
Os hormônios contraceptivos podem ser
Tomados por via oral (contraceptivos orais)
Inseridos na vagina (anéis vaginais)
Aplicados na pele (adesivo)
Implantados sob a pele
Injetados no músculo
Os hormônios utilizados para evitar a concepção incluem o estrogênio e as progestinas (medicamentos semelhantes ao hormônio progesterona). O estrogênio e as progestinas são os principais hormônios envolvidos no ciclo menstrual. Os métodos hormonais previnem a gravidez, impedindo principalmente a liberação dos óvulos pelos ovários ou mantendo a densidade do muco no colo do útero elevada para que os espermatozoides não atravessem o colo do útero para o útero. Desse modo, os métodos hormonais evitam que o óvulo seja fertilizado.
Todos os métodos hormonais podem ter efeitos colaterais e restrições de uso similares.
Contraceptivos orais
Os contraceptivos orais, frequentemente conhecidos como pílula anticoncepcional ou apenas "pílula", contêm hormônios combinados, seja uma combinação de progestina e estrogênio ou uma progestina sozinha.
Os comprimidos combinados (comprimidos que contêm tanto o estrogênio como a progestina) costumam ser tomados uma vez por dia durante 21 ou 24 dias, sendo interrompidos por quatro a sete dias (permitindo que a menstruação ocorra) e então reiniciados. Comprimidos inativos (placebo) costumam ser tomados durante os dias em que os comprimidos combinados não são tomados para estabelecer o hábito de tomar um comprimido uma vez por dia. O comprimido inativo pode conter ferro e ácido fólico. O ferro é incluído para ajudar a evitar ou tratar a deficiência de ferro, pois há perda de ferro no sangue menstrual todos os meses. O ácido fólico é incluído caso uma mulher que tenha deficiência de ácido fólico não detectada fique grávida. A deficiência de ácido fólico em gestantes aumenta o risco de ocorrerem defeitos congênitos, como espinha bífida Defeitos do tubo neural e espinha bífida Os defeitos do tubo neural são um tipo específico de defeito congênito do cérebro, da coluna vertebral e/ou da medula espinhal. Os defeitos do tubo neural podem causar lesões nervosas, dificuldades... leia mais .
Outros contraceptivos combinados têm diferentes programações. Um tipo é tomado diariamente por 12 semanas, depois não é tomado por uma semana. Assim, as menstruações ocorrem apenas quatro vezes ao ano. Outro tipo envolve tomar um comprimido ativo todos os dias. Com este tipo, não há sangramento programado (ausência de menstruações), mas há maior probabilidade de ocorrer sangramento irregular.
Aproximadamente 0,3% das mulheres que tomam comprimidos combinados conforme indicado engravidam durante o primeiro ano de uso. Contudo, a possibilidade de ficar grávida aumenta significativamente se a mulher pular um dia de pílula, especialmente as dos primeiros dias do ciclo mensal. Aproximadamente 9% das mulheres engravidam durante o primeiro ano de uso típico (a maneira pela qual a maioria das pessoas utiliza o método).
A dose de estrogênio em comprimidos combinados varia. Em comprimidos combinados, a dose de estrogênio varia entre 10 a 35 microgramas. Mulheres saudáveis que não fumam podem tomar os comprimidos combinados de baixa dose até a menopausa.
Se a mulher pular um contraceptivo combinado um dia, ela deve tomar dois comprimidos no dia seguinte. Se ela se esquecer de tomar um comprimido por dois dias, ela deve voltar a tomar um comprimido por dia e deve usar um método contraceptivo de apoio pelos próximos sete dias. Se a mulher se esquecer de tomar um comprimido por dois dias e tiver tido relações sexuais sem proteção nos cinco dias anteriores a esses dois dias, a utilização de contracepção de emergência Contracepção de emergência A contracepção de emergência é usada após ter tido relações sexuais sem proteção ou após uma ocasião em que um método contraceptivo falha (por exemplo, quando um preservativo se rompe). A contracepção... leia mais pode ser uma opção.
Os comprimidos apenas com progestina são tomados em todos os dias do mês no mesmo horário. Eles frequentemente causam sangramento irregular. As taxas de gravidez desses comprimidos e dos comprimidos combinados são semelhantes. Os comprimidos apenas com progestina geralmente são receitados quando pode ser prejudicial tomar estrogênio. Por exemplo, esses comprimidos podem ser usados por mulheres que têm enxaquecas com aura (sintomas que ocorrem antes da dor de cabeça), hipertensão arterial ou diabetes grave (consulte Quadros clínicos que proíbem o uso de contraceptivos orais combinados Quadros clínicos que proíbem o uso de anticoncepcionais orais combinados Os hormônios contraceptivos podem ser Tomados por via oral (contraceptivos orais) Inseridos na vagina (anéis vaginais) Aplicados na pele (adesivo) Implantados sob a pele leia mais ). Se mais que 27 horas tiverem passado entre os comprimidos, a mulher deve usar um método contraceptivo de apoio pelos próximos sete dias, além de tomar o contraceptivo apenas com progestina diariamente.
