Desconhece-se a causa.
Os linfonodos aumentam, mas geralmente não ficam doloridos.
Outros sintomas, tais como febre, prurido e falta de ar podem se desenvolver dependendo de onde as células cancerosas estão crescendo.
É necessária uma biópsia de linfonodo para o diagnóstico.
Quimioterapia, combinações de quimioterapia e imunoterapia, e radioterapia são usadas para o tratamento.
A maioria das pessoas é curada.
(Consulte também Considerações gerais sobre o linfoma Considerações gerais sobre o linfoma Os linfomas são cânceres de linfócitos, que residem no sistema linfático e nos órgãos produtores de sangue. Os linfomas são cânceres de um tipo específico de glóbulos brancos conhecidos como... leia mais e o Linfoma não Hodgkin Linfomas não Hodgkin Os linfomas não Hodgkin são um grupo diversificado de câncer de tipos de glóbulos brancos denominados linfócitos. Com frequência, os linfonodos do pescoço, sob os braços ou na virilha aumentam... leia mais ).
Os linfomas são cânceres de um tipo específico de glóbulos brancos conhecidos como linfócitos Imunidade adquirida Uma das linhas de defesa do corpo ( sistema imunológico) envolve glóbulos brancos (leucócitos) que se deslocam através da corrente sanguínea e penetram nos tecidos para detectar e atacar micro-organismos... leia mais . Essas células ajudam a combater infecções. Os linfomas podem surgir a partir de linfócitos B ou T, os dois tipos principais de linfócitos. Os linfócitos T são importantes na regulação do sistema imunológico e no combate a infecções virais. Os linfócitos B produzem anticorpos Anticorpos Uma das linhas de defesa do corpo ( sistema imunológico) envolve glóbulos brancos (leucócitos) que se deslocam através da corrente sanguínea e penetram nos tecidos para detectar e atacar micro-organismos... leia mais que são essenciais para combater algumas infecções.
Nos Estados Unidos, ocorrem aproximadamente 8.500 novos casos de linfoma de Hodgkin por ano. A doença é mais comum nos homens do que nas mulheres. Cerca de três homens são afetados para cada duas mulheres. O linfoma de Hodgkin raramente ocorre antes dos dez anos de idade. Ele é mais comum em pessoas com 15 a 40 anos de idade e em pessoas com mais de 60 anos.
Causas do linfoma de Hodgkin
A causa do linfoma de Hodgkin é desconhecida, mas a exposição ao vírus Epstein-Barr Mononucleose infecciosa O vírus Epstein-Barr é o agente que está na origem de algumas doenças, entre as quais a mononucleose infecciosa. O vírus é transmitido através do beijo. Os sintomas variam, mas os mais comuns... leia mais pode ter alguma relação em algumas pessoas. Pode haver também uma associação hereditária. Ainda que existam algumas famílias nas quais mais de uma pessoa tem linfoma de Hodgkin, ele não é contagioso. Não existem exames de triagem genética, e a triagem de rotina de crianças ou irmãos não é recomendada.
Outras pessoas com risco de linfoma de Hodgkin incluem as que apresentam
Síndromes de imunodeficiência herdadas, tais como ataxia-telangiectasia Ataxia-Telangiectasia A ataxia-telangiectasia é uma doença hereditária caracterizada por descoordenação motora, dilatação capilar e uma imunodeficiência que causa uma suscetibilidade aumentada às infecções. Em crianças... leia mais , síndrome de Klinefelter Síndrome de Klinefelter A síndrome de Klinefelter é uma anomalia do cromossomo sexual, na qual meninos nascem com dois ou mais cromossomos X, em vez de um, e um Y (XXY). A síndrome de Klinefelter ocorre quando um menino... leia mais , síndrome de Chédiak-Higashi Síndrome de Chédiak-Higashi A síndrome de Chédiak-Higashi é uma doença de imunodeficiência hereditária muito rara caracterizada por infecções respiratórias bacterianas recorrentes e outras infecções, além da falta de pigmento... leia mais e síndrome de Wiskott-Aldrich Síndrome de Wiskott-Aldrich A síndrome de Wiskott-Aldrich é uma doença decorrente de imunodeficiência de tipo hereditária, caracterizada pela produção anormal de anticorpos (imunoglobulina), células T (linfócitos) anômalos... leia mais
Imunodeficiência adquirida causada por doenças como infecção por HIV ou medicamentos usados após transplante de órgãos sólidos
Distúrbios autoimunes, tais como artrite reumatoide Artrite reumatoide (AR) A artrite reumatoide é uma artrite inflamatória em que as articulações, geralmente incluindo as das mãos e pés, ficam inflamadas, resultando em inchaço, dor e, geralmente, destruição das articulações... leia mais , espru celíaco Doença celíaca A doença celíaca é uma intolerância hereditária ao glúten (proteína encontrada no trigo, cevada e aveia) que causa alterações características no revestimento do intestino delgado, resultando... leia mais , síndrome de Sjögren Síndrome de Sjögren A síndrome de Sjögren é uma doença autoimune do tecido conjuntivo comum e é caracterizada pela secura excessiva dos olhos, boca e outras membranas mucosas. Os leucócitos podem se infiltrar nas... leia mais e lúpus eritematoso sistêmico Lúpus eritematoso sistêmico (LES) O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença inflamatória autoimune crônica do tecido conjuntivo, que pode envolver as articulações, rins, pele, membranas mucosas e paredes dos vasos sanguíneos... leia mais
Sintomas do linfoma de Hodgkin
As pessoas com linfoma de Hodgkin normalmente percebem um ou mais linfonodos aumentados, mais frequentemente no pescoço, mas, às vezes, na axila ou na virilha. Embora normalmente indolores, em raras ocasiões os linfonodos aumentados podem doer por algumas horas após a pessoa beber bebidas alcoólicas.
