Síndrome linfoproliferativa ligada ao X

(Síndrome de Duncan)

PorJames Fernandez, MD, PhD, Cleveland Clinic Lerner College of Medicine at Case Western Reserve University
Revisado/Corrigido: jan 2023
Visão Educação para o paciente

A síndrome linfoproliferativa ligada ao X é um distúrbio de imunodeficiência que decorre de um defeito das células T e NK e se caracteriza por uma resposta anormal à infecção por vírus de Epstein-Barr, provocando insuficiência hepática, imunodeficiência, linfoma, doença linfoproliferativa fatal ou aplasia de medula óssea.

(Ver também Visão geral das imunodeficiências e Abordagem ao paciente com distúrbios de imunodeficiência.)

Síndrome linfoproliferativa ligada ao X (XLP) é uma imunodeficiência primária que envolve imunodeficiências celulares. Ela é causada por mutações em um gene no cromossomo X. É uma doença recessiva e, assim, se manifesta apenas em homens.

XLP tipo 1 é o tipo mais comum (cerca de 60% dos casos). Ela é causada por uma mutação no gene que codifica a proteína associada à molécula de sinalização de ativação de linfócitos (SLAM) (SAP, também chamada proteína 1A do domínio SH2 [SH2D1A] ou DSHP). Sem a SAP, os linfócitos proliferam-se desordenadamente em resposta ao vírus de Epstein-Barr (EBV) e as células NK não funcionam.

XPL tipo 2 é clinicamente semelhante ao tipo 1 e predispõe à linfoistiocitose hemofagocítica, um distúrbio incomum que causa imunodeficiência em lactentes e crianças pequenas. XLP2 é causada por mutações em um gene que codifica a proteína inibidora da apoptose ligada ao X (XIAP).

Sinais e sintomas da síndrome linfoproliferativa ligada ao X

A síndrome linfoproliferativa ligada ao X costuma ser assintomática até que haver infecção por VEB. Então, a maioria dos pacientes desenvolve mononucleose infecciosa fulminante ou fatal, com insuficiência hepática (causada por linfócitos T citotóxicos que reagem às células B infectadas pelo VEB ou outras células teciduais).

Os sobreviventes da infecção inicial desenvolvem linfomas de célula B, anemia aplásica, hipogamaglobulinemia (lembrando a da imunodeficiência variável comum), esplenomegalia ou uma combinação desses distúrbios.

Diagnóstico da síndrome linfoproliferativa ligada ao X

  • Exame genético

Deve-se considerar o diagnóstico de síndrome linfoproliferativa ligada ao cromossomo X em homens jovens com infecção grave pelo vírus de Epstein-Barr, linfoistiocitose hemofagocítica, história familiar sugestiva ou outras manifestações comuns.

O exame genético é o teste padrão ouro para a confirmação do diagnóstico (antes e depois da infecção por EBV e de os sintomas se desenvolverem), bem como o estado de portador. No entanto, exames genéticos podem levar semanas para serem concluídos, de modo que se faz outro teste se o diagnóstico precisar ser facilitado (p. ex., citometria de fluxo para avaliar a expressão da proteína SH2D1A).

Resultados sugestivos incluem

  • Diminuição da resposta de anticorpos aos antígenos (particularmente ao antígeno nuclear do EBV)

  • Respostas prejudicadas das células T proliferativa a mitógenos

  • Diminuição da função das células NK

  • Razão CD4:CD8 invertida

Esses achados são típicos antes e depois da infecção por vírus de Epstein-Barr. Biópsia da medula óssea pode ajudar a confirmar a linfoistiocitose hemofagocítica.

Em sobreviventes, testes laboratoriais e de imagem são realizados anualmente para verificar linfoma e anemia.

Exames genéticos são feitos em parentes quando um caso ou portador é identificado em uma família. Recomenda-se o rastreamento pré-natal para a pessoa se for identificada na família uma mutação que causa XLP.

Tratamento da síndrome linfoproliferativa ligada ao X

  • Transplante de células-tronco hematopoiéticas

O tratamento da síndrome linfoproliferativa ligada ao cromossomo X consiste no transplante de células-tronco hematopoiéticas. Aproximadamente 75% dos pacientes morrem aos 10 anos de idade e todos morrem aos 40 anos, a menos que seja feito transplante de células-tronco hematopoiéticas. Cerca de 80% dos pacientes que recebem um transplante sobrevivem. O transplante é curativo se feito antes da infecção pelo vírus de Epstein-Barr ou antes que outras doenças se tornem irreversíveis.

Rituximabe pode ajudar a prevenir infecção grave por EBV antes do transplante.

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