Linfangiectasia intestinal

PorZubair Malik, MD, Lewis Katz School of Medicine at Temple University
Revisado/Corrigido: mar 2023
Visão Educação para o paciente

Linfangiectasia intestinal é uma doença rara caracterizada por obstrução ou malformação dos vasos linfáticos intramucosos do intestino delgado. Afeta principalmente crianças e adultos jovens. Os sintomas incluem os de má absorção, com edema e retardo de crescimento. O diagnóstico é feito por biópsia do intestino delgado. O tratamento é geralmente de suporte.

Linfangiectasia intestinal é um distúrbio de má absorção.

Malformações do sistema linfático são congênitas ou adquiridas.

Casos congênitos geralmente se manifestam em crianças (tipicamente diagnosticadas antes dos 3 anos de idade) e menos frequentemente em adolescentes ou jovens adultos. Homens e mulheres são igualmente afetados.

Em casos adquiridos, o defeito pode ser secundário a fibrose retroperitoneal, pericardite constritiva, pancreatite, neoplasias e desordens infiltrativas que bloqueiam os linfonodos.

A drenagem linfática prejudicada causa aumento pressórico e vazamento de linfa para a luz intestinal. O prejuízo da absorção de quilomícrons e de lipoproteína provoca má absorção de gorduras e proteína. Em razão de os carboidratos não serem absorvidos pelo sistema linfático, sua absorção não se altera.

Sinais e sintomas da linfangiectasia intestinal

Manifestações precoces da linfagiectasia intestinal incluem edema maciço, geralmente assimétrico e periférico, diarreia intermitente, náuseas, vômitos e dor abdominal. Alguns pacientes têm esteatorreia leve a moderada (fezes malcheirosas, pálidas, volumosas e gordurosas). Pode haver derrames pleurais quilosos (quilotórax) e ascite quilosa.

Há retardo do crescimento, se o início dos sintomas ocorreu na primeira década de vida.

Diagnóstico da linfangiectasia intestinal

  • Biópsia do intestino delgado por endoscopia

  • Algumas vezes, linfangiografia contrastada

O diagnóstico da linfagiectasia intestinal geralmente exige biópsia do intestino delgado por endoscopia, que mostra acentuada dilatação e ectasia dos vasos linfáticos da mucosa e da submucosa nas pontas dos vilos.

Alternativamente, linfangiografia contrastada (injeção de material de contraste por via linfática podal) pode mostrar linfonodos intestinais anormais.

As anormalidades laboratoriais incluem linfocitopenia e baixos níveis de albumina sérica, colesterol, IgA, IgM e IgG, transferrina e ceruloplasmina.

Estudos baritados podem mostrar pregas mucosas espessadas de aspecto nodular, lembrando empilhamento de moedas. A absorção de D-xilose é normal. A perda proteica intestinal pode ser demonstrada usando-se albumina marcada com cromo 51.

Tratamento da linfangiectasia intestinal

  • Cuidados de suporte

  • Algumas vezes, ressecção ou reparo intestinal cirúrgico

Os linfonodos alterados não podem ser corrigidos. O tratamento de suporte da linfagiectasia intestinal engloba dieta pobre em gorduras (< 30 g/dia) e rica em proteínas, contendo suplementos de triglicerídeos de cadeia média. Cálcio e vitaminas lipossolúveis devem ser administrados.

Ressecção intestinal ou anastomose dos linfáticos alterados aos canais venosos podem ser benéficas.

Os derrames pleurais devem ser drenados por toracocentese.

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