Pessoas com linfoma de Hodgkin, às vezes, apresentam febre, suores noturnos e perda de peso. Elas também podem apresentar coceira e fadiga. Algumas pessoas apresentam um padrão incomum de temperatura elevada por vários dias se alternando com temperatura normal ou abaixo da normal durante dias ou semanas. Isso às vezes se denomina febre de Pel-Ebstein. Podem surgir outros sintomas, dependendo de onde as células cancerosas estão crescendo. O aumento de linfonodos no tórax, por exemplo, pode em parte estreitar e irritar as vias respiratórias, resultando em tosse, desconforto no peito ou falta de ar. O aumento do baço ou de linfonodos do abdômen pode causar desconforto abdominal.
Diagnóstico de linfoma de Hodgkin
Biópsia de linfonodo
Os médicos suspeitam de linfoma de Hodgkin quando uma pessoa, sem infecção aparente, desenvolve aumento persistente e indolor dos linfonodos que dura várias semanas. A suspeita torna-se mais forte quando o aumento dos linfonodos é acompanhado de febre, suores noturnos e perda de peso. O aumento rápido e doloroso dos linfonodos (que pode ocorrer quando uma pessoa está gripada ou tem uma infecção) não é característico do linfoma de Hodgkin. Linfonodos aumentados posicionados profundamente no tórax ou no abdômen são, às vezes, encontrados de maneira inesperada quando uma radiografia ou tomografia computadorizada (TC) é feita por outra razão.
As anomalias nas contagens de células sanguíneas e outros exames de sangue podem proporcionar evidências adicionais. No entanto, para fazer o diagnóstico, os médicos precisam realizar biópsia de um linfonodo afetado para verificar se este está anormal e se estão presentes células de Reed-Sternberg. As células de Reed-Sternberg são grandes células cancerosas com mais de um núcleo (uma estrutura dentro de uma célula que abriga o material genético da célula). O seu aspecto característico pode ser visto quando se examina uma amostra de tecido de linfonodo ao microscópio.
O tipo de biopsia depende de qual linfonodo está aumentado e da quantidade de tecido necessária. Os médicos precisam remover tecido suficiente para poder distinguir o linfoma de Hodgkin de outras doenças que podem causar aumento dos linfonodos, incluindo linfomas não Hodgkin Linfomas não Hodgkin Os linfomas não Hodgkin são um grupo diversificado de câncer de tipos de glóbulos brancos denominados linfócitos. Com frequência, os linfonodos do pescoço, sob os braços ou na virilha aumentam... leia mais , infecções, inflamação ou outros tipos de câncer.
A melhor maneira de obter tecido suficiente é com uma biópsia excisional (uma pequena incisão feita para remover um pedaço do linfonodo). Ocasionalmente, quando um linfonodo aumentado está próximo à superfície do corpo, pode-se recolher uma quantidade suficiente de tecido inserindo uma agulha oca (guiada por ultrassom ou TC) através da pele e no interior do linfonodo (biópsia por agulha grossa). Quando um linfonodo está em uma parte profunda do abdômen ou do tórax, pode ser necessária cirurgia para se obter uma amostra de tecido.
Estadiamento do linfoma de Hodgkin
Estudos diagnósticos por imagem
Às vezes, biópsia da medula óssea
Antes de se iniciar o tratamento, os médicos precisam determinar em que medida o linfoma se espalhou, ou seja, o estágio da doença. A escolha do tratamento e o resultado esperado do tratamento (prognóstico) dependem de uma variedade de fatores, incluindo o estágio. Um exame inicial pode detectar somente um único linfonodo aumentado, mas procedimentos para averiguar se e para onde o linfoma se disseminou (determinação do estágio) podem detectar uma doença consideravelmente mais avançada.
