Crises de perda de fôlego

PorStephen Brian Sulkes, MD, Golisano Children’s Hospital at Strong, University of Rochester School of Medicine and Dentistry
Reviewed ByAlicia R. Pekarsky, MD, State University of New York Upstate Medical University, Upstate Golisano Children's Hospital
Revisado/Corrigido: modificado mai. 2025
v1104264_pt
Visão Educação para o paciente

Episódio onde a criança para de respirar involuntariamente e perde a consciência por um período curto imediatamente após uma experiência assustadora, emocional ou dolorosa.

(Ver também Visão geral dos problemas de comportamento na infância.)

Estas crises ocorrem em 0,1%-5% das crianças saudáveis (1). Têm início, geralmente, no primeiro ano de vida, com pico no 2º ano de vida. Cessam aos 4 anos em mais de 50% das crianças e aos 8 anos em quase todas as crianças (2). Os remanescentes podem continuar com as crises até a vida adulta.

Essas crises não parecem ser fatores de risco para epilepsia verdadeira (3), mas podem estar associadas a um risco aumentado de desmaios mais tarde na vida (4).

Quase todos os ataques de apneia ocorrem secundariamente a um gatilho externo precipitante que é físico (p. ex., trauma) ou mental (p. ex., explosão emocional devido a raiva ou pânico).

Há 2 formas de crises de perda de fôlego:

  • Forma cianótica: esta forma é a mais comum, e embora a apneia seja involuntária, ela frequentemente ocorre como parte de uma birra ou em resposta a uma repreensão ou outro evento perturbador.

  • Forma pálida: essa forma geralmente ocorre depois de uma experiência dolorida, como queda, bater a cabeça, mas pode ocorrer depois de eventos assustadores ou aterrorizantes.

Ambas as formas são involuntárias e facilmente distinguíveis de episódios voluntários que às vezes ocorrem em crianças, nos quais elas prendem a respiração para exigir algo de um adulto (p. ex., doces ou permanecer em uma festa); invariavelmente, crianças que voluntariamente prendem a respiração retomam a respiração normal assim que começam a sentir desconforto.

Ambas as formas, voluntária e involuntária, de crises de apneia podem variar em duração de 10 a 60 segundos (1).

Referências

  1. 1. Leung AKC, Leung AAM, Wong AHC, Hon KL: Breath-holding spells in pediatrics: A narrative review of the current evidence. Curr Pediatr Rev 15(1):22–29, 2019. doi: 10.2174/1573396314666181113094047

  2. 2. DiMario FJ Jr. Prospective study of children with cyanotic and pallid breath-holding spells. Pediatrics. 2001;107(2):265-269. doi:10.1542/peds.107.2.265

  3. 3. Hellström Schmidt S, Smedenmark J, Jeremiasen I, Sigurdsson B, Eklund EA, Pronk CJ. Overuse of EEG and ECG in children with breath-holding spells and its implication for the management of the spells. Acta Paediatr. 2024;113(2):317-326. doi:10.1111/apa.17020

  4. 4. Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS Guideline for the Evaluation and Management of Patients With Syncope: A Report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines and the Heart Rhythm Society [correção publicada em Circulation. 2017 Oct 17;136(16):e271-e272. doi: 10.1161/CIR.0000000000000537.]. Circulation. 2017;136(5):e60-e122. doi:10.1161/CIR.0000000000000499

Crise de apneia cianótica

Durante um episódio de apneia cianótica, ocorre em crianças uma sequência involuntária de eventos até que percam a consciência.

Em geral, a criança grita, exala e, involuntariamente, não inspira. Logo a seguir, a criança começa a ficar azul e perde a consciência. Raramente, pode ocorrer uma breve crise autolimitada. Após alguns segundos, a respiração volta, e a cor da pele e o estado de consciência se restabelecem. É possível interromper a crise colocando um pano frio na face da criança, no momento do início da crise.

Apesar de o episódio parecer de natureza assustadora, os pais devem evitar reforçar o comportamento que gerou a crise. Se as crises forem recorrentes, os pais devem tentar evitar situações que desencadeiam os episódios.

Crianças com crises de perda de fôlego cianóticas respondem à suplementação de ferro (1), mesmo na ausência da anemia, e ao tratamento para apneia obstrutiva do sono (quando presente).

Referência sobre crise cianótica

  1. 1. Hamed SA, Gad EF, Sherif TK: Iron deficiency and cyanotic breath-holding spells: The effectiveness of iron therapy. Pediatr Hematol Oncol 35(3):186–195, 2018. doi: 10.1080/08880018.2018.1491659

Episódio de apneia pálida

Durante o episódio de palidez, o estímulo vagal diminui gravemente os batimentos cardíacos.

A criança involuntariamente não inspira, perde rapidamente a consciência e fica pálida e hipotônica. Se a crise demorar mais do que poucos segundos, há aumento do tônus muscular, e pode ocorrer convulsão e incontinência. Após a crise, os batimentos cardíacos melhoram, restabelece-se a respiração e o estado de consciência, sem qualquer intervenção.

Como esta forma é rara, pode ser necessário investigação diagnóstica, avaliação e tratamento adicionais se as crises forem recorrentes. EEG e ECG ajudam a diferenciar causas neurológicas e cardíacas.

quizzes_lightbulb_red
Test your KnowledgeTake a Quiz!
ANDROID iOS
ANDROID iOS
ANDROID iOS