(Ver também Avaliação dos distúrbios anorretais.)
A proctite pode ser uma manifestação de
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Doenças sexualmente transmissíveis (p. ex., Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia sp)
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Determinadas infecções entéricas (p. ex., Campylobacter,Shigella,Salmonella— Introdução a bacilos gram-negativos)
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Tratamentos por radiação
Proctite associada ao uso prévio de antibióticos pode ocorrer por causa de Clostridium difficile.
Os patógenos sexualmente transmissíveis causam proctite com mais frequência em homens que fazem sexo com homens. Os pacientes imunocomprometidos são particularmente de risco de infecções por herpes simples e citomegalovírus.
Sinais e sintomas
Diagnóstico
O diagnóstico da proctite requer proctoscopia ou sigmoidoscopia, que podem revelar mucosa retal inflamada. Úlceras e vesículas pequenas e discretas sugerem infecção herpética. Esfregaços retais devem ser testados a procura de Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia sp (por cultura ou reação em cadeia da ligase), patógenos enterais (por cultura) e patógenos virais (por cultura ou imunoensaio).
São realizados exames sorológicos para sífilis e exames de fezes para toxina do C. difficile. Algumas vezes, é necessária a biópsia da mucosa.
A colonoscopia pode ser importante em alguns pacientes para descartar doença inflamatória intestinal.
Tratamento
Proctite infecciosa pode ser tratada com antibióticos. Homens que fazem sexo com homens que têm proctite inespecífica podem ser tratados empiricamente com ceftriaxona 250 mg IM dose única, mais doxiciclina 100 mg VO bid durante 7 dias. A proctite associada a antibióticos é tratada com metronidazol (250 mg VO qid) ou vancomicina (125 mg VO qid) por 7 a 10 dias.
Proctite por radiação que está sangrando costuma ser tratada inicialmente com um fármaco tópico; mas há falta de evidências da eficácia a partir de estudos bem feitos. Tratamento tópico pode ser com corticoides, como espumas (hidrocortisona, 90 mg) ou enemas (hidrocortisona, 100 mg ou metilprednisolona, 40 mg) bid, por 3 semanas ou enema de mesalamina (4 g) antes de dormir durante 3 a 6 semanas. Supositórios de mesalamina 500 mg uma vez ao dia ou bid, mesalamina 800 mg VO tid, ou sulfassalazina 500 a 1000 mg VO qid, por ≥ 3 semanas, isoladamente ou em combinação com terapia tópica, podem também ser eficazes. Os pacientes que não respondem a essas formas de terapia podem se beneficiar de um período de corticoides sistêmicos.
Pode-se utilizar terapias endoscópicas. Coagulação de plasma de argônio parece ser eficaz na redução dos sintomas pelo menos a curto prazo (≤ 6 semanas; 1). Outros métodos de coagulação incluem lasers, eletrocoagulação e sondas de calor.
Referência sobre o tratamento
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1. Hanson B, MacDonald R, Shaukat A: Endoscopic and medical therapy for chronic radiation proctopathy: A systematic review. Dis Colon Rectum 55(10):1081–1095, 2012. doi: 10.1097/DCR.0b013e3182587aef.