com a veia e avançar a agulha 1 a 2 mm adicionais, para assegurar que a ponta do catéter também entrou na veia. Realiza-se essa etapa porque a ponta da agulha precede um pouco a ponta do catéter.

  • Segurar a agulha firmemente e deslizar todo o comprimento do catéter sobre a agulha e na veia. O catéter deve deslizar facilmente e não causar dor. Remover a agulha.

    Se há resistência ou dor, assume-se que o catéter não está na veia. Na maioria dos casos, será necessário interromper a tentativa e começar de novo em outro local. Mantendo o canhão do catéter imóvel, remover a agulha e então lenta e gradualmente retirar o catéter e observar o canhão. Se o sangue fluir do canhão, interromper a remoção do catéter e tentar avançar novamente. Se sangue não aparecer, continuar removendo lentamente o catéter. Após o catéter ser removido, aplicar um curativo sobre a área com pressão suave.

    Às vezes, o catéter está no lúmen da veia, mas não pode ser avançado porque está sendo empurrado contra uma valva ou uma curva acentuada na veia. Para ajudar o catéter a transpor uma valva, avançar o catéter e, ao mesmo tempo, enxaguá-lo com líquido de uma seringa ou do tubo IV. Para ajudar o catéter a transpor uma veia tortuosa, aplicar manualmente uma tração suave distal à veia para endireitá-la e, em seguida, tentar avançar o catéter.

  • Após o catéter ser inserido com sucesso, coletar todo o sangue necessário para exames laboratoriais, remover o torniquete, colocar um pouco de gaze sob o canhão, aplicar pressão na ponta proximal do catéter (para comprimir a veia e limitar a perda de sangue do canhão) e conectar a infusão IV ou equipamento de bloqueio de soro fisiológico.

Iniciar a infusão IV/estabelecer o bloqueio de soro fisiológico

  • Anexar a extremidade do tubo IV ou o equipamento de bloqueio de soro fisiológico ao canhão do catéter.

  • Iniciar a infusão ou lavar o equipamento de bloqueio de soro fisiológico (injetar cerca de 5 mL de soro fisiológico em pulsos pequenos e rápidos). O líquido deve fluir livremente.

    Se o líquido extravasar ou não fluir livremente, remover o catéter, aplicar um curativo sobre a área com pressão suave e inserir um novo catéter em outro local.

Cobrir o local

  • Limpar todo o sangue e líquido do local, tomando cuidado para não interromper o catéter.

  • Cobrir o catéter com curativo oclusivo transparente.

  • Prender o tubo IV (ou tubo de bloqueio de soro fisiológico) e fixá-lo com fita na pele longe do local de inserção IV, para ajudar a evitar que tração acidental no tubo desloque o catéter.

  • Anotar a data e hora da canulação IV no curativo.

  • Aplicar uma prancha de imobilização conforme necessário.

Cuidados posteriores

  • Substituir ou remover os catéteres em 72 horas após a inserção.

Alertas e erros comuns

  • Utilizar apenas tensão leve ao aplicar o torniquete; é um torniquete venoso, não arterial.

  • Se a ponta da agulha não entrar na veia após 1 a 2 cm de inserção, não tentar reposicionar a agulha movendo a ponta para um lado ou outro; esse movimento pode deslocar a veia e também danificar os tecidos. Em vez disso, retirar a agulha quase até a superfície da pele antes de alterar o ângulo e a direção da inserção.

  • Nunca remover o catéter de volta sobre a agulha nem reinserir a agulha no catéter. Fazer isso poderia partir a ponta do catéter dentro da veia ou do tecido mole circundante.

  • Se o líquido não fluir livremente, não continuar as tentativas de infusão; a infusão continuada pode causar extravasamento e formação de hematomas.

Recomendações e sugestões

  • Pomada de nitroglicerina ou compressas quentes podem ajudar a dilatar as veias.

  • Para pacientes com biotipo grande ou com membros edemaciados, considere o uso de torniquetes duplos (um segundo torniquete é colocado distal ao primeiro após a colocação do primeiro torniquete) para ingurgitar as veias.

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