Sulfonamidas

PorBrian J. Werth, PharmD, University of Washington School of Pharmacy
Revisado/Corrigido: mai 2022
Visão Educação para o paciente

As sulfonamida são antimicrobianos bacteriostáticos sintéticos que inibem competitivamente a conversão de ácido p-aminobenzoico em desidropteroato, que a bactéria necessita para a síntese de ácido fólico e purina e de DNA. Seres humanos não sintetizam ácido fólico, mas o adquirem em sua dieta, de modo que a síntese de DNA é menos afetada.

As sulfonamides incluem:

  • Mafenide

  • Sulfacetamida

  • Sulfadiazina

  • Sulfadoxina

  • Sulfametizol

  • Sulfametoxazol

  • Sulfanilamida

  • Sulfassalazina

  • Sulfisoxazol

Três sulfonamidas, sulfisoxazol, sulfametizol e sulfasalazina, estão disponíveis como fármacos de dose única para administração oral. O sulfametoxazol é coformulado com a trimetroprima (como SMX-TMP). A sulfadoxina associada à pirimetamina está disponível para administração oral.

As sulfonamidas disponíveis para uso tópico são a sulfadiazina prata, creme contra queimaduras contendo mafenida, creme vaginal e supositórios contendo sulfanilamida, bem como sulfacetamida oftálmica.

Resistência

A resistência à sulfonamida é disseminada, e a resistência a uma sulfonamida indica resistência a todas.

Farmacocinética

A maioria das sulfonamidas é prontamente absorvida por via oral e, quando aplicadas a queimaduras, topicamente. As sulfonamidas são distribuídas por todo o corpo. São distribuídas pelo organismo, metabolizadas principalmente pelo fígado e excretadas pelos rins. As sulfonamidas competem por locais de ligação da bilirrubina na albumina.

Indicações para sulfonamidas

As sulfonamidas são ativas contra

A sulfassalazina pode ser utilizada por via oral para tratar doenças inflamatórias do intestino.

Sulfonamidas são mais comumente utilizadas com outros fármacos (p. ex., para nocardiose, infecções do trato urinário e malária falcípara resistente à cloroquina).

Várias sulfonamidas estão disponíveis para uso tópico:

  • Queimaduras: sulfadiazina prata e acetato de mafenida

  • Vaginite: creme vaginal e supositórios com sulfanilamida

  • Infecções oculares superficiais: sulfacetamida oftálmica

Contraindicações às sulfonamidas

As sulfonamidas são contraindicadas para os pacientes com história de reações alérgicas ao fármaco ou que tenham porfiria.

As sulfonamidas não erradicam os estreptococos do grupo A nos pacientes com faringite e não devem ser utilizadas para tratar faringite estreptocócica do grupo A.

Uso durante a gestação e o aleitamento

As evidências sobre uma associação entre as sulfonamidas e defeitos congênitos são controversas. Estudos em animais com sulfonamidas mostram algum risco e estudos adequados não foram realizados com gestantes.

O uso perto do termo da gestação e no aleitamento é contraindicado, assim como o uso nos pacientes < 2 meses de idade (exceto como tratamento adjunto com pirimetamina para a toxoplasmose congênita). Se utilizadas a curto prazo durante a gestação ou em recém-nascidos, aumentam os níveis séricos fetais de bilirrubina não conjugada e também o risco de icterícia nuclear do feto ou do recém-nascido.

As sulfonamidas são excretadas no leite materno.

Efeitos adversos das sulfonamidas

Efeitos adversos das sulfonamidas podem resultar do uso de sulfonamidas orais e, algumas vezes, tópicas; os efeitos são

  • Reações de hipersensibilidade, como exantema, síndrome de Stevens-Jonhson, vasculite, doença do soro, febre por fármaco, anafilaxia e angiodema

  • Cristalúria, oligúria e anúria

  • Reações hematológicas, como agranulocitose, trombocitopenia e, em pacientes com deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), anemia hemolítica

  • Icterícia nuclear no neonato

  • Fotossensibilidade

  • Efeitos neurológicos como neurite periférica, insônia e cefaleia

Hipotireoidismo, hepatite e o desencadeamento de lúpus eritematoso sistêmico quiescente podem ocorrer nos pacientes em uso de sulfonamidas. Esses fármacos podem exacerbar os quadros de porfiria.

A incidência de efeitos adversos é diferente para as várias sulfonamidas, mas hipersensibilidade cruzada é comum.

Sulfassalazina pode reduzir a absorção intestinal de folato (ácido fólico). Assim, o uso desse fármaco pode desenvolver deficiência de folato em pacientes com doença inflamatória intestinal, a qual também reduz a absorção, especialmente se a ingestão alimentar também for inadequada.

Mafenida pode causar acidose metabólica em razão da inibição da anidrase carbônica.

Considerações sobre a dosagem das sulfonamidas

Para evitar cristalúria, os pacientes devem ser muito bem hidratados pelos médicos (p. ex., para produzir débito urinário de 1.200 a 1.500 mL/dia). As sulfonamidas podem ser utilizadas em pacientes com insuficiência renal, mas os níveis máximos plasmáticos devem ser medidos e os níveis de sulfametoxazol não devem exceder 120 mcg/mL.

As sulfonamidas podem potencializar sulfonilureias (com consequente hipoglicemia), fenitoína (com aumento dos efeitos adversos) e anticoagulantes cumarínicos.

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