Síndrome de hiperventilação

PorRebecca Dezube, MD, MHS, Johns Hopkins University
Revisado/Corrigido: set 2021
Visão Educação para o paciente

A síndrome de hiperventilação é a dispneia e a taquipneia relacionadas com a ansiedade, acompanhada, com frequência, por sintomas sistêmicos.

A síndrome de hiperventilação é comum em mulheres jovens, mas pode comprometer ambos os sexos em qualquer idade. Às vezes, é precipitada por eventos estressantes emocionais. A síndrome de hiperventilação é diferente do transtorno do pânico, embora as duas condições se sobreponham; quase metade dos pacientes com transtorno do pânico tem síndrome de hiperventilação e um quarto dos pacientes com síndrome de hiperventilação tem transtorno do pânico.

A síndrome de hiperventilação ocorre de 2 formas:

  • Aguda: A forma aguda é mais fácil de reconhecer do que a crônica.

  • Crônica: A hiperventilação crônica é mais comum do que a aguda.

Sinais e sintomas da síndrome de hiperventilação

Síndrome de hiperventilação aguda

Os pacientes com síndrome de hiperventilação aguda algumas vezes manifestam dispneia tão grave que a comparam à asfixia. É acompanhada por agitação e uma sensação de terror ou por sintomas de dor torácica, parestesia (periférica e perioral), tetania periférica (p. ex., rigidez dos dedos ou braços) e pré-síncope ou síncope, ou, algumas vezes, por uma combinação de todos estes achados. A tetania ocorre porque a alcalose respiratória causa tanto hipofosfatemia quanto hipocalcemia. Ao exame, os pacientes podem aparecer ansiosos, taquipneicos, ou ambos; o exame pulmonar é normal.

Síndrome de hiperventilação crônica

Os pacientes com síndrome de hiperventilação crônica têm manifestações muito menos dramáticas e muitas vezes escapam à detecção; suspiram profundamente e frequentemente têm sintomas somáticos inespecíficos em caso de transtorno de humor e de ansiedade e estresse emocional.

Diagnóstico da síndrome de hiperventilação

  • Testes para excluir outros diagnósticos (radiografia de tórax, ECG, oximetria de pulso)

A síndrome de hiperventilação é um diagnóstico de exclusão; o desafio é usar exames e recursos de maneira judiciosa a fim de distinguir essa síndrome de diagnósticos mais graves.

Testes básicos incluem:

  • Oximetria de pulso

  • Radiografia de tórax

  • ECG

A oximetria de pulso na síndrome de hiperventilação revela saturação de oxigênio próxima ou igual a 100%. A radiografia de tórax é normal. Registra-se o ECG para detectar isquemia cardíaca, embora a síndrome de hiperventilação por si só possa provocar infradesnivelamento do segmento ST, inversão da onda T e prolongamento do intervalo QT.

Medições da gasometria arterial são necessárias quando há suspeita de outras causas de hiperventilação, como acidose metabólica.

Ocasionalmente, a síndrome de hiperventilação aguda é indiferenciável da embolia pulmonar aguda, exigindo a realização de exames para o diagnóstico dessa condição (p. ex., dímero d, cintilografia de ventilação/perfusão e TC helicoidal).

Tratamento da síndrome de hiperventilação

  • Tratamento de suporte

  • Algumas vezes, tratamento psiquiátrico ou psicológico

O tratamento é a tranquilização do paciente. Alguns médicos sugerem ensinar ao paciente a expiração máxima e a respiração diafragmática. A maioria dos pacientes exige tratamento do transtorno subjacente de ansiedade ou humor; esse tratamento é feito com terapia cognitiva, técnicas de redução de estresse, fármacos (ansiolíticos, antidepressivos ou lítio), ou uma combinação dessas técnicas.

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