A emergência hipertensiva é uma forma súbita e particularmente grave de hipertensão arterial que pode lesionar um ou mais órgãos vitais.
(Consulte também Hipertensão arterial em crianças e Hipertensão arterial em adultos.)
As emergências hipertensivas ocorrem quando a pressão arterial aumenta rapidamente.
Em crianças, os primeiros sintomas de uma emergência hipertensiva costumam ser dor de cabeça, apatia, confusão e convulsões e, em bebês, irritabilidade.
Os médicos diagnosticam uma emergência hipertensiva medindo a pressão arterial e fazendo testes para identificar lesões de órgãos, como eletrocardiograma, ecocardiograma e exames de sangue e de urina.
O tratamento de emergências hipertensivas envolve internar a criança em uma unidade de terapia intensiva e administrar medicamentos na veia para baixar a pressão arterial o quanto antes.
Quando a pressão arterial é aferida, dois valores são registrados. O valor mais alto reflete a maior pressão nas artérias, que é alcançada quando o coração se contrai (durante a sístole). O valor mais baixo reflete a menor pressão nas artérias, que é atingida pouco antes de o coração começar a se contrair novamente (durante a diástole). A pressão arterial é registrada como pressão sistólica/pressão diastólica; por exemplo, 120/80 mmHg (milímetros de mercúrio), chamado 12 por 8.
Uma emergência hipertensiva é uma forma súbita de hipertensão arterial particularmente grave. A hipertensão diastólica (o número menor) costuma estar acima de 100 mmHg com evidências de lesão progressiva em um ou mais órgãos vitais (normalmente cérebro, coração, olhos e rins). As crianças podem apresentar uma variedade de sintomas.
Emergências hipertensivas são relativamente raras em crianças. Elas podem se desenvolver em crianças previamente diagnosticadas com hipertensão arterial.
As emergências hipertensivas costumam ocorrer quando a pressão arterial aumenta rapidamente. A causa do aumento rápido varia com a idade. As causas mais comuns são
Durante a fase de bebê: Defeitos congênitos dos rins, displasia broncopulmonar, coarctação da aorta, trombose da veia renal e outros distúrbios que afetam os vasos sanguíneos para os rins
Durante a infância: Doença do tecido renal, distúrbios que afetam os vasos sanguíneos para os rins, distúrbios hormonais, medicamentos e toxinas
Durante a adolescência: Doença do tecido renal, não tomar medicamentos que foram prescritos para o tratamento da hipertensão arterial e o uso de substâncias estimulantes (por exemplo, anfetaminas e cocaína), esteroides anabolizantes, corticosteroides ou certos contraceptivos orais (pílulas anticoncepcionais)
Se uma emergência hipertensiva não for rapidamente tratada, ela costuma causar lesão progressiva em um ou mais órgãos vitais, particularmente nos seguintes:
Cérebro, podendo resultar na deterioração da função cerebral, convulsões e/ coma
Coração, podendo resultar em insuficiência cardíaca
Olhos, podendo resultar em papiledema (inchaço do nervo óptico) e sangramento na retina
Rins, podendo resultar em disfunção ou insuficiência renal
Caso não seja tratada, a emergência hipertensiva pode ser fatal.
Uma urgência hipertensiva é uma hipertensão arterial grave que ainda não causou lesão suficiente de órgãos para causar sintomas.
Sintomas de emergências hipertensivas em crianças
A pressão arterial está muito elevada, normalmente uma hipertensão arterial estágio 2 (grave) ou mais alta (a partir de 140/90).
Em crianças, os primeiros sintomas de uma emergência hipertensiva costumam ser dor de cabeça, apatia (letargia), confusão e convulsões e, em bebês, irritabilidade. As crianças podem entrar em coma.
As crianças podem ter uma frequência cardíaca rápida, dor torácica, falta de ar e/ou tornozelos inchados. A visão pode ficar comprometida.
