A tireoidite subaguda é uma inflamação aguda da tireoide provavelmente causada por um vírus. Os sintomas incluem febre e dor na tireoide. É comum o hipertireoidismo inicial, às vezes seguido por um período transitório de hipotireoidismo. O diagnóstico é clínico e por exames de função tireoidiana. O tratamento se com altas doses de anti-inflamatórios não esteroides ou corticoides. Essa doença habitualmente sofre resolução espontânea em alguns meses.
(Ver também Visão geral da função tireoidiana.)
História de infecção viral anterior das vias respiratórias superiores é comum em pacientes com tireoidite subaguda. Os estudos histológicos demonstram menos inflamação linfocitária da tireoide do que na tireoidite de Hashimoto ou na tireoidite linfocítica silenciosa, mas ocorre infiltração característica de células gigantes, linfócitos polimorfonucleares e ruptura folicular.
Sinais e sintomas da tireoidite subaguda
Sente-se dor na região anterior do pescoço e febre. A dor no pescoço caracteristicamente se desvia de um lado para outro e pode se estabelecer em uma área, muitas vezes irradiando-se para a mandíbula e as orelhas. Em geral, é confundida com dor de dente, faringite ou otite, agravando-se pela deglutição e ao virar a cabeça. Sintomas de hipertireoidismo são comuns no início da doença, em decorrência da liberação dos hormônios nos folículos rompidos. Ocorre mais lassidão e prostração que em outras doenças da tireoide.
No exame físico, a tireoide está assimetricamente aumentada, firme e dolorosa.
Diagnóstico da tireoidite subaguda
História e exame físico
T4 livre e TSH
Velocidade de hemossedimentação (velocidade de hemossedimentação)
Captação de radioiodo
O diagnóstico é primariamente clínico, baseado no achado de aumento e dor na tireoide em pacientes com história clínica compatível. Em geral realizam-se exames da tireoide, com medida de TSH e, pelo menos, de T4 livre. A captação de iodo radioativo pode ser feita para confirmar o diagnóstico.
Os achados laboratoriais iniciais na doença incluem aumento de T4 e T3 livres, diminuição do TSH, uma baixa captação de iodo radioativo pela tireoide (em geral 0) e VHS elevado. Depois de várias semanas, a tireoide é depletada de seus depósitos de T4 e T3 e ocorre hipotireoidismo transitório acompanhado de diminuição de T4 e T3 livres, elevação do TSH e recuperação da captação de iodo pela tireoide. Pode haver anticorpos tireoidianos fracamente positivos.
A medida de T4, T3 e TSH com intervalos de 2 a 4 semanas identifica os estágios da doença.
Quando o diagnóstico for incerto, a biópsia por punção da tireoide com agulha fina é útil.
Ultrassonografia de tireoide com Doppler colorido mostra múltiplas áreas sonolucentes e redução do fluxo sanguíneo, em contraste com o aumento de fluxo na doença de Graves.
Tratamento da tireoidite subaguda
Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)
Às vezes, corticoides, um betabloqueador ou ambos
Desconforto leve (p. ex., dor de garganta, leve incômodo, dores musculares no pescoço, febre baixa) é tratado com altas doses de ácido acetilsalicílico ou AINEs. Em casos moderada ou gravemente sintomáticos (p. ex., febre alta, taquicardia, falta de ar), corticoides (p. ex., prednisona 15 a 30 mg por via oral uma vez ao dia, com redução gradual da dose ao longo de 3 a 4 semanas) erradicam todos os sintomas em 48 horas.
Sintomas incômodos do hipertireoidismo podem ser tratados com um breve curso de um betabloqueador. Se o hipotireoidismo for pronunciado ou persistir, reposição hormonal da tireoide pode ser necessária, raramente de forma permanente.
Prognóstico para tireoidite subaguda
A tireoidite subaguda é autolimitada, geralmente desaparecendo em alguns meses; às vezes, reincide e pode causar hipotireoidismo permanente, quando a destruição folicular é extensa.
Pontos-chave
As manifestações da tireoidite subaguda costumam ser febre, faringite e aumento da tireoide com dor à palpação.
Os pacientes são inicialmente hipertireoidicos, com níveis baixos do hormônio tireoestimulante (TSH) e T4 livre elevado; então, às vezes, eles se tornam transitoriamente hipotireoidicos, com TSH elevado e T4 livre baixo.
O tratamento é com anti-inflamatórios não esteroides mais, algumas vezes, corticoides e/ou um betabloqueador.