Gastrite erosiva

PorNimish Vakil, MD, University of Wisconsin School of Medicine and Public Health
Revisado/Corrigido: mar 2023
Visão Educação para o paciente

Gastrite erosiva é a erosão da mucosa gástrica causada por dano nas defesas da mucosa. É tipicamente aguda, manifestando-se com sangramento, mas pode ser subaguda ou crônica com poucos ou nenhum sintoma. O diagnóstico é por endoscopia. O tratamento é de suporte e consiste na remoção da causa de base e início da terapia supressora de ácido. Alguns pacientes em unidades de tratamento intensivo (p. ex., com traumatismo craniano, queimaduras, politraumatismo, ventilação mecância) podem se beneficiar da profilaxia com supressores do ácido gástrico.

(Ver também Visão geral da secreção ácida e Visão geral da gastrite.)

Causas comuns da eritrocitose incluem

  • Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)

  • Álcool

  • Estresse

Causas menos comuns da eritrocitose incluem

  • Radiação

  • Infecções virais (p. ex., citomegalovírus)

  • Lesão vascular

  • Trauma direto (p. ex., sondas nasogástricas)

  • Doença de Crohn

Erosões superficiais e pontuais podem ocorrer na mucosa gástrica. Estas podem ocorrer já 12 horas após a lesão inicial. Erosões profundas, úlceras e algumas vezes perfuração, podem ocorrer em casos mais graves ou que não foram tratados. As lesões classicamente acontecem no corpo, mas o antro pode também estar envolvido.

A gastrite aguda por estresse é uma forma de gastrite erosiva, ocorrendo em cerca de 5% dos pacientes gravemente enfermos. A incidência aumenta com a duração da permanência na unidade de tatamento intensivo e com o tempo durante o qual o paciente não recebe alimentação enteral. A patogênese provavemente está relacionada com hipoperfusão da mucosa gastrintestinal, provocando diminuição das defesas da mucosa. Pacientes com história de trauma na cabeça ou queimaduras podem também apresentar excesso da produção de ácido.

Sinais e sintomas da gastrite erosiva

Pacientes com gastrite erosiva leve em geral são assintomáticos, embora alguns possam referir dispepsia, náusea ou vômitos.

Com frequência, o primeiro sinal é hematêmese, melena ou sangue no aspirado da sonda nasogástrica, geralmente dentro de 2 a 5 dias após o evento etiológico. O sangramento costuma ser leve a moderado, embora possa ser maciço, se houver lesão ulcerosa profunda, em particular na gastrite aguda por estresse.

Diagnóstico da gastrite erosiva

  • Endoscopia

Gastrites erosivas agudas ou crônicas são diagnosticadas endoscopicamente.

Gastrite erosiva
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Essa foto mostra áreas erodidas e eritematosas no revestimento do estômago por uso prolongado de AINE.
DAVID M. MARTIN, MD/SCIENCE PHOTO LIBRARY

Tratamento da gastrite erosiva

  • Para sangramento: hemostasia endoscópica

  • Para supressão ácida: inibidores da bomba de prótons ou bloqueadores H2

Nas gastrites mais intensas, o sangramento é manuseado com líquidos intravenosos e transfusões sanguíneas, quando necessário. Deve-se tentar hemostasia endoscópica, com a cirurgia como última opção se não for possível controlar a hemorragia endoscopicamente. A angiografia não tende a ser eficaz nos sangramentos mais intensos, já que existem vários vasos colaterais suprindo o estômago. Deve- se iniciar a terapia farmacológica para supressão ácida se o paciente ainda não estiver recebendo esse tratamento.

Para gastrites mais leves, podem ser suficientes a remoção do agente etiológico e o uso de fármacos para diminuir a acidez gástrica (ver Tratamento farmacológico da acidez gástrica) de modo a limitar lesão futura e promover a cicatrização.

Prevenção da gastrite erosiva

A profilaxia é capaz de reduzir a incidência de gastrite aguda por estresse. Entretanto, isso beneficia principalmente alguns pacientes em estado grave na unidade de tratamento intensivo, como os grandes queimados, pacientes com trauma de sistema nervoso central, coagulopatias, sepse, choque, politraumatismo, em ventilação mecânica há > 48 horas, doença hepática crônica, lesão renal aguda, com insuficiência hepática ou renal, disfunção de múltiplos órgãos e história de úlcera péptica ou sangramento gastrintestinal.

Uma diretriz para profilaxia de hemorragia gastrointestinal para pacientes criticamente enfermos de 2020 recomenda que, para a maioria dos pacientes criticamente enfermos, o benefício da supressão ácida seja ponderado em relação ao risco de pneumonia. A diretriz inclui uma calculadora para ajudar a avaliar o risco de hemorragia gastrointestinal. Há um possível maior risco de pneumonia nosocomial em pacientes criticamente enfermos que recebem supressão ácida. Uma metanálise recente concluiu que os inibidores da bomba de prótons (IBP) e os antagonistas do receptor de histamina-2 podem aumentar o risco de pneumonia (aumentos absolutos de 5% para inibidores da bomba de prótons e de 3,4% para os antagonistas do receptor de histamina-2; 1). Entretanto, um grande ensaio clínico prévio que analisou um inibidor da bomba de prótons para pacientes com risco de hemorragia gastrointestinal na unidade de terapia intensiva não encontrou maior incidência de pneumonia (2). A diretriz recomenda ainda o uso de um inibidor da bomba de prótons em vez de um antagonista do receptor de histamina-2 (recomendação fraca) e não recomenda o uso de sucralfato.

A alimentação enteral precoce também pode diminuir o risco de ressangramento.

A supressão do ácido gástrico não é recomendada para os pacientes somente em uso de AINE, exceto se houver história de úlcera péptica.

Referências sobre o tratamento

  1. 1. Wang Y, Ye Z, Ge L, et al: Efficacy and safety of gastrointestinal bleeding prophylaxis in critically ill patients: Systematic review and network meta-analysis. BMJ 368:l6744, 2020. doi: 10.1136/bmj.l6744PMCID

  2. 2. Krag M, Marker S, Perner A, et al: Pantoprazole in patients at risk for gastrointestinal bleeding in the ICU. N Engl J Med 379(23):2199–2208, 2018. doi: 10.1056/NEJMoa1714919

Informações adicionais

O recurso em inglês a seguir pode ser útil. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo deste recurso.

  1. Guideline for gastrointestinal bleeding prophylaxis for critically ill patients (2020)

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