Transtorno do pânico em crianças e adolescentes

PorJosephine Elia, MD, Sidney Kimmel Medical College of Thomas Jefferson University
Revisado/Corrigido: mai 2023
Visão Educação para o paciente

O distúrbio do pânico é caracterizado por crises de pânico recorrentes e frequentes (pelo menos 1 vez/semana). As crises do pânico são discretas, duram cerca de 20 minutos, durante as quais a criança exterioriza sintomas somáticos e/ou cognitivos. O diagnóstico é por critérios clínicos. O tratamento é com benzodiazepinas ou inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) e terapia comportamental.

(Ver também Ataques de pânico e transtornos de pânico em adultos.)

O distúrbio do pânico é menos comum em crianças pré-púberes do que em adolescentes.

As crises de pânico podem ocorrer isoladamente ou em outros transtornos de ansiedade (p. ex., agorafobia, ansiedade por separação), outros transtornos psiquiátricos (p. ex., transtorno obsessivo-compulsivo [TOC]) ou certas doenças médicas (p. ex., asma). As crises de pânico podem precipitar uma crise de asma e vice-versa.

Sinais e sintomas

Os sintomas de um ataque de pânico envolvem crise súbita de medo intenso, acompanhado por sintomas somáticos (p. ex., palpitação, sudorese, tremores, falta de ar ou asfixia, dor torácica, náuseas, tonturas). Comparadas às do adulto, as crises de pânico na criança e no adolescente têm uma apresentação mais dramática (p. ex., gritos, choro e hiperventilação). Esta exibição pode ser alarmante para os pais e outros presentes.

As crises de pânico geralmente se desenvolvem espontaneamente, mas, com o tempo, as crianças começam a atribui-las a certas situações e ambientes. As crianças afetadas passam a evitar tais situações, o que leva à agorafobia. A agorafobia é diagnosticada quando o comportamento negativo da criança atinge um grau que acaba prejudicando suas atividades normais como ir à escola, ir às compras ou outras atividades corriqueiras.

Diagnóstico

  • Avaliação psiquiátrica

  • Critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5-TR)

  • Avaliação por outras causas

A doença do pânico é diagnosticada com base na história de ataques de pânico recorrentes, geralmente após um exame físico feito para afastar causas físicas dos sintomas somáticos. Como muitos dos sintomas do pânico são de natureza somática, muitas das crianças passam por uma avaliação médica antes que se faça a suspeita diagnóstica. Isto fica mais difícil nas crianças com doenças associadas como asma, com crise do pânico acionada por uma crise asmática e vice-versa. Rastreamento completo à procura de outros transtornos [p. ex., transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtorno de ansiedade social] é necessário porque qualquer um desses transtornos pode ser o problema primário causador do ataque de pânico como um sintoma.

No adulto, as preocupações com futuras crises e mudanças de comportamento são critérios diagnósticos importantes. Entretanto, crianças e adolescentes mais jovens geralmente não têm o discernimento e a prudência necessários para desenvolver essas características, exceto que podem mudar o comportamento para evitar situações que acreditam que estão relacionadas com a crise de pânico.

Tratamento

  • Geralmente benzodiazepinas ou inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs), somados à terapia comportamental

O tratamento do transtorno de pânico consiste em uma combinação de terapia comportamental e medicamentosa. Na criança, a terapia comportamental é difícil de se praticar, o que só pode tornar-se possível após o tratamento medicamentoso.

Benzodiazepinas são os fármacos mais eficazes, mas ISRSs muitas vezes são preferíveis porque as benzodiazepinas são sedativos e podem prejudicar significativamente a aprendizagem e memória. Entretanto, os ISRS não têm uma ação rápida, o que faz com que se utilizem as benzodiazepinas a curto prazo (p. ex., lorazepam na dose de 0,5 a 2,0 mg por via oral 3 vezes ao dia) até que o benzodiazepina comece a fazer efeito.

Prognóstico

O prognóstico é bom com o tratamento. Sem tratamento, o adolescente pode desistir da escola, afastar-se da sociedade e tornar-se solitário e suicida.

Os distúrbios do pânico aumentam e diminuem de gravidade sem nenhuma razão plausível. Alguns pacientes passam longos períodos de remissão espontânea dos sintomas, com recaídas anos mais tarde.

Pontos-chave

  • Ataques de pânico são caracterizados por um surto súbito de medo intenso, acompanhado de sintomas somáticos.

  • Ataques de pânico em crianças e adolescentes são mais dramáticos (p. ex., gritos, choro e hiperventilação) do que aqueles em adultos.

  • Os distúrbios do pânico aumentam e diminuem de gravidade sem nenhuma razão plausível.

  • O tratamento do transtorno de pânico é com benzodiazepinas ou ISRSs para controlar os sintomas, então terapia comportamental.

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