A doença é classificada em quatro estágios com base na extensão da sua disseminação (I, II, III ou IV). Quanto mais alto o número, mais o linfoma se espalhou. Doença em estágio limitado inclui os estágios I e II; doença em estágio avançado inclui os estágios III e IV. Nos estágios I e II, se o linfoma de Hodgkin estiver presente em um órgão fora do sistema linfático, ele é classificado como estágio IE ou IIE. Doença volumosa é o termo utilizado quando há uma massa no tórax com mais de 10 cm (cerca de 4 polegadas) de diâmetro.
Os quatro estágios têm subdivisões baseadas na ausência (A) ou presença (B) de um ou mais dos seguintes sintomas:
Febre inexplicada (mais de 37,5° C por três dias consecutivos)
Suores noturnos
Perda inexplicada de mais de 10% do peso corporal nos seis meses anteriores
Diz-se, por exemplo, que uma pessoa com linfoma de estágio II e que apresentou suores noturnos tem o estágio IIB de linfoma de Hodgkin.
São usados diversos procedimentos para se determinar o estágio ou avaliar o linfoma de Hodgkin. Exames de sangue básicos, incluindo exames de função hepática e renal, exames para o vírus da imunodeficiência humana (HIV) Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) é uma infecção viral que destrói progressivamente certos glóbulos brancos e é tratada com medicamentos antirretrovirais. Se não for tratada... leia mais e infecção por hepatite B Considerações gerais sobre a hepatite Hepatite é uma inflamação do fígado. (Consulte também Considerações gerais sobre a hepatite viral aguda e Considerações gerais sobre a hepatite crônica.) Hepatite é comum em todo o mundo. Hepatite... leia mais e por hepatite C Considerações gerais sobre a hepatite Hepatite é uma inflamação do fígado. (Consulte também Considerações gerais sobre a hepatite viral aguda e Considerações gerais sobre a hepatite crônica.) Hepatite é comum em todo o mundo. Hepatite... leia mais e tomografia computadorizada (TC) combinada com tomografia de emissão de pósitrons Tomografia por emissão de pósitrons (PET) A tomografia por emissão de pósitrons (Positron Emission Tomography, PET) é um tipo de cintilografia. Um radionuclídeo é uma forma radioativa de um elemento, o que significa que ele é um átomo... leia mais (positron emission tomography, PET) do pescoço, tórax, abdômen e pelve são exames padrão.
PET-TC combinadas Tomografia computadorizada por PET (PET-TC) A tomografia por emissão de pósitrons (Positron Emission Tomography, PET) é um tipo de cintilografia. Um radionuclídeo é uma forma radioativa de um elemento, o que significa que ele é um átomo... leia mais é a técnica mais sensível para determinar o estágio do linfoma de Hodgkin e para avaliar a resposta da pessoa ao tratamento. Visto que o tecido vivo pode ser identificado em uma PET, os médicos podem utilizar esta técnica de imagem para distinguir entre tecido cicatrizado e linfoma de Hodgkin ativo após a pessoa ter finalizado o tratamento (ainda que a PET nem sempre seja precisa porque também pode ser detectada inflamação na PET).
Se um exame por PET-TC combinadas não estiver disponível, em vez dele são feitos exames de TC por contraste do pescoço, tórax, abdômen e pelve, bem como uma biópsia da medula óssea Exame da medula óssea Os glóbulos vermelhos, a maioria dos glóbulos brancos e as plaquetas são produzidos na medula óssea, o tecido macio e gorduroso encontrado nas cavidades ósseas. Às vezes, uma amostra de medula... leia mais . Outros exames, tais como imagem por ressonância magnética (RM) Ressonância magnética (RM) Na ressonância magnética (RM), um forte campo magnético e ondas de rádio de muito alta frequência são utilizados para produzir imagens em alto grau de detalhe. A RM não usa raios X e é normalmente... leia mais do cérebro ou da medula espinhal são realizados, se houver presença de sintomas do sistema nervoso.
A maioria das pessoas com linfoma de Hodgkin não precisa de cirurgia para se determinar se o distúrbio se espalhou para o abdômen, devido à precisão do PET e ao fato de que todas as pessoas recebem quimioterapia, a qual trata o linfoma independentemente de onde esteja localizado.
Tratamento de linfoma de Hodgkin
Quimioterapia
Radioterapia
Cirurgia
Às vezes, é realizado transplante de células-tronco.
