A necessidade de tratamento das arritmias depende dos sintomas e da gravidade da arritmia. O tratamento é direcionado às causas. Se necessário, utiliza-se terapia antiarrítmica direta, incluindo fármacos antiarrítmicos, cardioversão-desfibrilação, cardioversores desfibriladores implantáveis (CDIs), marca-passos (e uma forma especial de estimulação, terapia de ressincronização cardíaca), ablação com catéter, cirurgia ou uma combinação desses procedimentos.
CDIs realizam a cardioversão ou desfibrilação do coração em resposta à taquicardia ventricular (TV) ou fibrilação ventricular (FV). Os dispositivos para CDI com terapêuticas agregadas, também propiciam estimulação artificial antibradicardia e antitaquicardia (para interrupção de taquicardia atrial ou ventricular responsiva) e armazenam eletrogramas intracardíacos.
O CDI é inserido via subcutânea ou subpeitoral, com eletrodos inseridos por via transvenosa até o ventrículo direito e, algumas vezes, também no átrio direito. Um CDI biventricular também tem uma derivação epicárdica ventricular esquerda colocada através do sistema venoso do seio coronário ou por meio de toracotomia para permitir a estimulação na terapia de ressincronização cardíaca (TRC-D). As plataformas CDI também incluem um CDI que é completamente implantado por via subcutânea (S-CDI) sem componentes intravasculares e um desfibrilador vestível semelhante a um colete para uso a curto prazo.
© 2017 Elliot K. Fishman, MD.
© 2017 Elliot K. Fishman, MD.
Os geradores de impulso para CDI duram tipicamente cerca de 5 a 7 anos.
Indicações para CDIs
CDIs são o tratamento de escolha para pacientes que tiveram
Um episódio de FV ou TV com instabilidade hemodinâmica, não decorrente de condições reversíveis ou transitórias (p. ex., alterações eletrolíticas, pró-arritmia de fármacos antiarrítmicos e infarto agudo do miocárdio)
O CDI também é indicado para pacientes com TV ou FV induzidas durante estudo eletrofisiológico e para pacientes com cardiomiopatia isquêmica ou idiopática, FEVE < 35% e em alto risco de TV ou FV. Outras indicações (ver tabela Indicações para cardioversores desfibriladores implantáveis) são menos claras.
Tendo em vista que o CDI trata, mas não previne TV ou FV, os pacientes com propensão a essas arritmias podem exigir tanto um CDI como fármacos antiarrítmicos para reduzir o número de episódios e a necessidade de choques desconfortáveis e prolongar a vida do CDI.
Mau funcionamento do CDI
CDIs apresentam disfunção quando
Fornecem estimulação ou choques inapropriados
Não fornecem estimulação ou choques quando necessário
CDI podem deflagrar estímulos ou choques inapropriados em resposta ao ritmo sinusal, à taquicardia supraventricular, à fibrilação atrial, ao flutter atrial ou aos impulsos gerados de maneira não fisiológica (p. ex., por quebra do eletrodo).
CDIs podem não fornecer estímulos ou choques apropriados quando necessário por causa de fatores como migração do eletrodo ou do impulso gerador, falta de sensibilidade, aumento do limiar de estimulação devido à fibrose no local dos choques anteriores e esgotamento da bateria.
Quando um CDI descarrega
Se o paciente relatar que recebeu choque do dispositivo implantado, mas não ocorreu nenhum sintoma associado, como síncope, dispneia, dor torácica ou palpitação persistente, acompanhamento com o CDI clínico e/ou eletrofisiologista dentro de uma semana é apropriado. O CDI pode ser interrogado eletronicamente para determinar a razão do choque. Se tais sintomas estiveram presentes, ou o paciente recebeu múltiplos choques, é necessário avaliação no departamento de emergência para pesquisa de causas tratáveis (p. ex., isquemia coronariana, distúrbio eletrolítico) ou disfunção do dispositivo.