Trauma ureteral

PorNoel A. Armenakas, MD, Weill Cornell Medical School
Revisado/Corrigido: fev 2023
Visão Educação para o paciente

A maioria das lesões ureterais ocorre durante cirurgia. Os procedimentos que mais frequentemente causam lesões ureterais incluem ureteroscopia, histerectomia, ressecção anterior baixa do colo intestinal e reparo aberto de aneurisma abdominal. Os mecanismos incluem obstrução, transecção, avulsão, esmagamento, desvascularização, dobramento e eletrocoagulação.

Lesões ureterais não iatrogênicas correspondem somente a 1 a 3% de todos os casos de traumas geniturinários. Muitas vezes, são decorrentes de lesões por arma de fogo e, raramente, por armas brancas. Em crianças, lesões por avulsão são mais comuns e ocorrem na junção ureteropélvica. As complicações são extravasamento de urina no peritônio ou retroperitônio; abscesso perinéfrico; formação de fístulas (p. ex., ureterovaginal, ureterocutânea); e estenose ureteral, obstrução, ou ambas.

Diagnóstico do trauma ureteral

  • Exames de imagem, cirurgia exploratória ou ambos

O diagnóstico de lesões uretrais é feito pela história e requer alto índice de suspeita, pois os sintomas não são específicos e a hematúria é ausente em > 30% dos pacientes. Comprova-se o diagnóstico por imagem (p. ex., TC com contraste, que inclui exame por imagem tardia e uretrografia retrógrada), cirurgia exploratória ou ambas. Febre, sensibilidade no flanco, íleo paralítico prolongado, extravasamento urinário, obstrução e sepse são os sinais tardios mais comuns de lesões do contrário ocultas. Achados intraoperatórios sugestivos de lesão ureteral são perda urinária, hematoma ureteral ou diminuição do peristaltismo. O diagnóstico pode ser auxiliado pela injeção de corante (p. ex., índigo carmina, azul de metileno) por via intravenosa ou intraureteral.

Tratamento do trauma ureteral

  • Para lesões menores, sonda de nefrostomia percutânea ou stent ureteral

  • Para lesões maiores, reparo cirúrgico

Todas as lesões ureterais exigem intervenção. Uma sonda de nefrostomia percutânea e/ou a inserção de stent ureteral (retrógrada ou anterógrada) é frequentemente suficiente em lesões menores (p. ex., contusões ou transecções parciais). Pode-se tratar as lesões ureterais intraoperatórias iatrogênicas menores, como uma laceração parcial, com fechamento primário. No caso de ligação não intencional com uma sutura, pode ser adequado remover a sutura. Deve-se realizar todos os reparos com stents.

Lesões graves (p. ex., lesões por transecção ou avulsão completas) normalmente exigem técnicas de reconstrução, abertas ou laparoscópicas, dependendo de sua localização e extensão. Essas técnicas incluem reimplante ureteral, anastomose ureteral primária, retalho anterior (Boari) de bexiga, transureteroureterostomia, interposição ileal e, como um último recurso, autotransplante. Em pacientes instáveis, utiliza-se uma abordagem de controle de danos em que o ureter é temporariamente drenado e o tratamento definitivo é postergado.

Pontos-chave

  • A maioria das lesões ureterais ocorre durante cirurgia.

  • No caso de lesões uretrais por trauma externo, manter alto índice de suspeita porque os achados são inespecíficos e geralmente não há hematúria.

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