Visão geral do tratamento medicamentoso em crianças

PorBridgette L. Jones, MD, MS, University of Missouri, Kansas City, School of Medicine, Children's Mercy, Kansas City, MO
Revisado/Corrigido: dez 2022
Visão Educação para o paciente

O tratamento farmacológico em crianças é diferente do tratamento do adulto, mais obviamente porque a dosagem de fármacos pediátricos em geral se baseia no peso ou na área de superfície corporal (1). Doses (e intervalos das doses) diferem por causa das variações relativas à idade na absorção, distribuição, metabolismo e eliminação do fármaco (ver Farmacocinética em crianças) (2). Portanto, não se administram as mesmas doses de adultos para crianças. Além disso, não se pode assumir que a dose para uma criança seja proporcional a dose de um adulto (isto é, i., e., que uma criança de 7 kg precise de 1/10 da dose de um adulto de 70 kg).

A maioria dos fármacos não foi adequadamente estudada em crianças, mas a legislação norte-americana, o Best Pharmaceuticals for Children Act de 2001 e o Pediatric Research Equity Act de 2003 [ambos tornados permanentes em 2012 (3)], agora fornecem a autoridade estatutária e reguladora para incentivar e exigir ensaios terapêuticos em crianças. Como resultado dessa lei, foram feitas inúmeras alterações nos rótulos de modo a mostrar informações sobre dosagem, farmacocinética e segurança para crianças (ver também the U.S. Food and Drug Administration [FDA] 2020 status report).

Referências gerais

  1. 1. Le J, Bradley JS: Optimizing antibiotic drug therapy in pediatrics: Current state and future needs. J Clin Pharmacol 58 (supplement 10):S108–S122, 2018. doi: 10.1002/jcph.1128

  2. 2. van den Anker J, Reed MD, Allegaert K, Kearns GL: Developmental changes in pharmacokinetics and pharmacodynamics. J Clin Pharmacol 58 (supplement 10):S10–S25, 2018. doi: 10.1002/jcph.1284

  3. 3. Bourgeois FT, Kesselheim AS: Promoting pediatric drug research and labeling—Outcomes of legislation. N Engl J Med 381(9):875–881, 2019. doi: 10.1056/NEJMhle1901265

Efeitos adversos e toxicidade

Em geral, as crianças estão sujeitas aos mesmos efeitos adversos dos adultos (ver Reações medicamentosas adversas), mas elas apresentam maiores riscos com certos fármacos por causa das diferenças farmacocinéticas ou dos efeitos do fármaco sobre o crescimento e o desenvolvimento. Alguns fármacos comuns com risco único ou maior de efeitos adversos em crianças estão listados na tabela Alguns ármacos que manifestam toxicidade diferencial em crianças.

Tabela

Crianças menores estão especialmente expostas a altos riscos de intoxicação acidental quando descobrem fármacos ou vitaminas dos cuidadores e as ingerem, mesmo vitaminas e fármacos que foram jogados fora. Ao descartar um fármaco, os consumidores podem procurar instruções de descarte na bula ou revisar as informações do site da FDA. As opções consistem em levar o fármaco a um programa local de coleta de fármacos (possivelmente em uma farmácia ou local de aplicação da lei) ou misturar o fármaco com um material indesejável (p. ex., areia de gato, borra de café), envolvê-lo firmemente em plástico, colocá-lo em um recipiente ou saco impermeável e então descartá-lo no lixo.

Lactentes podem ter risco de intoxicação por fármacos utilizados por adultos; a toxicidade pode ocorrer no pré-natal quando são expostos à transferência placentária ou no pós-natal quando expostos ao leite materno (inúmeros agentes — see page Fármacos contraindicados a mães que amamentam e see table Fármacos contraindicados a mães que amamentam). Como há dados limitados sobre o potencial de exposição a fármacos durante a gestação e a lactação, o 21st Century Cures Act estabeleceu uma força-tarefa para identificar lacunas no conhecimento e pesquisa sobre terapias seguras e eficazes para gestantes e lactantes (1).

Outros tipos de exposição inadvertida são contato da pele com cuidadores que recentemente aplicaram certos fármacos tópicos (p. ex., escopolamina, malationa para piolhos, difenidramina para hera venenosa).

Efeitos adversos, incluindo morte, ocorreram em crianças medicadas com preparações sem prescrição para tosse e resfriado contendo combinações com anti-histamínico, descongestionante simpaticomimético e o antitussígeno dextrometorfano (2). As recomendações atuais são de que preparações de venda livre contra tosse e resfriado não devem ser administradas a crianças < 4 anos de idade e devem ser administradas com cautela para crianças de 4 a 6 anos.

Referências sobre de efeitos adversos e toxicidade

  1. 1. The Task Force on Research Specific to Pregnant Women and Lactating Women: Report to Secretary, Health and Human Services, Congress. September 2018.

  2. 2. Halmo LS, Wang GS, Reynolds KM, et al: Pediatric fatalities associated with over-the-counter cough and cold medications. Pediatrics 148(5):e2020049536, 2021. doi: 10.1542/peds.2020-049536

Informações adicionais

Os recursos em inglês a seguir podem ser úteis. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo desses recursos.

  1. U.S. Food and Drug Administration (FDA): Best Pharmaceuticals for Children Act and Pediatric Research Equity Act status report (2020)

  2. FDA: FDA Reauthorization Act of 2017 (FDARA)

  3. FDA: Where and How to Dispose of Unused Medicines

  4. FDA: 21st Century Cures Act

  5. American Academy of Pediatrics: Codeine: Time to Say “No”

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