A gengivite ulcerativa necrosante aguda (GUNA) é mais frequente em fumantes e pacientes debilitados que estão sob estresse. Outros fatores de risco são má higiene oral, deficiências nutricionais, imunodeficiência (p. ex. HIV/aids, uso de fármacos imunossupressores) e privação de sono. Alguns pacientes também têm candidíase oral.
Sinais e sintomas da gengivite ulcerativa necrosante aguda
A instalação quase sempre abrupta pode estar acompanhada de mal-estar e febre. As principais manifestações são
Gengivas sangrando muito dolorosas
Salivação excessiva
Às vezes, hálito extremamente fétido (fetor oris)
Ulcerações, que são patognomônicas, estão presentes nas papilas dentais e gengiva marginal. Essas ulcerações têm uma aparência proeminente característica e são cobertas por uma pseudomembrana cinza. Lesões similares na mucosa bucal e tonsilas são raras. A deglutição e a fala podem ser muito dolorosas. Linfadenopatia regional é, muitas vezes, observada.
Muitas vezes, a gengivite ulcerativa necrosante aguda pode se manifestar sem um odor significativo, e ela também pode se manifestar como uma doença localizada.
Diagnóstico da gengivite ulcerativa necrosante aguda
Avaliação clínica
Raramente, os tecidos tonsilares ou faríngeos são acometidos, e difteria e infecção secundária à agranulocitose devem ser descartadas por cultura de orofaringe e hemograma completo quando as manifestações gengivais não respondem rapidamente à terapia convencional.
Tratamento da gengivite ulcerativa necrosante aguda
Desbridamento
Enxaguatórios bucais (p. ex., peróxido de hidrogênio, clorexidina)
Melhora da higiene oral
Às vezes, antibióticos orais
O tratamento da gengivite ulcerativa necrosante aguda consiste em desbridamento cuidadoso com uma cureta periodontal ou aparelho ultrassônico. O desbridamento é feito por vários dias. O paciente deve utilizar uma escova dental ou pano macio para limpar os dentes.
Enxágues de hora em hora com soro fisiológico ou duas vezes ao dia com peróxido de hidrogênio a 1,5% ou clorexidina a 0,12% podem ajudar durante os primeiros dias após o desbridamento inicial.
Medidas de suporte fundamentais incluem melhora da higiene bucal (feita gentilmente no início), alimentação adequada, alta ingesta hídrica, repouso, analgésicos conforme o necessário e evitar irritação local (p. ex., causada por fumo ou comidas quentes ou apimentadas). A melhora marcante costuma ocorrer em 24 a 48 horas, após a qual o desbridamento pode ser completo.
Se o desbridamento for adiado (p. ex., se o dentista ou seus instrumentos necessários não estiverem disponíveis), antibióticos orais (p. ex., amoxicilina, 500 mg, a cada 8 horas; eritromicina, 250 mg, a cada 6 horas; ou tetraciclina, 250 mg, a cada 6 horas) promovem alívio rápido e podem ser mantidos até 72 horas após a resolução dos sintomas.
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