Como começar a tomar contraceptivos orais
Antes de iniciar os contraceptivos orais, a mulher deve consultar um médico. O médico pergunta à mulher sobre o histórico médico, social e familiar para determinar se ela tem problemas de saúde que poderiam tornar arriscado tomar esses contraceptivos. Ele mede então a pressão arterial. Se estiver elevada, contraceptivos orais combinados (estrogênio mais uma progestina) não devem ser receitados. É possível que seja feito um exame de gravidez para descartar a possibilidade de gravidez. Os médicos também costumam realizar um exame físico, embora ele não seja necessário antes de a mulher começar a tomar o contraceptivo oral. Três meses depois do início dos contraceptivos orais, a mulher deve submeter-se a um novo exame para verificar se a sua pressão arterial mudou. Se não tiver mudado, ela deve realizar um exame uma vez por ano. Os contraceptivos orais podem ser receitados durante 13 meses por vez.
A mulher pode começar a tomar contraceptivos orais a qualquer momento no mês. No entanto, se ela começar a tomá-los depois do quinto dia após o primeiro dia da menstruação, ela deve usar um método contraceptivo de apoio pelos próximos sete dias, além de tomar o contraceptivo oral.
A época em que a mulher pode começar a tomar contraceptivos orais combinados depois de uma gravidez varia:
Depois de um aborto espontâneo ou aborto ocorridos no primeiro trimestre da gravidez: Iniciar imediatamente
Depois de um aborto espontâneo, parto ou um aborto ocorrido no segundo trimestre da gestação: Iniciar no prazo de uma semana, se ela não tiver outros fatores de risco para coágulos sanguíneos (por exemplo, tabagismo, diabetes ou hipertensão arterial)
No caso de parto após a 28.ª semana: Aguardar 21 dias (aguardar 42 dias se a mulher estiver amamentando ou tiver fatores de risco para coágulos sanguíneos, incluindo parto por cesariana)
A mulher com fatores de risco para ter coágulos sanguíneos deve esperar, pois coágulos sanguíneos têm mais propensão a surgir durante a gravidez e após o parto. Tomar contraceptivos orais combinados também aumenta a probabilidade de coágulos sanguíneos.
Contraceptivos orais apenas com progestina podem ser tomados imediatamente após o parto.
É improvável que a maioria das mulheres que recentemente tiveram um filho, estão exclusivamente amamentado e ainda não tiveram a menstruação engravide nos seis meses seguintes ao parto, mesmo quando nenhum método contraceptivo esteja sendo usado. No entanto, geralmente é recomendado começar a usar um método contraceptivo no prazo de três meses após o parto.
Se a mulher tiver doença arterial coronariana Considerações gerais sobre a doença arterial coronariana (DAC) A doença arterial coronariana é um quadro clínico no qual o suprimento de sangue para o músculo cardíaco é bloqueado parcial ou completamente. O músculo cardíaco precisa de um fornecimento constante... leia mais ou diabetes Diabetes mellitus (DM) O diabetes mellitus é uma doença na qual o organismo não produz uma quantidade suficiente de insulina ou não responde normalmente à insulina, fazendo com que o nível de açúcar (glicose) no sangue... leia mais ou tiver fatores de risco para essas doenças (por exemplo, parente próximo com uma dessas doenças), um exame de sangue costuma ser feito para medir os níveis de colesterol, outras gorduras (lipídios) e açúcar (glicose) antes de um contraceptivo combinado ser receitado. Mesmo que esses níveis estejam alterados, é possível que o médico ainda receite um contraceptivo combinado de estrogênio de baixa dose. Porém, ele faz exames de sangue regulares para monitorar os níveis de lipídios e glicose da mulher. Mulheres com diabetes normalmente podem tomar contraceptivos orais combinados, a menos que o diabetes tenha danificado os vasos sanguíneos ou o diabetes já se prolonga por mais de 20 anos.
Se a mulher tiver um distúrbio hepático, o médico faz exames para avaliar o funcionamento do fígado. Se o resultado for normal, a mulher pode tomar contraceptivos orais.
Ainda, antes de começar a tomar contraceptivos orais, a mulher deve conversar com o médico sobre as vantagens e as desvantagens do método contraceptivo para a sua situação.
Vantagens
A principal vantagem dos contraceptivos orais (pílulas anticoncepcionais) é que eles proporcionam contracepção confiável e contínua se forem tomados conforme instruído.
