Covid-19 e lesão renal aguda (LRA)

PorAnna Malkina, MD, University of California, San Francisco
Revisado/Corrigido: mar 2023
Visão Educação para o paciente

    A covid-19, uma doença causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, pode manifestar-se com lesão renal aguda (LRA), particularmente em pacientes criticamente enfermos.

    (Ver também Lesão renal aguda e covid-19.)

    A presença de lesão renal aguda aumenta o risco de mortalidade em pacientes com covid-19 (1). Em uma recente revisão sistemática e metanálise, a incidência de LRA foi de 17%, embora tenha variado de 0,5 a 80% entre estudos individuais, dependendo da localização geográfica e da quantidade de pacientes criticamente enfermos. Nessa metanálise, a mortalidade geral foi de 11% e a LRA aumentou o risco de morte; a utilização de terapia de substituição renal foi de 5% no geral (2).

    Embora os dados sejam recentes e em evolução, até o momento descreveram-se os seguintes fatores de risco independentes para lesão renal aguda na presença de covid-19 (3):

    • Idade

    • Etnia (maior entre negros)

    • Diabetes

    • Obesidade

    • Hipertensão

    • Doença cardiovascular

    • Baixa função renal basal

    • Ventilação mecânica

    • Choque que exige vasopressores

    Estudos iniciais sugerem que a fisiopatologia da lesão renal aguda pode ser decorrente da isquemia durante sepse, resposta inflamatória sistêmica ao vírus e toxicidade viral potencialmente direta aos rins. A histopatologia renal mais comumente mostra necrose tubular aguda (NTA) e, menos comumente, a forma colapsante da glomerulosclerose focal e segmentar [GSSF; [4] ou infarto renal.

    As manifestações da lesão renal aguda em pacientes com covid-19 são semelhantes a de outras etiologias infecciosas, incluindo creatinina elevada, oligúria ou anúria e, em alguns casos, proteinúria (inclusive intervalo nefrótico) e hematúria (1). O tratamento é voltado a medidas de suporte, como otimização do volume intravascular (ponderado em relação ao risco de edema pulmonar em pacientes com desconforto respiratório), monitoramento de eletrólitos e, possivelmente, diálise. Devido ao maior risco de trombose do circuito de diálise, tratam-se os pacientes que exigem hemodiálise com anticoagulação, a menos que contraindicada pelo risco de sangramento. O controle da infecção é de suma importância.

    Referências gerais

    1. 1. Chan L, Chaudhary K, Saha A, et al: AKI in hospitalized patients with COVID-19. J Am Soc Nephrol 32(1):151-160, 2021. doi: 10.1681/ASN.2020050615

    2. 2. Robbins-Juarez SY, Qian L, King KL, Set al: Outcomes for patients with COVID-19 and acute kidney injury: A systematic review and meta-analysis. . Kidney Int Rep 5(8):1149-1160, 2020.  

    3. 3. Hirsch JS, Ng JH, Ross DW, et al: Acute kidney injury in patients hospitalized with COVID-19. Kidney Int 98(1):209-218, 2020. doi:https://doi.org/10.1016/j.kint.2020.05.006

      4. Santoriello D, Khairallah P, Bomback AS, et al: Postmortem kidney pathology findings in patients with COVID-19. J Am Soc Nephrol 31(9):2158-2167, 2020. doi: 10.1681/ASN.2020050744

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