Com quimioterapia Quimioterapia e outros tratamentos sistêmicos contra o câncer Os tratamentos sistêmicos são aqueles que têm efeitos em todo o corpo, em vez de serem aplicados diretamente no câncer. A quimioterapia é uma forma de tratamento sistêmico que usa medicamentos... leia mais , com ou sem radioterapia Radioterapia para câncer A radiação é uma forma de energia intensa gerada por uma substância radioativa, como o cobalto, ou por equipamento especializado, como um acelerador de partículas atômicas (linear). A radiação... leia mais , a maioria das pessoas com linfoma de Hodgkin pode ser curada.
Estratégias pré-tratamento
Antes do tratamento e, quando pertinente, deve-se oferecer aos homens a opção de depositar esperma em banco de esperma, e as mulheres devem discutir opções para preservar a fertilidade com seus oncologistas e um especialista em fertilidade.
Quimioterapia com ou sem radioterapia
É usada quimioterapia em todos os estágios da doença. Os médicos normalmente usam mais de um quimioterápico. Várias combinações podem ser utilizadas, podendo incluir igualmente medicamentos imunoterápicos. Medicamentos imunoterápicos são constituídos de anticorpos que atacam as células cancerosas. Pode ser acrescentada radioterapia de campo envolvido (radioterapia administrada somente às partes do corpo afetadas, evitando a exposição de áreas não afetadas à radiação) após a quimioterapia. A radioterapia é geralmente administrada em base ambulatorial por três a quatro semanas.
Cerca de 85% das pessoas com a doença em estágio I ou II são curadas com quimioterapia somente ou com quimioterapia mais radioterapia de campo envolvido. A taxa de cura de pessoas com a doença em estágio III varia de 70 a 80%. As taxas de cura para pessoas com a doença no estágio IV, ainda que não tão elevadas, ficam acima de 60%.
Embora a quimioterapia aumente consideravelmente a possibilidade de cura, os efeitos colaterais podem ser graves. Os medicamentos podem provocar
Infertilidade temporária ou permanente
Aumento do risco de infecções
Dano potencial a outros órgãos, como o coração ou os pulmões
Perda reversível de cabelos
Estratégias pós-tratamento
Após a radioterapia, há aumento do risco de câncer, tais como de pulmão, de mama ou de estômago, ocorrendo dez anos ou mais após o tratamento em órgãos que estavam no campo de radiação. Podem se desenvolver linfomas não Hodgkin e leucemias Considerações gerais sobre a leucemia As leucemias são cânceres de glóbulos brancos ou de células que se transformam em glóbulos brancos. Os glóbulos brancos se desenvolvem a partir de células-tronco da medula óssea. Por vezes,... leia mais em algumas pessoas muitos anos após o tratamento bem-sucedido do linfoma de Hodgkin, independentemente do tratamento usado.
Uma pessoa que teve remissão (a doença controlada) após tratamento inicial, mas, posteriormente, teve recidiva (reaparecimento das células de linfoma), ainda pode ser curada com outro tratamento. A taxa de cura para as pessoas com recidiva é de pelo menos 50%. Entre as que tiveram recidiva nos primeiros doze meses após o tratamento inicial, as taxas de cura são um pouco mais baixas, ao passo que, para as pessoas que tiveram recidiva mais tarde, elas tendem a ser um pouco mais elevadas.
As pessoas com recidiva após tratamento inicial geralmente são tratadas com um regime quimioterápico “de resgate” seguido de quimioterapia de dose elevada e transplante autólogo de células-tronco Transplante de células-tronco O transplante de células-tronco é a remoção de células-tronco (células indiferenciadas) de uma pessoa saudável e sua injeção em alguém que tem um distúrbio grave no sangue. (Consulte também... leia mais , que envolve o uso de células-tronco da própria pessoa. A quimioterapia em alta dose com transplante de células-tronco é geralmente um procedimento seguro, com menos de 1 a 2% de morte relacionada ao tratamento. Medicamentos imunoterápicos são igualmente utilizados para tratar pessoas que apresentam recidiva.
Após a conclusão do tratamento, as pessoas realizam testes e exames médicos regulares para buscar sinais de retorno do linfoma (vigilância pós-tratamento) por um período de cinco anos. Os testes normalmente incluem exames de sangue e TCs do tórax e da pelve. Caso as pessoas tenham passado por radioterapia, os médicos também fazem exames como mamografia ou ressonância magnética (RM) das mamas e da tireoide para verificar se um novo câncer se desenvolveu nesses órgãos.
Mais informações
O seguinte é um recurso em inglês que pode ser útil. Vale ressaltar que o MANUAL não é responsável pelo conteúdo deste recurso.
Leukemia & Lymphoma Society: Hodgkin Lymphoma: informações abrangentes sobre o linfoma de Hodgkin, inclusive diagnóstico, tratamento e apoio