Além disso, tomar contraceptivos orais reduz a ocorrência de:
Transtorno disfórico pré-menstrual Transtorno disfórico pré-menstrual Uma breve discussão sobre o transtorno do luto persistente. A depressão é um sentimento de tristeza e/ou diminuição do interesse ou prazer em realizar atividades que se torna um transtorno quando... leia mais (a forma grave da síndrome pré-menstrual)
Sangramento uterino anômalo Sangramento uterino anômalo (SUA) O sangramento uterino anômalo é o sangramento vaginal que ocorre com frequência ou de forma irregular ou dura mais tempo ou seu fluxo é mais abundante que as menstruações normais. O tipo mais... leia mais
em virtude de disfunção ovulatória (o sangramento anômalo decorrente de alterações no controle hormonal da menstruação)
Infecção das trompas de Falópio
O risco de ter câncer de útero e câncer de ovário permanece reduzido por, no mínimo, 20 anos após a interrupção dos contraceptivos. Os contraceptivos orais causam uma redução de 60% no risco de ter câncer do útero Câncer do útero O tipo de câncer do útero mais comum se desenvolve no revestimento do útero (endométrio) e é denominado câncer de endométrio. O câncer de endométrio geralmente afeta mulheres após a menopausa... leia mais após, no mínimo, dez anos de uso e uma redução de aproximadamente 50% no risco de ter câncer de ovário Câncer de ovário, câncer das trompas de Falópio e câncer de peritônio O câncer de ovário é o câncer dos ovários. Ele está relacionado ao câncer das trompas de Falópio, que se desenvolve nas trompas que vão dos ovários ao útero, e ao câncer de peritônio, que é... leia mais , após terem sido tomados por cinco anos, e uma redução de 80% após terem sido tomados por dez anos ou mais.
Contraceptivos orais tomados no início da gravidez não prejudicam o feto. Porém, eles devem ser interrompidos assim que a mulher perceber que está grávida. Os contraceptivos orais não têm qualquer efeito de longo prazo sobre a fertilidade, embora a mulher possa não liberar um óvulo (ovular) durante alguns meses depois de interromper o medicamento.
Desvantagens
As desvantagens dos contraceptivos orais (pílulas anticoncepcionais) podem incluir efeitos colaterais incômodos.
Sangramento intermenstrual é comum nos primeiros meses de uso de contraceptivo oral, especialmente em mulheres que se esquecem de tomar os comprimidos, mas geralmente para depois que o organismo se ajusta aos hormônios. O sangramento intermenstrual é o sangramento que ocorre entre as menstruações quando a mulher está tomando a pílula ativa. Se o sangramento intermenstrual persistir, é possível que o médico aumente a dose de estrogênio.
Alguns efeitos colaterais estão relacionados ao estrogênio nos comprimidos. Essas reações podem incluir náuseas, inchaço, retenção de líquidos, aumento da pressão arterial, sensibilidade das mamas e enxaquecas. Outras como, por exemplo, acne e mudanças no apetite e no humor, estão principalmente relacionadas com o tipo ou a dose de progestina. Algumas mulheres que tomam contraceptivos orais ganham de 1,3 a 2,2 kg porque elas retêm líquido ou seu apetite aumenta. Muitos desses efeitos colaterais são incomuns com comprimidos de baixa dose.
Os contraceptivos orais também podem causar vômitos, dores de cabeça e problemas para dormir.
Em algumas mulheres, os contraceptivos orais provocam manchas escuras na face (melasma), semelhantes às que às vezes surgem durante a gravidez. A exposição ao sol escurece ainda mais as manchas. O médico geralmente interrompe o uso dos contraceptivos orais caso surjam manchas escuras. As manchas lentamente se apagam depois da interrupção dos contraceptivos.
Tomar contraceptivos orais aumenta o risco de ter algumas doenças.
