Cimicífuga racemosa

PorLaura Shane-McWhorter, PharmD, University of Utah College of Pharmacy
Revisado/Corrigido: jan 2023
Visão Educação para o paciente

A cimicífuga racemosa é o rizoma de uma planta (trono subterrâneo) que pode ser ingerido diretamente na forma de pó, extraído em comprimido ou na forma líquida. Deveria ser padronizado para conter certos triterpenos. O rizoma não contém fitoestrogênios que possam ser responsáveis por seus efeitos semelhantes a estrogênios, mas contém pequenas quantidades de compostos anti-inflamatórios, incluindo ácido salicílico.

(Ver também Visão geral dos suplementos alimentares e National Institutes of Health (NIH): Black cohosh fact sheet for health professionals.)

Alegações

Cimicífuga racemosa parece ser útil para sintomas da menopausa (ondas de calor, labilidade de humor, taquicardia, secura vaginal) e para artralgias na artrite reumatoide e osteoartrite.

Evidências

As evidências científicas sobre o alívio dos sintomas da menopausa são conflitantes (1). Há poucos dados confiáveis sobre sua eficácia para outras doenças e sintomas.

Uma revisão sistemática recente de 16 estudos randomizados controlados com mulheres (N = 2.027) utilizando apresentações orais de cimicífuga (dose média de 40 mg). Não houve diferença significativa entre a cimicífuga e o placebo na frequência das ondas de calor (3 ensaios; 393 mulheres) ou dos sintomas da menopausa (4 ensaios; 357 mulheres) (1). Uma revisão de 2016 de produtos fitoterápicos contendo cimicífuga racemosa também não descobriu benefícios para os sintomas da menopausa (2).

Uma metanálise conjunta de 2017 sobre mulheres com útero intacto descobriu que, em comparação ao placebo, a cimicífuga racemosa diminuiu os sintomas vasomotores da menopausa. Entretanto, a cimicífuga racemosa não foi tão eficaz quanto os tratamentos hormonais (3).

Uma revisão de 2021 dos 35 estudos e uma metanálise (43.759 indivíduos) que estudaram o extrato de cohosh negro isopropanólico encontrou benefícios em comparação ao placebo em sintomas psicológicos e neurovegetativos (p. ex., sono, concentração, fadiga) da menopausa. O produto foi mais eficaz em doses mais altas ou combinado com a erva-de-são-joão (4). A falta de padronização do suplemento utilizado entre os estudos indica que mais pesquisas são necessárias para chegar a conclusões definitivas.

Efeitos adversos

Os efeitos adversos são incomuns. Os mais prováveis são cefaleia, erupção cutânea, e distúrbios gastrointestinais. Tontura, sudorese e hipotensão podem ocorrer (se forem administradas altas doses).

Contraindica-se a cimicífuga racemosa para pacientes com sensibilidade ao ácido acetilsalicílico, doenças hepáticas, cânceres sensíveis a hormônios (p. ex., certos tipos de câncer de mama por dados com animais), acidente vascular encefálico ou hipertensão arterial. A US Pharmacopeia (USP), com base em alguns relatos de caso (5), recomendou que os produtos contendo cimífuga racemosa tragam no rótulo uma advertência informando sua possível hepatotoxicidade.

Além disso, uma mulher desenvolveu bradicardia decorrente de bloqueio cardíaco completo reversível depois de tomar um suplemento fitoterápico contendo cohosh negro (6).

Interações medicamentosas

Há pequena evidência de que a cimicífuga racemosa interfere em medicações. Mas um recente estudo in vitro sugere que a cimicífuga racemosa possa inibir a biotransformação ou a eficácia do tamoxifeno e do irinotecano, ambos quimioterápicos (7).

Referências

  1. 1. Leach MJ, Moore V: Black cohosh (Cimicifuga spp.) for menopausal symptoms. Cochrane Database Syst Rev 9:CD007244, 2012. doi: 10.1002/14651858.CD007244.pub2

  2. 2. Franco OH, Chowdhury R, et al: Use of plant-based therapies and menopausal symptoms: a systematic review and meta-analysis. JAMA 315(23):2554-63, 2016. doi: 10.1001/jama.2016.8012

  3. 3. Sarri G, Pedder H, Dias S, et al: Vasomotor symptoms resulting from natural menopause: a systematic review and network meta-analysis of treatment effects from the National Institute for Health and Care Excellence guideline on menopause. BJOG 124(10):1514-1523, 2017. doi: 10.1111/1471-0528.14619

  4. 4. Castelo-Branco C, Gambacciani M, Cano A, et al: Review & meta-analysis: isopropanolic black cohosh extract iCR for menopausal symptoms - an update on the evidence. Climacteric 24(2):109-119, 2021. doi:10.1080/13697137.2020.1820477

  5. 5. Lim TY, Considine A, Quaglia A, et al: Subacute liver failure secondary to black cohosh leading to liver transplantation. BMJ Case Rep, Published online: 5 July 2013. doi:10.1136/bcr-2013-009325

  6. 6. McKenzie SC, Rahman A: Bradycardia in a patient taking black cohosh. Med J Aust193(8):479-481, 2010. doi:10.5694/j.1326-5377.2010.tb04006.x

  7. 7. Gorman GS, Coward L, Darby A, et al: Effects of herbal supplements on the bioactivation of chemotherapeutic agents. J Pharm Pharmacol 65(7):1014-1025, 2013. doi: 10.1111/jphp.12055

Informações adicionais

O recurso em inglês a seguir pode ser útil. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo deste recurso.

  1. National Institutes of Health (NIH): Black cohosh fact sheet for health professionals

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