Ceratite ulcerativa periférica

(Ceratólise marginal, ulceração reumatoide periférica)

PorVatinee Y. Bunya, MD, MSCE, Scheie Eye Institute at the University of Pennsylvania
Reviewed BySunir J. Garg, MD, FACS, Thomas Jefferson University
Revisado/Corrigido: jul. 2024 | modificado set. 2025
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Visão Educação para o paciente

Ceratite ulcerativa periférica é a inflamação e ulceração da córnea que com frequência ocorre em doenças reumáticas sistêmicas crônicas. O resultado é irritação e visão diminuída.

A ceratite ulcerativa periférica é uma ulceração grave da córnea; ela ocorre frequentemente nas doenças reumáticas sistêmicas que estão ativas, são de longa data, ou ambas, como artrite reumatoide (AR), granulomatose com poliangiite (anteriormente chamada granulomatose de Wegener) e policondrite recidivante.

Frequentemente, os pacientes se queixam de diminuição da acuidade visual, fotofobia e sensação de corpo estranho. Área crescente de opacificação na periferia da córnea por causa do infiltrado leucocitário. A ulceração, que se cora com fluoresceína, evolui logo após a opacificação. Isso é o oposto da úlcera infecciosa habitual que começa com um defeito epitelial e mais tarde evolui com opacificação. Causas infecciosas, como bactérias, fungos e herpes-vírus simples, devem ser excluídas por meio de cultura de raspado da úlcera e das margens palpebrais.

Entre os pacientes com doença reumática sistêmica e ceratite ulcerativa periférica, a taxa de mortalidade em 10 anos tem sido cerca de 40 a 50% (geralmente decorrente de infarto do miocárdio) sem tratamento e cerca de 8% com terapia citotóxica sistêmica (1); entretanto, o prognóstico é melhor agora com terapia imunossupressora.

O paciente com este tipo de úlcera deve ser prontamente encaminhado a um oftalmologista (2). Ciclofosfamida sistêmica, outros imunossupressores ou agentes biológicos como o rituximabe e etanercepte tratam a ceratite, a vasculite potencialmente fatal e a doença reumática sistêmica subjacente. O tratamento também abrange estratégias para o controle local da inflamação (p. ex., adesivo tecidual oftálmico e lentes de contato terapêuticas) e o reparo das lesões (p. ex., enxertos). Outros medicamentos que podem auxiliar no quadro são inibidores do colágeno, como tetraciclina ou colírio de n-acetilcisteína a 20%.

Referências

  1. 1. Foster CS, Forstot SL, Wilson LA. Mortality rate in rheumatoid arthritis patients developing necrotizing scleritis or peripheral ulcerative keratitis. Effects of systemic immunosuppression. Ophthalmology 91(10):1253-1263, 1984. doi: 10.1016/s0161-6420(84)34160-4

  2. 2. Hassanpour K, H ElSheikh R, Arabi A, et al: Peripheral ulcerative keratitis: A review. J Ophthalmic Vis Res 17(2):252-275, 2022. doi: 10.18502/jovr.v17i2.10797.

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