O risco de apresentar coágulos sanguíneos nas veias Trombose venosa profunda (TVP) A trombose venosa profunda se caracteriza pela formação de coágulos de sangue (trombos) nas veias profundas, geralmente nas pernas. Coágulos de sangue podem se formar em veias lesionadas, um... leia mais pode aumentar entre duas a quatro vezes para mulheres que tomam contraceptivos orais combinados, em comparação ao seu risco antes de começar a tomar os contraceptivos. Uma avaliação mais aprofundada é necessária se a mulher tiver um distúrbio que causa a formação de coágulos sanguíneos ou tiver familiares que tiveram coágulos sanguíneos. Existe a possibilidade de que essa mulher não possa tomar contraceptivos orais que contenham estrogênio. Se uma mulher que está tomando contraceptivos orais apresentar inchaço em uma perna, dor torácica ou falta de ar, ela deve consultar um médico imediatamente. Os contraceptivos serão suspensos imediatamente caso o médico suspeite que a mulher que está tomando contraceptivos orais está com trombose venosa profunda Trombose venosa profunda (TVP) A trombose venosa profunda se caracteriza pela formação de coágulos de sangue (trombos) nas veias profundas, geralmente nas pernas. Coágulos de sangue podem se formar em veias lesionadas, um... leia mais
(um coágulo que geralmente ocorre na perna) ou embolia pulmonar Embolia pulmonar (EP) A embolia pulmonar é a obstrução de uma artéria do pulmão (artéria pulmonar) pelo acúmulo de material sólido trazido através da corrente sanguínea (êmbolo), geralmente um coágulo de sangue ... leia mais (um coágulo no pulmão). Exames são então realizados para confirmar o diagnóstico.
Cirurgia aumenta o risco de coágulos sanguíneos; portanto, a mulher deve parar de tomar contraceptivos orais antes de realizar um procedimento cirúrgico. Ela deve perguntar ao médico quando deve parar e reiniciar as pílulas anticoncepcionais. Movimento limitado (imobilidade) devido a uma lesão ou viagem também aumenta o risco de formação de coágulos sanguíneos. Assim, se os movimentos da mulher forem limitados, ela deve tentar se mover o máximo possível ou tomar outras medidas para prevenir a formação de coágulos sanguíneos. Por exemplo, a mulher pode elevar as pernas, flexionar e estender os tornozelos cerca de dez vezes a cada 30 minutos e/ou caminhar e alongar a cada duas horas durante a viagem.
Mulheres que usam contraceptivos orais por mais de cinco anos têm uma probabilidade levemente maior de ter câncer do colo do útero Câncer do colo do útero O câncer do colo do útero se desenvolve no colo do útero (a parte inferior do útero). A maioria dos tipos de câncer do colo do útero é causada por uma infecção pelo papilomavírus humano (HPV)... leia mais . Mas 10 anos após a interrupção do uso, o risco diminui para o que era antes de começar a tomar contraceptivos orais. Ainda, não está claro se o risco aumentado está relacionado aos contraceptivos orais. Mulheres que estejam tomando contraceptivos orais devem realizar exames de Papanicolau Exames preventivos para câncer do colo do útero Às vezes, os médicos recomendam exames preventivos, que são exames feitos para procurar distúrbios em pessoas assintomáticas. Se a mulher tiver sintomas relacionados ao aparelho reprodutor ... leia mais
de acordo com as recomendações do médico. Esses exames podem detectar alterações pré-cancerosas no colo do útero precocemente, antes que levem a câncer.
Se a mulher tiver tido icterícia Icterícia em adultos Na icterícia, a pele e a parte branca dos olhos ficam amareladas. Ela ocorre quando há excesso de bilirrubina (um pigmento amarelo) no sangue - uma condição denominada hiperbilirrubinemia. ... leia mais devido a um movimento lento ou reduzido da bile através dos dutos biliares (colestase Colestase A colestase consiste em uma diminuição ou interrupção do fluxo biliar. A bile é o líquido digestivo produzido pelo fígado. Os distúrbios do fígado, duto biliar ou pâncreas podem provocar colestase... leia mais ) durante uma gravidez anterior, é possível que ela tenha o mesmo problema quando tomar contraceptivos orais. Elas ainda podem estar aptas a tomar contraceptivos orais, mas devem realizar exames regulares e fazer exames de sangue para verificar se o problema está presente. Porém, se elas tiveram icterícia quando tomaram contraceptivos orais no passado, elas não devem tomá-los novamente.
Cálculos biliares Cálculos biliares Os cálculos biliares são depósitos de material sólido (predominantemente de cristais de colesterol) na vesícula biliar. O fígado pode secretar muito colesterol, que é transportado com a bile... leia mais não são mais propensos a se formarem em mulheres que tomam contraceptivos orais de baixa dose.
O risco de ter um ataque cardíaco Síndromes coronarianas agudas (ataque cardíaco; infarto do miocárdio; angina instável) Síndromes coronarianas agudas são o resultado de um bloqueio repentino em uma artéria coronariana. Esse bloqueio provoca angina instável ou um ataque cardíaco (infarto do miocárdio) dependendo... leia mais é maior em mulheres fumantes, com mais de 35 anos, que usam contraceptivos orais. Normalmente, essas mulheres não devem usar contraceptivos orais.
