A conjuntivite de inclusão do adulto é causada por Chlamydia trachomatis sexualmente transmissível. Os sintomas incluem hiperemia unilateral crônica e secreção mucopurulenta. O diagnóstico é clínico. O tratamento é feito com antibióticos sistêmicos.
A conjuntivite de inclusão do adulto, responsável por 1,8 a 5,6% de todos os casos de conjuntivite (1), é causada pelos sorotipos D a K da Chlamydia trachomatis. Na maioria dos casos, a conjuntivite de inclusão do adulto resulta de contato sexual com uma pessoa que tem infecção genital. Normalmente, os pacientes tiveram um novo parceiro sexual nos últimos 2 meses. Infecções genitais concomitantes por clamídia estão frequentemente presentes (2).
Raramente, a conjuntivite de inclusão do adulto é adquirida de água de piscina contaminada clorada de maneira incompleta.
(Ver também Visão geral da conjuntivite e Tracoma.)
Referências gerais
1. Azari AA, Barney NP. Conjunctivitis: a systematic review of diagnosis and treatment [correção publicada em JAMA. 2014 Jan 1;311(1):95. Dosage error in article text]. JAMA. 2013;310(16):1721-1729. doi:10.1001/jama.2013.280318
2. Shah M, Gishkori S, Edington M, King S, Winter AJ, Lockington D. Ten-year review of a shared care approach in the management of ocular chlamydia trachomatis infections. Eye (Lond). 2021;35(6):1614-1619. doi:10.1038/s41433-020-01128-y
Sinais e sintomas da conjuntivite de inclusão no adulto
A conjuntivite de inclusão do adulto tem um período de incubação de 2 a 19 dias.
A maioria dos pacientes tem secreção mucopurulenta unilateral. A conjuntiva tarsal é frequentemente mais hiperêmica do que bulbar. Caracteristicamente, há uma resposta folicular tarsal acentuada. Ocasionalmente, ocorrem opacidades corneanas superiores e vascularização. Linfonodos pré-auriculares podem estar inchados no lado do olho envolvido.
Muitas vezes, os sintomas estiveram presentes por várias semanas ou meses e não responderam a antibióticos tópicos.
Como infecções genitais por clamídia concomitantes são comuns, os homens também podem ter uretrite sintomática e as mulheres podem ter corrimento vaginal, disúria ou ambos.
Diagnóstico da conjuntivite de inclusão do adulto
Exame ocular
Exames laboratoriais
Cronicidade (sintomas por > 3 semanas), secreção mucopurulenta, resposta folicular tarsal marcada e insucesso dos antibióticos tópicos diferenciam a conjuntivite de inclusão do adulto de outras conjuntivites bacterianas.
Dicas e conselhos
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Esfregaços, culturas bacterianas, e estudos de clamídia devem ser feitos. Técnicas de coloração imunofluorescente, testes de amplificação de ácidos nucleicos (NAAT) e culturas especiais são utilizadas para detectar C. trachomatis. Os sorovares D e K são mais comumente detectados na conjuntivite de inclusão em adultos, em comparação com os sorovares A, B, Ba e C detectados no tracoma. Esfregaços e raspados conjuntivais devem ser examinados microscopicamente e coloração com corante de Gram para identificar bactérias e coloração com corante de Giemsa para identificar os corpos de inclusão característicos de células epiteliais basófilas citoplasmáticas da conjuntivite por clamídia.
Tratamento da conjuntivite de inclusão do adulto
Azitromicina ou doxiciclina oral
Azitromicina, 1 g, por via oral, uma única vez, ou doxiciclina, 100 mg por via oral duas vezes ao dia ou eritromicina, 500 mg por via oral 4 vezes ao dia, durante 1 semana cura a conjuntivite e infecção genital concomitante. Parceiros sexuais também requerem tratamento.
Pontos-chave
A conjuntivite de inclusão do adulto é causada por Chlamydia trachomatis e, geralmente, é adquirida sexualmente; em casos raros, pode ser adquirida nadando em piscina contaminada.
A conjuntiva tarsal é frequentemente mais hiperêmica do que a conjuntiva bulbar; há uma resposta folicular tarsal acentuada.
Tratar parceiros sexuais e também o paciente com azitromicina oral ou doxiciclina.
