Trombose do seio cavernoso

PorRichard C. Allen, MD, PhD, University of Texas at Austin Dell Medical School
Revisado/Corrigido: out 2022
Visão Educação para o paciente

A trombose séptica do seio cavernoso é muito rara e normalmente é causada por furúnculos nasais ou sinusite bacteriana crônica. Os sinais e sintomas incluem dor, exoftalmia, oftalmoplegia, perda de visão, papiledema e febre. O diagnóstico é confirmado por TC ou RM. O tratamento é realizado com antibiótico por via intravenosa (IV). Complicações são comuns, e o prognóstico é cauteloso.

Etiologia da trombose do seio cavernoso

Os seios cavernosos são seios trabeculados, localizados na base do crânio, e que drenam o sangue venoso das veias faciais. A trombose do seio cavernoso é uma complicação extremamente rara nos casos de infecções comuns da face, especialmente furúnculos nasais (50%), sinusite esfenoidal ou etmoidal (30%) e infecções dentárias (10%). Os patógenos mais comuns são Staphylococcus aureus (70%), seguido por Streptococcus spp; os anaeróbios são mais comuns nos casos de infecção dentária e infecção nos seios da face.

Ocorre trombose do seio lateral (nas mastoidites) e do seio sagital superior (nas meningites bacterianas), porém são mais raras do que a trombose do seio cavernoso.

Fisiopatologia da trombose do seio cavernoso

O 3º, 4º e 6º pares cranianos, juntamente com os ramos oftálmico e maxilar do 5º par, são adjacentes ao seio cavernoso, sendo, por isso, comumente comprometidos na trombose do seio cavernoso. As complicações da trombose do seio cavernoso são meningoencefalites, abscesso cerebral, acidente vascular encefálico, cegueira e insuficiência pituitária.

Sinais e sintomas da trombose do seio cavernoso

Os sintomas iniciais da trombose do seio cavernoso são cefaleia progressiva intensa ou dor na face, normalmente unilateral e localizada na região retro-orbitária ou frontal. Febre alta é comum. Mais tarde, oftalmoplegia (tipicamente o 6º nervo craniano no estágio inicial, que pode estar associado à síndrome de Horner), proptose e edema palpebral se desenvolvem e frequentemente se tornam bilaterais. A sensibilidade facial pode estar diminuída ou ausente. Decréscimo dos níveis de consciência, confusão e convulsões são sinais de acometimento do sistema nervoso central (sistema nervoso central). Pacientes com trombose do seio cavernoso também podem apresentar anisocoria ou midríase (3o par craniano), papiledema e diminuição da acuidade visual.

Diagnóstico da trombose do seio cavernoso

  • RM ou TC

A trombose do seio cavernoso costuma ser mal diagnóstica porque é rara. Ela deve ser considerada em pacientes que têm sinais consistentes com celulite orbitária. Achados que diferenciam a trombose do seio cavernoso da celulite orbitária são disfunção do par craniano, comprometimento ocular bilateral e alterações do estado mental.

O diagnóstico é feito com base em exames de neuroimagem. Embora a RM seja mais utilizada, TC também é útil. O venograma por RM com contraste e o venograma por TC são mais sensíveis do que a TC ou a RM. Testes adjuntos úteis podem incluir hemoculturas e punção lombar.

Prognóstico da trombose do seio cavernoso

A mortalidade na era dos antibióticos é de cerca de 15 a 20%. Em 40% dos pacientes, observam-se sequelas graves (oftalmoplegia, cegueira, acidente vascular encefálico, hipopituitarismo) e deficiências permanentes.

Tratamento da trombose do seio cavernoso

  • Altas doses de antibiótico IV

  • Algumas vezes, corticoides

  • Algumas vezes anticoagulação

O tratamento inicial dos pacientes com trombose do seio cavernoso é feito com nafcilina ou oxacilina 1 a 2 g a cada 4 horas, associada a uma cefalosporina de 3ª geração (p. ex., ceftriaxona 1 g a cada 12 horas). Em áreas onde o S. aureus resistente à meticilina é prevalente, vancomicina 1g IV a cada 12 horas deve substituir a nafcilina ou a oxacilina. Uma medicação para anaeróbios deve ser associada caso haja sinusite ou infecção dentária (p. ex., metronidazol, 500 mg, a cada 8 horas).

Em casos de sinusite esfenoidal, a drenagem cirúrgica do seio nasal infectado pode ser indicada, especialmente se não houver resposta aos antibióticos em 24 horas.

O tratamento secundário da trombose do seio cavernoso é feito com corticoides (p. ex., dexametasona 10 mg por via oral a cada 6 horas) para tratar a disfunção do par craniano. O uso de terapia anticoagulante é controversa; usou-se heparina não fracionada e de baixo peso molecular em pacientes sem contraindicações, mas as evidências que estabelecem sua eficácia exigirão estudos adicionais.

Informações adicionais

O recurso em inglês a seguir pode ser útil. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo deste recurso.

  1. Plewa MC, Tadi P, Gupta M: Cavernous sinus thrombosis. StatPearls Publishing, Treasure Island, 2020.

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