Se a mulher tiver níveis de triglicerídeos (um tipo de gordura) elevados Dislipidemia Dislipidemia significa um nível elevado de lipídios (colesterol, triglicerídeos ou ambos) ou um nível baixo de colesterol do tipo lipoproteína de alta densidade (HDL). O estilo de vida, a genética... leia mais , tomar contraceptivos orais combinados pode aumentar ainda mais esse nível. Um nível de triglicerídeos alto pode aumentar o risco de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral em pessoas com outros fatores de risco para essas doenças. Contraceptivos orais aumentam o risco de coágulos sanguíneos (que também podem contribuir para ataques cardíacos e derrames). Assim, mulheres com alto nível de triglicerídeos não devem tomar contraceptivos orais combinados.
Em casos raros, surge um tumor hepático não canceroso (adenoma hepatocelular Adenoma hepatocelular Um adenoma hepatocelular é um tumor hepático benigno relativamente raro que pode ser confundido com câncer. Raramente, ele se rompe e sangra ou se torna canceroso. (Veja também Considerações... leia mais ). Uma cirurgia de emergência é necessária caso ocorra a ruptura repentina desse tumor e ele sangre para dentro da cavidade abdominal. No entanto, esse tipo de sangramento é raro. Tomar contraceptivos orais por um longo período e em altas doses aumenta o risco de ter esse tumor. O tumor geralmente desaparece depois que a mulher para de tomar os contraceptivos orais.
Tomar certos medicamentos pode reduzir a eficácia dos contraceptivos orais. Esses medicamentos incluem os seguintes:
Alguns medicamentos anticonvulsivantes Medicamentos anticonvulsivantes Nas doenças convulsivas, a atividade elétrica cerebral é periodicamente alterada, derivando, em algum grau, de uma disfunção transitória do cérebro. Muitas pessoas têm sensações estranhas logo... leia mais (principalmente a fenitoína, a carbamazepina, a primidona, o topiramato e a oxcarbazepina)
Uma determinada combinação de medicamentos usados para tratar a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana Tratamento antirretroviral da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) Os medicamentos antirretrovirais usados para tratar a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) têm por objetivo: Reduzir a quantidade de RNA do HIV (carga viral) no sangue até um... leia mais (HIV) (ritonavir mais outro inibidor de protease)
Os antibióticos rifampicina e rifabutina
Se uma mulher que estiver tomando contraceptivos orais também precisar tomar algum desses medicamentos, ela deve usar outro método contraceptivo durante o uso do medicamento até a primeira menstruação após a interrupção do medicamento. A mulher não deve tomar lamotrigina (um medicamento anticonvulsivante) em conjunto com anticoncepcionais orais. Contraceptivos orais podem tornar a lamotrigina menos eficaz no controle de convulsões.
Quadros clínicos que proíbem o uso de anticoncepcionais orais combinados
A mulher não deve tomar contraceptivos orais combinados (comprimidos que contêm estrogênio e uma progestina) se alguma das condições a seguir estiver presente:
A mulher não deve tomá-los no prazo de 21 dias após ter um bebê ou, se tiver fatores de risco para ter coágulos sanguíneos, no prazo de 42 dias após ter um bebê. Fatores de risco incluem obesidade e parto por cesariana.
Fumar mais de 15 cigarros por dia e ter mais de 35 anos.
Ter hepatite Considerações gerais sobre a hepatite viral aguda A hepatite viral aguda é uma inflamação do fígado, normalmente significando uma inflamação provocada por infecção por um dos cinco vírus da hepatite. Na maioria das pessoas, a inflamação começa... leia mais , cirrose Cirrose hepática Cirrose é a distorção disseminada da estrutura interna do fígado que ocorre quando uma grande quantidade de tecido hepático normal é permanentemente substituída por tecido cicatricial não funcional... leia mais
que esteja causando problemas (por exemplo, confusão) ou tumor hepático Considerações gerais sobre tumores no fígado Os tumores hepáticos podem ser não cancerosos (benignos) ou cancerosos (malignos). Os tumores hepáticos malignos classificam-se em primários (os que têm origem no fígado) ou metastáticos (os... leia mais .
Ter crises de enxaqueca Enxaquecas Uma cefaleia de enxaqueca é geralmente uma dor pulsátil ou latejante que varia de moderada a grave. Ela pode afetar um ou ambos os lados da cabeça. Frequentemente, é agravada pela atividade... leia mais e mais de 35 anos ou ter enxaquecas com aura (sintomas que ocorrem antes da dor de cabeça, por exemplo, ver luzes trêmulas, cintilantes ou intermitentes ou ter sensações incomuns na pele).
Ter níveis de triglicerídeos muito elevados.
Ter tido diabetes Diabetes mellitus (DM) O diabetes mellitus é uma doença na qual o organismo não produz uma quantidade suficiente de insulina ou não responde normalmente à insulina, fazendo com que o nível de açúcar (glicose) no sangue... leia mais por mais de 20 anos ou ter diabetes que tenha danificado vasos sanguíneos, como os vasos nos olhos (causando perda da visão).
