(Ver também Visão geral da síndrome nefrótica.)
A doença da membrana basal fina é um tipo de síndrome nefrítica. É hereditária e geralmente transmitida de forma autossômica dominante. Nem todas as mutações genéticas foram caracterizadas, mas em algumas famílias com doença da membrana basal fina, identificou-se mutação no gene alfa 4 do colágeno tipo IV. A prevalência é estimada em 5 a 9%.
Sinais e sintomas
A maioria dos pacientes é assintomática e incidentalmente observa-se hematúria microscópica no exame de urina de rotina, apesar da presença ocasional de proteinúria leve e hematúria macroscópica. A função renal é tipicamente normal, mas alguns pacientes desenvolvem insuficiência renal progressiva por motivos desconhecidos. A dor reincidente no flanco, semelhante à da nefropatia por IgA, é uma manifestação rara.
Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se na história familiar e em achados de hematúria sem outros sintomas ou patologias, em particular se membros assintomáticos da família também apresentarem hematúria. A biópsia renal é desnecessária e geralmente é realizada como parte da avaliação de hematúria. Precocemente, na doença da membrana basal fina pode ser difícil a diferenciação de nefrite hereditária em razão das semelhanças histológicas.
Tratamento
O prognóstico a longo prazo é excelente e na maioria dos casos não é necessário o tratamento. Pacientes com hematúria macroscópica frequente, dor no flanco, ou proteinúria (p. ex., relação proteína urinária/creatinina > 0,2) podem beneficiar-se de inibidores da ECA ou bloqueadores de receptores de angiotensina II, que podem reduzir a pressão glomerular.