Hidraste

(Berberina)

PorLaura Shane-McWhorter, PharmD, University of Utah College of Pharmacy
Reviewed ByEva M. Vivian, PharmD, MS, PhD, University of Wisconsin School of Pharmacy
Revisado/Corrigido: modificado jul. 2025
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Visão Educação para o paciente

Hidraste é uma planta norte-americana em risco de extinção, relacionada com o botão de ouro (Hydrastis canadensis). Seus componentes ativos são a hidrastina e berberina, que apresentam atividade antisséptica. A hidraste está disponível nas formas padronizadas de líquido, comprimidos e cápsulas para os princípios ativos.

Alegações sobre a hidraste

Várias preparações da hidraste são utilizadas como antisséptico para limpar ulcerações da boca, inflamações e ferimentos oculares e pele irritada, bem como para infecções vaginais. É associada à equinácea como remédio para resfriado. A hidraste também é utilizada como fármaco para indigestão e diarreia.

Evidências sobre a hidraste

A eficácia da hidraste isoladamente como remédio contra resfriados não foi corroborada (1). Em 2 estudos relativamente bem projetados, mas pequenos, a berberina, o principal constituinte alcalino isolado da hidraste, reduziu a diarreia devido à cólera (2, 3). Berberina também reduziu os sintomas da diarreia causada pela síndrome do intestino irritável (4). Há poucos, se houver algum, grandes ensaios clínicos randomizados e cegos recentes testando o extrato de hidraste.

Algumas evidências mostram que, em pacientes com diabetes, a berberina pode diminuir a glicemia em jejum e pós-prandial e a hemoglobina A1C. Uma metanálise da berberina em 28 estudos (2313 pacientes) comparou a berberina com modificações no estilo de vida, monoterapia com medicamentos para diabetes ou berberina combinada com medicamentos para diabetes. Nessa análise, a berberina reduziu significativamente a glicemia em jejum, a glicemia pós-prandial e a hemoglobina A1C e foi mais eficaz em combinação com medicamentos orais para o diabetes do que quando os medicamentos para o diabetes ou a berberina eram utilizados como monoterapia (5). Contudo, os efeitos foram atenuados com uma duração do tratamento > 90 dias e em pessoas com mais de 60 anos.

Na hiperlipidemia, uma metanálise de 16 estudos (2.417 participantes) descobriu que, em comparação com o placebo, a berberina reduziu significativamente os níveis de colesterol total e lipoproteína de baixa densidade, os níveis de triglicerídeos e aumentou os níveis de colesterol lipoproteína de alta densidade (6). No entanto, havia um alto grau de heterogeneidade nos resultados e risco de viés.

A berberina também tem sido utilizada para perda de peso. Uma metanálise de 12 estudos incluindo 1040 pacientes relatou perda de peso, e reduções no índice de massa corporal, na circunferência da cintura e nos níveis plasmáticos da proteína C reativa (7).

Efeitos adversos da hidraste

A hidraste pode apresentar vários efeitos colaterais, incluindo náuseas, ansiedade, dispepsia, contrações uterinas e icterícia em neonatos. Se for utilizada em grandes quantidades, a hidraste pode causar convulsões e insuficiência respiratória e pode afetar de maneira adversa as contrações cardíacas. Gestantes ou amamentando, neonatos e indivíduos com doenças convulsivas ou problemas de coagulação não devem utilizar a hidraste Um estudo recente in vitro dos princípios ativos da hidraste, especificamente a berberina, indica maior risco de danos ao DNA levando a efeitos tumorigênicos (8).

Interações medicamentosas com a hidraste

O hidraste pode interagir com a varfarina, e a berberina pode intensificar o efeito anticoagulante da heparina. Além disso, a berberina inibe as isoenzimas do CYP 450 e pode aumentar as concentrações séricas de fármacos como midazolam, omeprazol, dextrometorfano, losartana, tacrolimo, e cafeína (9).

A hidraste pode aumentar os níveis de ciclosporina. A hidraste pode diminuir os níveis séricos de metformina, potencialmente dificultando o controle da glicose em pessoas com diabetes tipo 2 que utilizam este fármaco. A berberina na hidraste também pode potencializar os efeitos hipoglicêmicos dos anti-hiperglicêmicos.

(Ver também tabela Algumas interações possíveis entre suplementos alimentares e fármacos.)

Referências

  1. 1. Rehman J, Dillow JM, Carter SM, et al. Increased production of antigen-specific immunoglobulins G and M following in vivo treatment with the medicinal plants Echinacea angustifolia and Hydrastis canadensis. Immunol Lett. 68(2-3):391-395, 1999. doi: 10.1016/S0165-2478(99)00085-1

  2. 2. Khin-Maung-U, Myo-Khin, Nyunt-Nyunt-Wai, et al. Clinical trial of berberine in acute watery diarrhoea. Br Med J (Clin Res Ed). 291(6509):1601-1605, 1985. doi:10.1136/bmj.291.6509.1601

  3. 3. Rabbani GH, Butler T, Knight J, et al. Randomized controlled trial of berberine sulfate therapy for diarrhea due to enterotoxigenic Escherichia coli and Vibrio cholerae. J Infect Dis. 155(5):979-984, 1987. doi:10.1093/infdis/155.5.979

  4. 4. Chen C, Tao C, Liu Z, et al. A randomized clinical trial of berberine hydrochloride in patients with diarrhea-predominant irritable bowel syndrome. Phytother Res. 29(11):1822-7, 2015. doi: 10.1002/ptr.5475

  5. 5. Liang Y, Xu X, Yin M, et al. Effects of berberine on blood glucose in patients with type 2 diabetes mellitus: a systematic literature review and a meta-analysis. Endocr J. 66(1):51-63, 2019. doi:10.1507/endocrj.EJ18-0109

  6. 6. Ju J, Li J, Lin Q, et al. Efficacy and safety of berberine for dyslipidaemias: a systematic review and meta-analysis of randomized clinical trials. Phytomedicine. 50:25-34, 2018. doi:10.1016/j.phymed.2018.09.212

  7. 7. Asbaghi O, Ghanbari N, Shekari M, Reiner Ž, Amirani E, Hallajzadeh J, Mirsafaei L, Asemi Z. The effect of berberine supplementation on obesity parameters, inflammation and liver function enzymes: A systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Clin Nutr ESPEN. 2020 Aug;38:43-49. doi: 10.1016/j.clnesp.2020.04.010

  8. 8. Chen S, Wan L, Couch L, et al: Mechanism study of goldenseal-associated DNA damage. Toxicol Lett 221(1):64-72, 2013. doi: 10.1016/j.toxlet.2013.05.641

  9. 9. Guo Y, Chen Y, Tan ZR, Klaassen CD, Zhou HH.Repeated administration of berberine inhibits cytochromes P450 in humans. Eur J Clin Pharmacol. 68(2):213‐217, 2012. doi:10.1007/s00228-011-1108-2

Informações adicionais

O recurso em inglês a seguir pode ser útil. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo deste recurso.

  1. National Institutes of Health (NIH), National Center for Complementary and Integrative Health: Goldenseal

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