Diagnóstico de emergências hipertensivas em crianças
Medição de pressão arterial
Testes para avaliar lesão de órgão
Na suspeita de uma emergência hipertensiva, os médicos usam um oscilômetro para medir a pressão arterial em vez de usar um estetoscópio. O oscilômetro registra a pressão arterial automática e rapidamente, ajudando com a medição necessária (a cada 2 a 3 minutos). A pressão arterial é medida novamente usando um esfigmomanômetro e um estetoscópio para confirmar a medição. Quando possível, os médicos fazem o monitoramento intra-arterial da pressão arterial, que envolve colocar um pequeno tubo de plástico dentro de uma artéria e conectá-lo a um monitor de pressão. Esses monitores medem a pressão arterial de forma contínua e também são mais precisos do que outros dispositivos.
Os médicos registram o histórico clínico, que inclui perguntas sobre os sintomas atuais da criança, qualquer doença que a criança tenha e quaisquer substâncias consumidas pela criança.
Um exame físico completo e exames padrão de sangue e urina são realizados.
Também são realizados exames para determinar se houve lesão de órgãos vitais e, se for o caso, a quantidade de lesão. Os exames incluem
Eletrocardiograma (ECG), radiografia de tórax, e, se possível, um ecocardiograma para verificar a existência de doenças cardíacas
Urinálise para detectar anormalidades renais
Exames de sangue para verificar a presença de lesão renal ou anormalidades hormonais
Hemograma completo para verificar a presença de um número anormal de células sanguíneas, particularmente plaquetas (que ajudam o sangue a coagular)
Tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) da cabeça para verificar a presença de uma massa ou hemorragia no cérebro e para descartar outras possíveis causas de sintomas relacionados ao cérebro
Testes de drogas e de gravidez em adolescentes
Se a hipertensão arterial da criança não tiver sido previamente diagnosticada ou avaliada, posteriormente outros exames para determinar a causa da hipertensão arterial poderão ser realizados.
Tratamento de emergências hipertensivas em crianças
Para emergências hipertensivas, admissão em uma unidade de tratamento intensivo e medicamentos administrados por via intravenosa para baixar a pressão arterial
No caso de urgências hipertensivas, admissão em um pronto-socorro ou hospital e medicamentos orais para baixar a pressão arterial (ocasionalmente medicamentos intravenosos são necessários)
Crianças com uma emergência hipertensiva são rapidamente internadas em uma unidade de terapia intensiva (UTI) ou, se uma UTI não estiver disponível, em um pronto-socorro para que possam ser rapidamente tratadas e avaliadas e monitoradas de perto. Lá, medicamentos para baixar a pressão arterial (anti-hipertensivos) podem ser administrados pela veia (via intravenosa) assim que possível.
O objetivo do tratamento de emergências hipertensivas é baixar a pressão arterial o suficiente para eliminar o risco de sintomas com risco à vida e para interromper a lesão adicional de órgãos vitais.
No caso de emergências hipertensivas, os medicamentos intravenosos preferidos são labetalol e nicardipino.
Não sendo possível utilizar os medicamentos preferidos ou se não funcionarem, nitroprussiato de sódio, hidralazina e esmolol são outros medicamentos intravenosos que podem ser usados.
Assim que a pressão arterial tiver baixado, os médicos podem administrar medicamentos orais (por via oral) para a criança.
Crianças com uma urgência hipertensiva (hipertensão grave, mas sem sintomas e sem problemas nos órgãos) também são internadas em um hospital ou pronto-socorro e são imediatamente avaliadas, mas a pressão arterial não precisa ser reduzida tão rapidamente quanto em uma emergência hipertensiva. Essas crianças costumam receber medicamentos por via oral. Ocasionalmente, medicamentos intravenosos são necessários.
Para urgências hipertensivas, clonidina, hidralazina, isradipino ou minoxidil é administrado por via oral.
Se possível, crianças com um desses distúrbios devem ser tratadas por um médico ou especialista experiente no controle da hipertensão arterial grave em crianças.