Ter coágulos sanguíneos nas pernas (trombose venosa profunda Trombose venosa profunda (TVP) A trombose venosa profunda se caracteriza pela formação de coágulos de sangue (trombos) nas veias profundas, geralmente nas pernas. Coágulos de sangue podem se formar em veias lesionadas, um... leia mais
) ou nos pulmões (embolia pulmonar Embolia pulmonar (EP) A embolia pulmonar é a obstrução de uma artéria do pulmão (artéria pulmonar) pelo acúmulo de material sólido trazido através da corrente sanguínea (êmbolo), geralmente um coágulo de sangue ... leia mais ).
Ter doença arterial coronariana Considerações gerais sobre a doença arterial coronariana (DAC) A doença arterial coronariana é um quadro clínico no qual o suprimento de sangue para o músculo cardíaco é bloqueado parcial ou completamente. O músculo cardíaco precisa de um fornecimento constante... leia mais
.
Ter uma valvulopatias Considerações gerais sobre valvulopatias As válvulas cardíacas regulam o fluxo sanguíneo através das quatro câmaras do coração – duas câmaras circulares pequenas superiores (átrios) e duas câmaras maiores em formato de cone inferiores... leia mais
que esteja causando problemas.
Ter tido lesão cardíaca durante uma gravidez anterior (um quadro clínico denominado cardiomiopatia periparto Cardiomiopatia periparto A maioria das mulheres com doenças cardiovasculares, incluindo alguns tipos de valvulopatia (por exemplo, prolapso da válvula mitral) e alguns defeitos congênitos do coração, podem dar à luz... leia mais ).
Ter um órgão transplantado que esteja causando problemas.
Ter um distúrbio da vesícula biliar Considerações gerais sobre distúrbios da vesícula biliar e dutos biliares O fígado produz a bile, um líquido amarelo esverdeado, espesso e pegajoso. A bile ajuda na digestão ao facilitar a absorção de colesterol, gorduras e vitaminas lipossolúveis no intestino. A... leia mais
ou ter tido icterícia Icterícia em adultos Na icterícia, a pele e a parte branca dos olhos ficam amareladas. Ela ocorre quando há excesso de bilirrubina (um pigmento amarelo) no sangue - uma condição denominada hiperbilirrubinemia. ... leia mais
devido a colestase Colestase A colestase consiste em uma diminuição ou interrupção do fluxo biliar. A bile é o líquido digestivo produzido pelo fígado. Os distúrbios do fígado, duto biliar ou pâncreas podem provocar colestase... leia mais (fluxo biliar lento ou reduzido) enquanto tomava contraceptivos orais anteriormente.
Ter lúpus (lúpus eritematoso sistêmico Lúpus eritematoso sistêmico (LES) O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença inflamatória autoimune crônica do tecido conjuntivo, que pode envolver as articulações, rins, pele, membranas mucosas e paredes dos vasos sanguíneos... leia mais
) ativo ou fatores de risco para ter coágulos sanguíneos relacionados ao lúpus.
Outras considerações
Contraceptivos orais não causam aumento, ou possivelmente um pequeno aumento, no risco de câncer de mama em mulheres que estão tomando atualmente ou que os tomaram nos últimos anos.
No caso de mulheres saudáveis que não fumam, tomar comprimidos combinados de doses baixas de estrogênio não aumenta o risco de acidente vascular cerebral ou ataque cardíaco.
Adesivos cutâneos e anéis vaginais anticoncepcionais
Os adesivos cutâneos e os anéis vaginais contêm estrogênio e uma progestina. Eles devem ser usados por três semanas, então não utilizados por uma semana para permitir a menstruação. Se a mulher não começar a usar o adesivo ou anel durante os primeiros cinco dias da menstruação, ela deve utilizar um método contraceptivo de apoio durante os primeiros sete dias de uso do adesivo ou anel.
Os adesivos cutâneos e anéis vaginais anticoncepcionais são eficazes. Aproximadamente 0,3% das mulheres que usam um desses métodos de acordo com as instruções engravidam durante o primeiro ano de uso. Aproximadamente 9% engravida durante o primeiro ano de uso típico (a maneira pela qual a maioria das pessoas utiliza o método). A eficácia é similar à dos contraceptivos orais. O adesivo pode ser menos eficaz em mulheres com excesso de peso que em mulheres com peso mais baixo.
As mulheres são mais propensas a usar o adesivo ou anel conforme indicado em comparação com os contraceptivos orais.
