
(Ver também Visão geral das infecções bacterianas da pele Visão geral das infecções bacterianas da pele Infecções bacterianas da pele podem ser classificadas como infecções cutâneas e de tecidos moles (ICTM) e infecções bacterianas agudas da pele e estruturas cutâneas (IBAPEC). ICTM incluem Carbú... leia mais .)
Não se deve confundir erisipela com erisipeloide, que é uma infecção de pele causada por Erysipelothrix Erisipelotricose Erisipelotricose é infecção causada pelo bacilo Gram-positivo Erysipelothrix rhusiopathiae. A manifestação mais comum é erisipeloide, uma celulite aguda... leia mais .
Erisipela é caracterizada clinicamente por lesões em placas, elevadas, enduradas e sensíveis com margens bem delimitadas. Febre alta, calafrios e mal-estar frequentemente acompanham a erisipela. Há também uma forma bolhosa.
É, geralmente, causada por estreptococos beta-hemolíticos do grupo A (ou raramente do grupo C ou G) e ocorre com mais frequência nas pernas e face. Todavia, outras agentes têm sido incriminados, incluindo Staphylococcus aureus (incluindo S. aureus resistente à meticilina [SARM]), Klebsiella pneumoniae, Haemophilus influenzae, Escherichia coli, Staphylococcus warneri, Streptococcus pneumoniae, Streptococcus pyogenes e Moraxella spp.
A erisipela pode ser recorrente e resultar em linfedema crônico. Complicações da erisipela comuns podem ser tromboflebite, abscessos e gangrena.
Diagnóstico das erisipelas
Avaliação clínica
Hemocultura
O diagnóstico da erisipela é por seu aspecto característico; fazer hemocultura nos pacientes aparentando toxemia.
A erisipela da face deve ser diferenciada do herpes-zoster Herpes-zóster Herpes-zóster é uma infecção que resulta da reativação do vírus da varicela zóster de seu estado latente em um gânglio da raiz dorsal posterior.... leia mais , angioedema Angioedema Angioedema é o edema da derme profunda e tecidos subcutâneos. Ele geralmente é uma reação aguda mediada por mastócitos causada pela exposição a alé... leia mais
e dermatite de contato Dermatite de contato A dermatite de contato é a inflamação cutânea causada pelo contato direto com irritantes (dermatite de contato irritativa) ou alérgenos (dermatite de contato alé... leia mais
. O câncer de mama inflamatório Sinais e sintomas O câncer de mama quase sempre afeta as células glandulares mamárias nos ductos ou lóbulos. A maioria das pacientes apresenta uma massa assintomática descoberta durante... leia mais
difuso também pode ser confundido com erisipela.
Tratamento de erisipela
Antibióticos orais ou IV
Antibióticos de escolha para erisipelas incluem ( 1 Referência sobre o tratamento Erisipela é um tipo de celulite superficial com acometimento dos linfáticos dérmicos. O diagnóstico é clínico. O tratamento é com antibióticos por via... leia mais ):
Terapia oral de rotina de primeira linha: penicilina V, 500 mg 4 vezes ao dia por ≥ 2 semanas.
Terapia oral alternativa (p. ex., para pacientes alérgicos à penicilina): eritromicina 500 mg por via oral 4 vezes ao dia, por 10 dias (mas a resistência a macrolídios nos estreptococos está aumentando)
Tratamento parenteral de primeira linha (para os casos graves): penicilina G 1,2 milhão de unidades IV a cada 6 horas, seguida de tratamento oral após 36 a 48 horas com penicilina V 500 mg 4 vezes ao dia
Tratamento parenteral alternativo (em caso de alergia à penicilina): ceftriaxona 1 g IV a cada 24 horas ou cefazolina 1 a 2 g IV a cada 8 horas, seguida de tratamento oral após 36 a 48 horas com eritromicina 500 mg 4 vezes ao dia por 5 a 10 dias
Infecções por S. aureus sensíveis à meticilina: dicloxacilina, 500 mg por via oral 4 vezes ao dia, por 10 dias
A duração do tratamento é determinada principalmente pela resposta clínica, em vez de haver um intervalo fixo.
Na Europa têm sido constatados bons resultados com pristinamicina e roxitromicina em casos de erisipela.
SARM não é comum em pacientes com erisipela; adicionar antibióticos com cobertura para SARM geralmente tem benefício adicional limitado. Entretanto, se SARM for identificado por meio de cultura ou se existir forte suspeita de SARM, pode-se adicionar um antibiótico apropriado, como clindamicina, sulfametoxazol/trimetoprima, linezolida, doxiciclina ou vancomicina.
Repouso no leito e a elevação das pernas são úteis para a erisipela. O desconforto local deve ser aliviado com compressas frias e analgésicos. Infecções fúngicas nos pés representam a porta de entrada para a infecção, portanto precisam ser tratadas para evitar recidivas. O tratamento de compressão (usando, por exemplo, curativo com bota de Unna e meias de compressão) também pode ajudar a tratar as erisipelas nos membros inferiores.
Referência sobre o tratamento
1. Brindle R, Williams OM, Barton E, Featherstone P: Assessment of antibiotic treatment of cellulitis and erysipelas: A systematic review and meta-analysis. JAMA Dermatol 155(9):1033–1040, 2019. doi: 10.1001/jamadermatol.2019.0884
Pontos-chave
Considerar erisipela em caso de placas brilhantes, elevadas, enduradas e sensíveis que têm margens distintas, particularmente se houver sinais sistêmicos (p. ex., febre, calafrios, mal-estar).
Tratar a erisipela com penicilina oral ou, em pacientes alérgicos à penicilina, eritromicina; em casos graves, utilizar penicilina parenteral ou, em pacientes alérgicos à penicilina, ceftriaxona ou cefazolina.
Tratar infecções por S. aureus sensíveis à meticilina com dicloxacilina, mas tratar suspeita de SARM com clindamicina oral ou sulfametoxazol/trimetoprima ou vancomicina ou linezolida parenteral.