Atresia anal

(Ânus imperfurado)

PorJaime Belkind-Gerson, MD, MSc, University of Colorado
Revisado/Corrigido: ago 2023
Visão Educação para o paciente

    A atresia anal também é conhecida como ânus imperfurado.

    (Ver também Visão geral das anomalias gastrointestinais congênitas.)

    Na atresia anal, o tecido que fecha o ânus pode ter vários centímetros de espessura, ou apenas uma fina membrana de pele. Em casos simples, o canal anal termina cegamente na membrana anal, que forma um diafragma entre as porções endodérmica e ectodérmica do canal anal. Em casos mais graves, pode-se encontrar uma camada espessa de tecido conjuntivo entre a extremidade terminal do reto e a superfície por causa da falha no desenvolvimento da cavidade anal ou atresia da parte ampular do reto (atresia retal) (1).

    Nas lesões na porção superior do levantador do ânus (nas quais a atresia termina acima do levantador), frequentemente uma fístula se estende da bolsa anal ao períneo ou à uretra nos homens, e à vagina, ao frênulo do clitóris ou, raramente, à bexiga, nas mulheres. Fístulas cutâneas geralmente estão presentes nas lesões da porção inferior do músculo levantador do ânus.

    A incidência da atresia anal é 1 em 5.000 nascidos vivos. Essa doença está frequentemente associada a outras anomalias congênita (50% dos casos) como VACTERM (anomalias vertebrais, atresia anal, malformações cardíacas, fístula traqueal, atresia esofágica, anomalias renais e aplasia rádia e anomalias dos membros). Antes da cirurgia, deve-se avaliar nos recém-nascidos com atresia anal outras anomalias congênitas.

    Como o ânus não é patente, o exame físico já é capaz de identificar a atresia anal. Se o diagnóstico da atresia anal não é realizado e o recém-nascido está sendo alimentado, logo surgirão sinais de obstrução do intestino distal.

    A urina deve ser examinada quanto à presença de mecônio, indicando a existência de uma fístula no trato urinário. Radiografias simples e fistulogramas, com o neonato em posição de pronação lateral, podem definir o nível da lesão. A ultrassonografia também é útil para classificar o tipo de lesão e avaliar quaisquer outras anomalias associadas. Fístula cutânea geralmente indica atresia baixa. Se não houver fístula perineal, é provável que exista lesão alta.

    Recém-nascidos com fístula cutânea e lesão de baixo grau podem ser submetidos à correção perineal primária. Recém-nascidos com lesão de alto grau devem passar por colostomia temporária; a correção definitiva é adiada até que a criança cresça e as estruturas a serem reparadas se tornem maiores. Várias malformações podem ser reparadas como procedimento de uma única etapa (2).

    Referências

    1. 1. Stepp, Kevin J. and Mark D. Walters: Anatomy of the Lower Urinary Tract, Rectum, and Pelvic Floor. (2007).

    2. 2. Hartford L, Brisighelli G, Gabler T, et al: Single-stage procedures for anorectal malformations: A systematic review and meta-analysis. J Pediatr Surg 57(9):75-84, 2022. doi:10.1016/j.jpedsurg.2021.12.024

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