Manchas de sangue ou sangramento episódico são incomuns quando o adesivo ou anel é usado. Quanto mais tempo a mulher usar o contraceptivo transdérmico ou de anel, mais frequente será a ocorrência de sangramento irregular.
Adesivos cutâneos
Um adesivo cutâneo anticoncepcional é colado à pele. Ele deve ser deixado no lugar por uma semana, então removido e substituído por um novo, que deve ser colocado em um lugar diferente da pele. Um novo adesivo é aplicado uma vez por semana (no mesmo dia de cada semana) por três semanas, seguido por uma semana sem uso do adesivo.
Se mais que dois dias tiverem passado sem usar o adesivo, a mulher deve usar um método contraceptivo de apoio durante sete dias além do adesivo. Se dois dias tiverem se passado e a mulher tiver tido relações sexuais sem proteção nos cinco dias anteriores a esses dois dias, a utilização de contracepção de emergência Contracepção de emergência A contracepção de emergência é usada após ter tido relações sexuais sem proteção ou após uma ocasião em que um método contraceptivo falha (por exemplo, quando um preservativo se rompe). A contracepção... leia mais pode ser uma opção.
Exercícios e saunas ou banhos quentes de banheira não provocam a queda dos adesivos.
O adesivo pode ser menos eficaz em mulheres que pesam mais de 89 kg ou têm um índice de massa corporal Obesidade (IMC) de 30 ou mais.
Manchas de sangue ou sangramento intermenstrual (entre as menstruações) são raros. Quanto mais tempo a mulher usar o adesivo, mais frequente será a ocorrência de sangramento irregular.
A pele sob e ao redor do adesivo pode ficar irritada.

Anéis vaginais
O anel vaginal é um pequeno dispositivo flexível, macio e transparente que é inserido na vagina.
Há dois tipos de anéis disponíveis:
Um que deve ser substituído todo mês
Um que deve ser substituído apenas uma vez por ano
Os dois tipos permanecem no lugar por três semanas e depois são retirados por uma semana para permitir a menstruação.
A mulher pode ela própria introduzir e remover o anel. O anel é comercializado em tamanho único e pode ser colocado em qualquer parte da vagina.
É possível que mulher queira remover o anel vaginal antes de completar três semanas. Contudo, se o anel for removido por mais de três horas, a mulher deve usar um método contraceptivo de apoio durante sete dias além do anel.
Geralmente, o parceiro não sente o anel vaginal durante a relação sexual. O anel não se dissolve e não pode ser empurrado muito para cima.
Efeitos colaterais
Se a mulher usar um adesivo ou anel por três semanas (substituindo-o a cada semana), seguido por uma semana sem uso de adesivo ou anel, ela geralmente terá uma menstruação regular. Manchas de sangue ou sangramento intermenstrual (entre as menstruações) são raros. Quanto mais tempo a mulher usar o anel, mais frequente será a ocorrência de sangramento irregular.
Os efeitos colaterais Desvantagens Os hormônios contraceptivos podem ser Tomados por via oral (contraceptivos orais) Inseridos na vagina (anéis vaginais) Aplicados na pele (adesivo) Implantados sob a pele leia mais , os efeitos sobre o risco de haver distúrbios e as limitações de uso são semelhantes aos dos contraceptivos combinados orais.
Implantes contraceptivos
Um implante contraceptivo é uma única haste de tamanho ajustado contendo progestina. O implante libera progestina lentamente na corrente sanguínea. A eficácia do tipo de implante disponível nos Estados Unidos é de três anos e, possivelmente, até cinco anos.
Apenas uma pequena porcentagem (0,05%) das mulheres engravida durante o primeiro ano de uso.
Depois de anestesiar a pele, o médico usa um instrumento semelhante a uma agulha (trocar) para colocar o implante sob a pele na parte interna do braço, acima do cotovelo. Nenhuma incisão ou pontos são necessários. Os médicos devem receber treinamento especial antes de poderem realizar esse procedimento.
Se a mulher não tiver tido relações sexuais sem proteção desde a última menstruação, o implante pode ser colocado em qualquer momento durante o ciclo menstrual. Se a mulher tiver tido relações sexuais sem proteção, ela deve usar outra forma de contracepção até a próxima menstruação ou até que um exame de gravidez tenha sido realizado e descartado a possibilidade de haver gravidez. O implante pode ser colocado se a mulher não estiver grávida. Um implante também pode ser colocado imediatamente após um aborto espontâneo, aborto induzido ou parto.
Se o implante não for colocado no prazo de cinco dias após o início da menstruação, a mulher deve usar um método contraceptivo de apoio durante sete dias além do implante.
