Massas mediastinais

PorNajib M Rahman, BMBCh MA (oxon) DPhil, University of Oxford
Reviewed ByRichard K. Albert, MD, Department of Medicine, University of Colorado Denver - Anschutz Medical
Revisado/Corrigido: modificado jul. 2025
v922449_pt
Visão Educação para o paciente

As massas mediastinais são causadas por uma variedade de cistos e tumores; as causas prováveis diferem de acordo com a idade do paciente e a localização da massa (mediastino anterior, médio ou posterior). Podem ser assintomáticos (comuns em adultos) ou causar sintomas sistêmicos ou sintomas respiratórios obstrutivos (mais provável em crianças). Os exames envolvem TC com biópsia ou ressecção cirúrgica e, se necessário, exames complementares. O tratamento varia de acordo com a causa.

Dividem-se as massas mediastinais naquelas que ocorrem no mediastino anterior, médio e posterior. O mediastino anterior se estende do esterno ao pericárdio na região inferior e do esterno aos vasos braquicefálicos na região superior. O mediastino médio encontra-se entre o mediastino anterior e o posterior. O mediastino posterior limita-se pelo pericárdio e pela traqueia anteriormente e pela coluna vertebral posteriormente.

Etiologia das massas mediastinais

Adultos

Em adultos, as causas das massas mediastinais mais comuns variam de acordo com a localização (1, 2, 3):

  • Mediastino anterior (prevascular): timomas, cistos benignos e linfomas (tanto Hodgkin como não Hodgkin)

  • Mediastino médio (visceral): cistos benignos, aumento de linfonodos (como em linfoma, sarcoidose, tuberculose, câncer de pulmão) e massas vasculares

  • Mediastino posterior (paravertebral): tumores neurogênicos e anormalidades esofágicas

Para outras causas, ver figura Algumas causas de massas mediastinais em adultos. A mediastinite fibrosante crônica (p. ex., causada por tuberculose, histoplasmose) é uma causa rara de massas mediastinais.

Algumas causas de massas mediastinais em adultos

Crianças

Em crianças, as massas mediastinais mais comuns são os tumores e cistos neurogênicos. Para outras causas, ver tabela Algumas causas de massas mediastinais em crianças.

Tabela
Tabela

Referências sobre etiologia

  1. 1. Gerber TS, Porubsky S. Benign lesions of the mediastinum. Histopathology 2024;84(1):183-195. doi:10.1111/his.15088

  2. 2. Jiang Y, Lin Y, Yang C, et al. Spatiotemporal distribution of mediastinal neoplasms: A comprehensive multi-center study. Lung Cancer 2024;191:107558. doi:10.1016/j.lungcan.2024.107558

  3. 3. Roden AC, Fang W, Shen Y, et al. Distribution of Mediastinal Lesions Across Multi-Institutional, International, Radiology Databases. J Thorac Oncol 2020;15(4):568-579. doi:10.1016/j.jtho.2019.12.108

Sinais e sintomas das massas mediastinais

Muitas massas mediastinais são assintomáticas. Em geral, as lesões malignas e as massas em crianças têm grande probabilidade de desencadear sintomas. Os sintomas mais comuns são dor torácica e perda ponderal. Os linfomas podem se manifestar com febre e perda ponderal.

Em crianças, as massas mediastinais têm maior probabilidade de provocar compressão traqueo-brônquica e estridor, ou sintomas de bronquite ou pneumonia recorrentes.

Os sinais e sintomas também dependem da localização. Massas mediastinais anteriores de grandes dimensões podem provocar dispneia ao se adotar a decúbito dorsal. Lesões no mediastino médio podem comprimir vasos sanguíneos ou vias respiratórias, provocando síndrome da veia cava superior ou obstrução das vias respiratórias. As lesões no mediastino posterior podem invadir o esôfago, acarretando disfagia ou odinofagia.

Diagnóstico das massas mediastinais

  • Radiografia de tórax

  • TC e, às vezes, RM

  • Às vezes, exame do tecido

Na maioria das vezes, as massas mediastinais são descobertas incidentalmente na radiografia de tórax ou por outros métodos de imagem durante avaliação clínica de sintomas torácicos. Indicam-se exames diagnósticos adicionais, habitualmente métodos de imagem e biópsia, para determinar a etiologia.

TC, com contraste intravenoso, é o método de imagem mais valioso. Com o auxílio da TC torácica, variantes normais e tumores benignos, como cistos repletos de líquido ou lipídio, podem ser distinguidos de outros processos. Faz-se RM se a estrutura for cística. RM pode ser útil para determinar se a massa está comprimindo ou invadindo as estruturas adjacentes.

É possível obter o diagnóstico definitivo de muitas massas abdominais com aspiração ou biópsia por agulha. As técnicas de punção aspirativa por agulha fina geralmente são suficientes para as lesões carcinomatosas, mas deve-se realizar biópsia com agulha cortante para fornecer tecido suficiente para análise diagnóstica sempre que houver suspeita de linfoma, timoma ou massa neural.

Se o tecido ectópico da tireoide for considerado uma causa, o hormônio tireoestimulante é medido.

A excisão cirúrgica é feita quando há alta suspeita de neoplasia com base nos resultados de exames de imagem ou outros testes e quando a ressecção completa pode ser alcançada.

Tratamento das massas mediastinais

  • Depende da causa

O tratamento depende da etiologia.

É possível observar algumas lesões benignas, como os cistos pericárdicos. Deve-se remover cirurgicamente a maioria dos tumores malignos, mas alguns, como os linfomas, são mais bem tratados com quimioterapia.

Doença granulomatosa como tuberculose ou histoplasmose deve ser tratada com o medicamento antimicrobiano apropriado.

O controle das vias respiratórias em pacientes, particularmente crianças, com massas mediastinais anteriores requer cautela, planejamento e expertise. Como tanto a compressão das vias respiratórias quanto o estado hemodinâmico podem se agravar em decúbito dorsal, especialmente sob sedação, práticas tradicionais de anestesia e de controle das vias respiratórias podem ser perigosas (1). Os pacientes podem ser transportados acordados e em posição ereta para atendimento definitivo. Procedimentos como a biópsia são realizados com sedação mínima, enquanto o paciente permanece em posição ereta ou semiereta. Quando o controle definitivo das vias respiratórias é necessário, a intubação é frequentemente realizada em pacientes acordados, mantendo-se a ventilação espontânea.

Referência sobre tratamento

  1. 1. Blank RS, de Souza DG. Anesthetic management of patients with an anterior mediastinal mass: continuing professional development. Can J Anaesth 2011;58(9):853-867. doi:10.1007/s12630-011-9539-x

Pontos-chave

  • Em adultos, os timomas, cistos benignos e linfomas (tanto Hodgkin como não Hodgkin) são as lesões mais comuns do mediastino anterior; cistos benignos, hipertrofia dos linfonodos e massas vasculares são as lesões mais comuns do mediastino médio; e os tumores neurogênicos e anormalidades esofágicas são as lesões posteriores mais comuns.

  • Em crianças, as massas mediastinais mais comuns são tumores neurogênicos, linfomas, tumores de células germinativas e cistos.

  • Os sintomas mais comuns são dor torácica e perda ponderal, mas muitas massas são assintomáticas.

  • Podem ocorrer sintomas respiratórios obstrutivos e sintomas sistêmicos em crianças, mas raramente em adultos.

  • TC, com contraste intravenoso, é o método de imagem mais valioso.

  • O tratamento depende da etiologia da massa.

quizzes_lightbulb_red
Test your KnowledgeTake a Quiz!
ANDROID iOS
ANDROID iOS
ANDROID iOS