Síndrome de Reye

(Síndrome de Reye)

PorM. Cristina Victorio, MD, Akron Children's Hospital
Revisado porAlicia R. Pekarsky, MD, State University of New York Upstate Medical University, Upstate Golisano Children's Hospital
Revisado/Corrigido: modificado abr. 2025
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A síndrome de Reye é uma doença muito rara, mas potencialmente fatal, que causa inflamação e inchaço do cérebro e degeneração e perda da função hepática.

  • A causa da síndrome de Reye é desconhecida, mas ela pode ser desencadeada por uma infecção viral e pelo uso de aspirina.

  • A criança normalmente apresenta sintomas de uma infecção viral e, depois, náusea grave, vômitos, confusão e letargia, às vezes seguidos de coma.

  • O diagnóstico é feito com base em alterações súbitas no estado mental da criança e no resultado de exames de sangue e de uma biópsia hepática.

  • O tratamento envolve medidas para diminuir a pressão sobre o cérebro.

  • O prognóstico depende da duração e da gravidade dos efeitos sobre o cérebro.

A causa da síndrome de Reye é desconhecida, apesar de ela ocorrer geralmente depois de uma infecção por determinados vírus, como os da influenza (gripe) ou catapora, sobretudo em crianças que tomam aspirina durante essas infecções. Devido a esse aumento no risco de desencadear a síndrome de Reye, aspirina não é recomendada para crianças, exceto para o tratamento da doença de Kawasaki.

Agora que o uso da aspirina diminuiu e a catapora é menos comum por causa da vacinação, apenas cerca de uma criança apresenta síndrome de Reye por ano nos Estados Unidos.

A síndrome ocorre principalmente em crianças com menos de 18 anos.

Nos Estados Unidos, a maioria dos casos ocorre no final do outono e no inverno.

Sintomas da síndrome de Reye

A síndrome de Reye varia amplamente quanto à gravidade.

A síndrome começa com os sintomas de uma infecção viral, como de uma infecção das vias respiratórias superiores, gripe, ou às vezes varicela. Após cinco a sete dias, a criança desenvolve náusea e vômitos muito intensos. Em um dia, a criança fica lenta (letárgica), confusa, desorientada e agitada. Essas alterações no estado mental da criança são causadas por um aumento na pressão dentro do crânio (pressão intracraniana) e, às vezes, são seguidas por convulsões, coma e morte.

Em algumas crianças, o fígado não funciona corretamente, o que pode causar problemas de coagulação e um acúmulo de amônia no sangue.

Diagnóstico da síndrome de Reye

  • Exames laboratoriais e por imagem

  • Biópsia do fígado

O médico suspeita da presença de síndrome de Reye em crianças que subitamente apresentam alterações no estado mental e vômitos.

Análise laboratorial
Análise laboratorial

Para confirmar o diagnóstico de síndrome a Reye e descartar outros distúrbios, como determinados distúrbios metabólicos hereditários, o médico faz exames de sangue e costuma coletar uma amostra do tecido do fígado com uma pequena agulha (biópsia hepática).

O médico faz uma tomografia computadorizada (TC) ou uma ressonância magnética (RM) da cabeça e pode também fazer uma punção lombar para coletar líquido cefalorraquidiano para exames adicionais.

Depois que o diagnóstico é confirmado, o nível de gravidade é determinado como sendo de estágio 1 (mais baixo) até estágio 5 (mais elevado), com base nos sintomas.

Tratamento da síndrome de Reye

  • Medidas para diminuir a pressão cerebral

Não existe tratamento específico para a síndrome de Reye.

A criança será internada no hospital e admitida unidade de terapia intensiva. Para reduzir o inchaço e a pressão dentro do cérebro, é possível que o médico coloque um tubo na traqueia (intubação endotraqueal), restrinja os fluidos, eleve a cabeceira da cama e administre medicamentos (como o manitol), que força o corpo a liberar água.

O médico administra dextrose para manter uma concentração normal de açúcar (glicose) no sangue.

Ocasionalmente, o médico coloca um dispositivo de medição da pressão dentro da cabeça para monitorar o aumento da pressão cerebral.

Crianças com problemas de sangramento podem receber vitamina K ou plasma fresco congelado para melhorar sua função de coagulação.

Prognóstico da síndrome de Reye

O prognóstico da criança depende de quanto tempo e quão gravemente o cérebro foi afetado, de a doença ter ou não progredido para coma, de quão grave foi o aumento da pressão cerebral e de qual a concentração de amônia no sangue.

Muitas crianças que sobrevivem à fase aguda da doença se recuperam completamente e a síndrome de Reye raramente afeta uma criança duas vezes. Contudo, a criança que teve sintomas mais graves pode apresentar sinais de danos cerebrais no futuro, como deficiência intelectual, transtorno convulsivo ou fraqueza muscular. Movimentos musculares anormais ou danos a nervos específicos também podem ocorrer.

A síndrome de Reye é fatal em cerca de 21% das crianças afetadas, mas isso varia, dependendo de a síndrome ser leve (estágio 1) ou grave (estágio 4 ou 5).

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