Os efeitos colaterais mais comuns são a ocorrência de menstruações irregulares, ausência de menstruação e dores de cabeça. Esses efeitos colaterais incitam algumas mulheres a remover o implante. Porque o implante não se dissolve no corpo, o médico precisa realizar uma incisão na pele para removê-lo. A remoção é mais difícil que a colocação, porque o tecido sob a pele fica mais espesso ao redor do implante.
Assim que o implante é removido, os ovários voltam a funcionar normalmente e a mulher recupera sua fertilidade.
Injeções contraceptivas
Uma progestina chamada de acetato de medroxiprogesterona é injetada por um profissional da saúde a cada três meses. Há dois tipos de injeções contraceptivas à disposição.
Uma é injetada em um músculo dos braços ou das nádegas.
A outra é injetada sob a pele.
Cada tipo é muito eficaz. Se a mulher receber as injeções como indicado, apenas aproximadamente 0,2% das mulheres engravidam durante o primeiro ano de uso. Aproximadamente 6% engravidam com o uso típico (a maneira pela qual a maioria das pessoas utiliza o método, ou seja, com intervalos entre as injeções).
Uma injeção pode ser administrada imediatamente após um aborto espontâneo, aborto induzido ou parto de um bebê. Se o intervalo entre as injeções for superior a quatro meses, um exame de gravidez é realizado para descartar a possibilidade de gravidez antes de a injeção ser administrada. Se a mulher não receber a primeira injeção no prazo de cinco a sete dias após o início da menstruação, ela deve utilizar um método de contracepção de apoio durante sete dias após terem recebido a injeção.
Efeitos colaterais
A progestina interrompe totalmente o ciclo menstrual. Aproximadamente um terço das mulheres que utilizam esse método contraceptivo não tem menstruação durante os três primeiros meses após a primeira injeção e um terço tem menstruação irregular e manchas de sangue durante mais de 11 dias todos os meses. Depois de usar esse contraceptivo durante algum tempo, o sangramento irregular é menos frequente. Após dois anos, aproximadamente 70% das mulheres não apresenta qualquer sangramento. Quando as injeções são interrompidas, o ciclo menstrual é retomado em aproximadamente metade das mulheres dentro de seis meses e dentro de um ano para 75% das mulheres. A fertilidade talvez não retorne por até 18 meses após a interrupção das injeções.
As mulheres costumam ganhar de 1,3 a 4 kg durante o primeiro ano de uso e continuam a ganhar peso. O ganho de peso provavelmente é decorrente de alterações no apetite. Para poder evitar esse ganho, a mulher precisa limitar o número de calorias consumido e aumentar a prática de atividade física.
O acetato de medroxiprogesterona não parece piorar a depressão em mulheres que tinham depressão antes de começarem a tomar esse medicamento.
Dores de cabeça são comuns, mas costumam ficar menos intensas com o passar do tempo. Se a mulher tiver histórico de cefaleia tensional ou enxaqueca, as injeções não irão piorá-las.
A densidade óssea diminui temporariamente. Porém, o risco de fraturas não aumenta e os ossos normalmente retornam à densidade anterior depois da interrupção das injeções. Tomar uma quantidade suficiente de cálcio e vitamina D diariamente para ajudar a manter a densidade óssea é importante para todas as mulheres, mas sobretudo para adolescentes e mulheres jovens que estejam tomando injeções de progestina. Com frequência, suplementos de cálcio e vitamina D devem ser tomados para poder receber a quantidade necessária.
Benefícios
O acetato de medroxiprogesterona não aumenta o risco de ter câncer de mama, de ovário ou de colo do útero.
Ele reduz o risco de ter
Doença inflamatória pélvica Doença inflamatória pélvica (DIP) A doença inflamatória pélvica é uma infecção dos órgãos reprodutores femininos superiores (colo do útero, útero, trompas de Falópio e ovários). A doença inflamatória pélvica é geralmente transmitida... leia mais
(uma infecção dos órgãos reprodutores femininos superiores).
Interações com outros medicamentos são incomuns.
Diferentemente de contraceptivos orais combinados, as injeções de progestina não parecem aumentar o risco de hipertensão arterial ou de coágulos sanguíneos. No entanto, o acetato de medroxiprogesterona aumenta os níveis de triglicerídeos e de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL) em algumas mulheres. Níveis elevados dessas gorduras (lipídios) podem aumentar o risco de ter aterosclerose Ruptura de placa A aterosclerose é um quadro clínico no qual depósitos irregulares de material gorduroso (ateromas ou placas ateroscleróticas) se desenvolvem nas paredes das artérias de médio e grande porte... leia mais e coágulos sanguíneos.
Atualmente, o acetato de medroxiprogesterona é considerado seguro para mulheres que não devem tomar estrogênio e possivelmente são uma boa opção para mulheres com transtornos convulsivos.