Vaginite por cândida

PorOluwatosin Goje, MD, MSCR, Cleveland Clinic, Lerner College of Medicine of Case Western Reserve University
Revisado/Corrigido: mar 2023
Visão Educação para o paciente

A vaginite por cândida é uma infecção causada por Candida spp, geralmente C. albicans. Os sintomas geralmente incluem um corrimento vaginal branco espesso e prurido vulvovaginal, que frequentemente é moderado a grave. O diagnóstico é feito por exame pélvico, pH vaginal e exame a fresco. O tratamento é feito com antifúngicos orais ou tópicos.

(Ver também Visão geral da vaginite.)

A maioria das vaginites por fungos é causada por C. albicans (candidíase), que coloniza de 15 a 20% das mulheres não gestantes e de 20 a 40% das gestantes.

Fatores de risco de vaginite por candida incluem:

  • Diabetes

  • Uso de antibióticos de amplo espectro ou corticoides

  • Gestação

  • Uso de roupas íntimas apertadas

  • Imunocomprometimento

A vaginite por Candida é incomum em mulheres na pós-menopausa, exceto naquelas que tomam terapia hormonal na menopausa.

Sinais e sintomas da vaginite por Candida

Os sinais e sintomas típicos incluem prurido, queimação ou irritação vaginal ou vulvar que podem piorar durante as relações sexuais, além de corrimento vaginal espesso, caseoso, o qual se adere às paredes vaginais. Os sinais e sintomas aumentam na semana anterior à menstruação. Eritema, edema e escoriações são comuns.

Mulheres com candidíase vulvovaginal podem não ter corrimento, podem ter um corrimento branco escasso ou então o corrimento caseoso típico.

Infecção em parceiros do sexo é rara.

Pode haver recorrência após o tratamento no caso de resistência a antifúngicos ou se a paciente tiver espécies Candida albicans, como Candida glabrata.

Diagnóstico da vaginite por Candida

  • Exame pélvico

  • pH e microscopia vaginal

  • Cultura, se a vaginite é persistente ou recorrente

Os critérios para o diagnóstico de vaginite por candidíase incluem

  • Corrimento típico (corrimento vaginal espesso, branco e caseoso)

  • pH vaginal é < 4,5

  • Leveduras, pseudo-hifa ou micélio visível em mostras a fresco, especialmente com hidróxido de potássio (KOH)

Se os sintomas sugerirem vaginite por cândida, mas os sinais estiverem ausentes (incluindo irritação vulvar) e o microscópio não detectar o fungo, uma cultura deverá ser realizada. Mulheres com recorrência frequente devem fazer cultura para confirmar o diagnóstico e descartar infecção por Candida não albicans.

Além disso, alguns novos testes diagnósticos estão comercialmente disponíveis para uso clínico (1).

Referência sobre diagnóstico

  1. 1. Schwebke JR, Gaydos CA, Nyirjesy P, et al: Diagnostic performance of a molecular test versus clinician assessment of vaginitis. J Clin Microbiol 56 (6):e00252-18, 2018. doi: 10.1128/JCM.00252-18

Tratamento da vaginite por Candida

  • Fármacos antifúngicos (fluconazol oral em uma dose única de preferência)

  • Evitar acúmulo de excesso de umidade

Manter a região vulvar seca e utilizar roupas de algodão que permitam circulação de ar ajuda a reduzir a umidade local e o crescimento de fungos.

Fármacos tópicos ou orais são altamente eficazes para vaginite por Candida (ver tabela Fármacos para vaginite por Candida). Um regime de dose única de 150 mg de fluconazol aumenta a adesão ao tratamento.

Novos antifúngicos orais para tratar a vaginite por Candida incluem ibrexafungerp e oteseconazol. O uso clínico destes agentes varia. Alguns especialistas aconselham o tratamento com esses antifúngicos em pacientes sintomáticos que não respondem ao tratamento com azóis tópicos e/ou fluconazol oral, conforme documentado por microscopia a fresco ou cultura fúngica.

Butoconazol, clotrimazol, miconazol e tioconazol tópicos estão disponíveis sem receita médica. Entretanto, os pacientes devem ser avisados de que cremes e pomadas tópicos, contendo óleo mineral ou óleo vegetal, tornam o látex de preservativos e diafragmas menos resistente.

Se os sintomas persistirem ou piorarem durante a terapia tópica, deve-se considerar a hipersensibilidade aos antifúngicos tópicos.

Tabela

Pacientes com recorrências frequentes (pelo menos 4 episódios documentados de vaginite por Candida nos 12 meses anteriores) necessitam de supressão a longo prazo com medicamentos orais (fluconazol 150 mg semanal a mensal ou 100 mg de cetoconazol 1 vez/dia durante 6 meses) (1). A supressão só é efetiva enquanto a droga está sendo tomada. Esses fármacos são contraindicados para pacientes com alguma hepatopatia. As pacientes em uso de cetoconazol devem fazer o controle periódico com testes hepáticos.

Referência sobre o tratamento

  1. 1. Sobel JD, Wiesenfeld HC, Martens M, et al: Maintenance fluconazole therapy for recurrent vulvovaginal candidiasis. N Engl J Med 351(9):876-883, 2004. doi:10.1056/NEJMoa033114

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